Capítulo 6

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Boa noite, gente. Segue mais alguns capítulos do livro. Boa leitura ♥️

 Boa leitura ♥️

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Madelyn

Os portões da fazenda rangem suavemente enquanto observo meus pais saírem na picape com Jake, um dos funcionários do rancho. Eles estão indo para o aeroporto, pois papai e minha mãe irão viajar para Nova York por uma semana. 

Meu pai acena em despedida e minha mãe me fita de soslaio de dentro do carro. Ela não está muito feliz em me ver montada em Mansinho enquanto ambos se afastam. 

Aceno para os dois com a mão e aguardo até a picape sair de vista. A brisa fresca acaricia meu rosto e o odor do pasto se impregna em minhas narinas quando dou meia volta com o cavalo e o impulsiono a galopar. O sol brilhando no céu é como um convite para que eu aproveite o dia. Não há nuvens, o calor aquece minha pele. Tudo se encaminha bem para o meu encontro com Adam hoje à noite. 

Mansinho é exatamente como o nome sugere, um gentil gigante de cascos que me conduz pelos caminhos familiares da fazenda. Seu pelo macio ondula sob minhas mãos enquanto seguro as rédeas, e o tilintar metálico do freio ecoa a cada passo. 

A paisagem ao redor é um quadro de cores vivas. As flores selvagens se inclinam sobre a brisa e os pássaros dançam no céu. A sensação de liberdade é palpável, pareço estar voando enquanto cavalgo de volta para casa. 

Entro na cozinha alguns minutos depois e encontro Lana preparando o almoço. A mulher idosa trabalha para a nossa família desde que me entendo por gente, e por isso tenho um imenso carinho por ela e até trocamos confissões uma à outra de vez em quando. 

O cheiro tentador de churrasco defumado toma a cozinha fazendo meu estômago roncar de fome. O ar aqui dentro é aconchegante e tranquilo, então decido puxar uma cadeira e me juntar a ela para conversarmos um pouco. 

— Essa casa fica tão silenciosa quando seus pais estão fora. — comenta enquanto se mantém ocupada com os afazeres. — Porque não foi com eles, Madelyn? 

— Queria ficar mais tempo por aqui. Gosto do clima da fazenda — respondo sua pergunta com um sorriso no rosto. Um sorriso que esconde algumas verdades. 

Ela vira-se na minha direção e estreita o olhar com uma desconfiança velada, deixando as rugas em volta dos seus olhos em evidência. Lana sabe muito bem quando estou escondendo coisas. Acredito que ela me conhece melhor que meus próprios pais. 

A mulher baixinha, de cabelos curtos e um grande avental preso à frente do seu corpo, caminha até o balcão e pega uma bandeja tapada com um pano. Coloca o objeto na minha frente e tira o tecido branco revelando deliciosos biscoitos amanteigados. 

— Coma alguns enquanto o almoço fica pronto. Imagino que esteja faminta já que não tomou café da manhã. 

Balanço a cabeça em afirmativa e pego um dos biscoitos. Mordo um pedaço, sentindo a textura derreter na boca como algodão. São simplesmente deliciosos. 

Lana também puxa uma cadeira e se senta na minha frente, me encarando com a testa franzida, o olhar perspicaz de uma mulher experiente. 

— O que te tirou da cama tão cedo, mocinha? 

Curvo os lábios em um sorriso divertido e pego outro biscoito na bandeja. 

Ela continua me fitando, seu semblante refletindo preocupação enquanto me encara. 

— Saí cedo para cavalgar por aí. — respondo sem dar maiores explicações. Não porque Lana não mereça saber, mas sim porque gosto de fazer suspense. Lana é como se fosse parte da família e uma amiga à parte para mim. É a única que sabe que ando arrastando asas para o cowboy. 

— Foi vê-lo nos estábulos? — Sinto minhas bochechas tomarem uma tonalidade avermelhada e concordo. Os olhos de Lana brilham, mas ao mesmo tempo em que ela suspira com essas minhas aventuras amorosas, sei que se preocupa com a reação dos meus pais quando souberem. 

— Ele não estava lá. Então aproveitei para cavalgar com Mansinho e retornei para me despedir dos meus pais. 

— Cuidado com o que está fazendo, Madelyn. Adam é um bom rapaz. Não cause problemas para ele. 

Suspiro baixinho em meio a um sorriso e mordisco outro pedaço do biscoito. 

— Vai dar tudo certo, Lana. Mas antes eu preciso conquistá-lo.

— Só tome cuidado, querida. Por favor.  

— Pode deixar, eu vou tomar cuidado. 

Assinto e ela se levanta para voltar a mexer com as panelas. Sigo para o meu quarto e tomo um banho rápido antes de retornar para o almoço. 

Lana termina os seus afazeres e segue para casa, deixando recomendações sobre a comida que ficou para a janta. Aproveito e dispenso seus serviços para o dia seguinte, alegando que sei me virar e que ela está precisando tirar um dia de descanso. Não conto a Lana sobre meus planos sórdidos, ela sabe apenas o básico, que eu sinto uma leve quedinha por Adam. 

A tarde passa com uma lentidão silenciosa à medida em que arrumo algumas coisas no quarto e observo o pasto pela janela. O sol já está quase se pondo, o vento é suave em minha pele. 

Não vi Adam em nenhum momento do dia, nem mesmo nos estábulos. Na verdade, percebo que ele está sumido desde ontem quando o vi no pomar de maçãs conversando com Jake e outros dois homens. Eu estava distraída com as frutas enquanto buscava por ele e aproveitei a oportunidade para perguntar aos trabalhadores sobre a época da colheita. Percebi que Adam me encarava com uma expressão séria e sombria. Parecia pensativo, enigmático, mas ignorei isso e sorri para ele. Meu coração estava quase saindo pela boca. Logo depois o cowboy saiu de vista e não tive mais contato, até então. 

Quando chega à noite, tomo um banho demorado com óleos perfumados, coloco um vestidinho solto e vou para a varanda esperar por Adam. 

A noite está estrelada e a lua brilha no céu com toda a sua força. Eu me relaxo na cadeira de balanço ao som dos animais noturnos e revivo cada momento do dia anterior nos estábulos. 

Penso no quanto ele é forte e viril, e no quanto fiquei entorpecida com o beijo que trocamos. Senti que iria desfalecer quando ele lambeu meus seios, mas foi tão bom e íntimo. Tão diferente de tudo que já senti. Aquilo me aqueceu de dentro para fora e eu soube que Adam era o cara que eu queria para mim. 

Os segundos passam, os minutos, as horas. Começo a ficar aflita pela demora dele. Embora Adam não tenha respondido quando eu disse que estaria sozinha hoje à noite, tenho certeza de que ele entendeu o recado. E pela forma com que o cowboy me beijou, eu sei que ele mal pode esperar para estar comigo hoje à noite. 

No entanto, quando o relógio bate meia-noite, já não tenho certeza de mais nada. Olho uma última vez na direção do portão e noto tudo silencioso. Nenhuma luz de carro se aproximando ou nenhum movimento de passos. 

Lágrimas ameaçam brotar dos meus olhos mas me nego a isso. Engulo saliva com dificuldade e decido voltar para dentro de casa, com o coração doendo e aflito, raiva de Adam se apoderando de mim. 

Grávida e Rejeitada pelo CowboyWhere stories live. Discover now