Capítulo 15: A morte do Imperador.

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O imperador assistiu aos preparativos para o retorno do general ao campo de batalha, não virando-se quando Hoseok se aproximou. A presença de Jungkook estava maligna, Maccoy o consumia, seus olhos eram como as noites frias sem estrelas para guiar os viajantes.

— Mandem preparar minha armadura.

— Não estamos em grande decadência para que desça do seu trono, Imperador. — respondeu Hoseok.

— Faça o que lhe ordenei. — Jungkook respondeu virando-se para ir embora, mas Hoseok segurou seu pulso com ousadia.

— Irmão — sussurrou em apelo, quebrando todo o protocolo e chamando Jungkook de uma maneira que já não era mais permitida. — Não ceda aos desejos de Maccoy.

Jungkook olhou nos olhos do irmão, seu olho direito tomado por Maccoy, enquanto o esquerdo mostrava sua cor natural, indicando que era ambos, Portador e espírito que falavam naquele momento.

— Temos fome.

Hoseok soltou o pulso do imperador, assistindo-o partir, respirou fundo e seu coração brotava preocupações e temores. Jungkook estava cedendo aos desejos de Maccoy.

Hyeon adentrava os suntuosos aposentos reais, outrora pertencentes ao príncipe Hoseok, agora seu alfa. A grandiosidade do local era inegável, cada detalhe revelava a história e o poder que ali havia residido por gerações.

O imperador, por seu amor incondicional ao irmão, concedera a Hoseok regalias que não seriam desfeitas, apesar de sua renúncia ao título e linhagem para poder acasalar com Hyeon. Ele ainda habitava o castelo, mantendo-se nos aposentos reais e envolto nas vestes que representavam a coroa.

Hyeon sentia a imponência do lugar, mas também percebia a melancolia que pairava no ar. Observava seu alfa, agora afastado da realeza, mas ainda carregando consigo a dignidade de um passado glorioso. Ali, nos aposentos reais, residia um testemunho tangível do amor fraternal que transcendia títulos e posições. Era uma prova viva do laço profundo entre o imperador e seu irmão, um laço que persistia apesar das mudanças e renúncias.

— O procurei por todo o castelo. — A voz de Hoseok assustou Hyeon.

— Meu senhor, se eu soubesse que me procurava, teria ido ao teu encontro.

— Por quanto tempo teremos que continuar com essa dinâmica, Hyeon? Quando vais passar a me chamar de amor? — Perguntou-lhe enquanto se aproximava e beijava sua testa.

Hyeon riu de forma constrangida, abaixando a cabeça.

— Irei me esforçar — confessou. Hoseok sorria amorosamente, segurando no rosto de seu ômega após retirar seu véu para contemplar o rosto de Hyeon.

— Sou teu alfa agora — sussurrou esfregando as bochechas de Hyeon — chame-me pelo nome, ou docemente utilize "querido" ou "amor".

Hyeon corou envergonhado, mas sorrindo e fechando os olhos quando Hoseok o beijou docemente.

— Já não sou mais um príncipe. — sussurrou olhando nos olhos do seu ômega.

— Em meu coração, sempre serás meu príncipe. — Hyeon confessou.

...

Dara chorava silenciosamente enquanto ajudava Taehyung a vestir seu hanbok em seus aposentos.

— Dara, enxugue as lágrimas. Assim como retornei na primeira ida, retornarei na segunda. — tentou confortar sua serva.

— Meu senhor, como posso não temer por ti? Acabaste de completar teu ciclo e estás voltando para a guerra, correndo grande perigo. — Justificou-se com os olhos baixos.

O Último Lord das Cinzas Onde histórias criam vida. Descubra agora