Capítulo 3

1.5K 285 40
                                    

Cowboy 3 

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Cowboy 3 

Madelyn

— Não deveria se aproximar do curral e muito menos ficar exposta a todos aqueles peões, Madelyn. O que estava pensando? 

Olho para a minha mãe, uma mulher de beleza incomparável e elegância refinada com seus cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo bem arrumado, um verdadeiro contraste com a vida aqui na zona rural do Texas. 

Ela estava descansando de uma viagem, quando meu pai me deixou aqui no meu quarto e foi chamá-la, mesmo sob os meus protestos. Não demorou muito e a porta voltou a se abrir. Ela entrou com a cabeça erguida, passadas firmes e olhar atento. Verificou rapidamente se eu havia me machucado, abriu a enorme janela de vidro do quarto e afastou as cortinas para que a luz e a brisa suave entrassem. 

— Mãe, eu gosto de estar perto dos cavalos, de sentir a terra sob meus pés. Não vejo problema em me envolver com o que acontece no rancho. — argumento, expressando minha paixão pelo campo, deixando oculto o verdadeiro motivo pelo qual eu estava no curral mais cedo. 

Seu vestido de linho azul, impecável, tão fora de lugar na atmosfera da fazenda, ondula levemente com o vento que entra pela janela. 

— Madelyn — murmura, a voz suave, requintada. — Não é adequado para uma moça como você se misturar com esses homens grosseiros no curral e nas plantações. 

Ela olha além do horizonte, onde os peões trabalham incansavelmente. Eu a observo com atenção, tentando decifrar a complexidade de suas emoções. Minha mãe é fútil em muitos aspectos, preocupada com as aparências. Mas há uma suavidade em seu olhar quando o assunto é meu pai. Ela o ama. Posso notar isso em cada detalhe, mesmo ele sendo um homem do campo, que vive da terra que cultiva. No entanto, papai é rico. 

— Você é uma jovem elegante, minha filha. Precisa se preservar desse tipo de ambiente. 

Reviro os olhos e solto o ar pela boca diante dos avisos exagerados da minha mãe. Ela não faz ideia de que o único motivo que me faz perambular por aí se chama Adam. O que ela faria se soubesse? Me proibiria de sair de casa? Ou melhor, me enviaria para a capital sem permissão para retornar? Ele não tem dinheiro. Apesar de ser um homem esforçado, e que está terminando a faculdade, ainda assim não tem onde cair morto. Porém, eu não me importo com isso. Conheço Adam o suficiente para saber que ele é honesto e justo. E gostoso, muito gostoso. 

Ainda me lembro como se fosse ontem a primeira vez em que o vi aqui na fazenda. Eu deveria ter meus quinze ou dezesseis anos e estava passando as férias no rancho quando Adam começou a trabalhar para o meu pai. Aqueles olhos azuis intensos me fascinaram desde o começo. 

Ele é uma espécie de faz-tudo por aqui. Trabalha com o gado, verifica nossa plantação de maçãs orgânicas e faz todo o controle de adubação e colheita. Também cuida da casa quando estamos na capital, fora do período de férias. 

Se bem que como agora terminei o ensino médio e finalmente completei dezoito anos, decidi passar uma temporada por aqui antes de ingressar na faculdade. Minhas amigas de Austin enviam mensagens todos os dias para saber quando irei retornar para casa, mas eu sempre adio a minha partida. Em primeiro lugar porque amo este lugar e tenho lembranças maravilhosas da minha infância aqui. Segundo, porque Adam está aqui, e embora eu tenha notado o quanto ele me evita, ainda não perdi as esperanças. 

— Madelyn… Madelyn… Madelyn? Pelo amor de Deus! Em que mundo você está? — pisco algumas vezes, só agora percebendo que deixei minha mãe falando sozinha enquanto meus pensamentos vagueavam até Adam. 

 Sinto as bochechas esquentarem de vergonha quando ela me olha de soslaio, notando o quanto estou distraída. 

— Deveria voltar para nossa casa em Austin. Já está a bastante tempo neste lugar, precisa ver gente decente, passear com suas amigas e tomar um banho de salão. 

Eu me remexo na cama para verificar o quanto estou machucada pela queda no curral, mas quase não sinto dor. Foi apenas um susto. 

— Eu estou apenas aproveitando o ar fresco e a tranquilidade aqui da fazenda antes de entrar na faculdade. Vou ficar bem, mãe. 

Ela me encara por alguns instantes, o olhar austero tomando um ar mais gentil. 

— Tem certeza disso? — suspira. — E quanto às suas costas, não estão doendo mais? 

— Estou bem, foi apenas um susto. 

Forço um sorriso na direção dela e me inclino na cama para conseguir ficar em uma posição mais confortável sobre o travesseiro. 

— Fico preocupada em viajar com seu pai no fim de semana. Não quero que fique aqui sozinha. 

— Eu não estarei sozinha. A senhora sabe bem que o rancho é protegido vinte e quatro horas por dia. Além disso, sei me cuidar. 

Ela me analisa por alguns instantes, dos pés à cabeça. Vejo a curva de um sorriso surgir em seu rosto. É sutil, quase imperceptível, mas eu sei que apesar de tudo, eu sou a garotinha dela. Minha mãe só precisa entender que eu cresci e que ela não pode tomar todas as decisões da minha vida por mim. 

Seus ombros relaxam um pouco, e ela dá alguns passos na direção da porta. 

— Vou descer para comer alguma coisa e peço a Lana para trazer algo para você. Descanse, depois conversamos melhor. 

Assinto para ela e vejo minha mãe sair do quarto, fechando a porta às suas costas. 

Volto a relaxar na cama, deixando um suspiro escapar da minha boca. Repasso na cabeça cada segundo em que mantive Adam em meu foco lá no curral. Cada momento foi inesquecível. 

Grávida e Rejeitada pelo CowboyWhere stories live. Discover now