Capítulo 5

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Adam 

Estou cercado pelos pés de maçãs no pomar enquanto tento manter minha cabeça em ordem. O aroma das frutas amadurecendo, doce e suave, me faz lembrar de Madelyn com uma rapidez que me atordoa. E isso é fodido pra caralho. Sinto que estou perdendo a cabeça a cada segundo que se passa. 

Minha mente está um caos, mas tento manter o foco no trabalho. Observo as árvores carregadas de maçãs prontas para serem colhidas, os tons de vermelho intenso e verde criam um cenário que mistura a beleza natural com a tensão da estação de colheita iminente. 

Meus dedos examinam cuidadosamente as frutas, tentando avaliar o momento perfeito para a colheita. Nem um dia a mais ou a menos, do contrário uma parte da safra poderá ser perdida. No entanto, além de toda essa carga de trabalho e Madelyn, a preocupação com a hipoteca da casa paira em minha mente. Uma sombra que se mistura com meus problemas internos. As pressões financeiras pesam e eu me pego pensando no futuro incerto. Pondero se devo realmente fazer o que venho pensando há um tempo. Talvez pedir um empréstimo ao patrão seja uma possibilidade. Meu tempo está acabando, as coisas estão saindo do controle e não me restam muitas alternativas. 

Inspiro fundo e deixo a análise de lado por alguns segundos. Retiro o chapéu e passo a mão pelos cabelos, sentindo a tensão tomando todo o meu corpo. 

Imerso em pensamentos, observo o momento em que a própria Madelyn aparece no meu campo de visão, passeando entre as fileiras das árvores. Está usando suas botas corriqueiras e o short jeans curto demais, deixando um bom pedaço de pele à mostra. O tecido agarra-se às pernas bem delineadas como uma segunda pele, me fazendo engolir em seco. 

Merda… 

Lembranças invadem o meu cérebro e o gosto dos lábios dela aflora na minha boca quase como uma memória viva. Quase posso sentir seu cheiro de mel e a suavidade dos lábios macios me beijando de surpresa nos estábulos, o corpo pequeno agarrado ao meu como se fossemos uma só pessoa, os seios firmes na minha mão, na minha boca... Suor brota em minha testa e o pau empurra o zíper da calça de tão duro. Chega a ser incômodo o quanto fico excitado quando ela está por perto, e porra, a garota é provocadora além do limite. Uma mimadinha rica e deliciosa, que acha que pode ter tudo o que quer, na hora que quer. 

De repente, ouço risos abafados às minhas costas e me viro em um rompante. Três dos peões estão parados trocando sussurros conspiratórios e risadinhas idiotas. Jake dá um passo na minha direção, a expressão divertida enquanto mastiga um talo de capim. 

Não preciso de muito para perceber que o motivo da diversão é a minha atenção aparentemente dividida entre as maçãs e Madelyn. 

— Me disseram que eu iria encontrar você por aqui… — Seu olhar passa de mim para Madelyn, a alguns metros de distância. — Então é verdade o que soubemos por aí? 

Os outros dois gargalham, e Marcus e Bob acompanham o imbecil do Jake nas provocações. 

— Olha só quem está com os olhinhos brilhando mais que as maçãs. — provoca Bob com um sorriso travesso. 

— Soubemos que o estábulo pegou fogo ontem à tarde… — Mais risos — Caralho, Adam, a filhinha do patrão? O que aconteceu com “ela é a patroa”? 

Tranco os punhos, completamente irritado pela provocação dos caras. Eles não perdem uma única oportunidade para me deixar puto. O problema é que o que aconteceu ontem nos estábulos jamais deveria ter acontecido, pois além de colocar meu emprego em risco, fez aflorar um desejo insano pela garota. Foi difícil dormir à noite. 

— Não tenho que dar satisfação a nenhum de vocês. E acho bom que fiquem de bico fechado. O que aconteceu ontem nos estábulos não vai mais se repetir e não é da conta de ninguém. — digo em tom de advertência. Eles sabem que essa merda não pode vazar ou estarei fodido. 

Jake levanta os braços em sinal de rendição, mas a cara limpa não nega o quanto está se divertindo com o mais novo problema que fui arrumar. 

— Ah, Adam, já ouvi dizer que uma maçã por dia mantém o médico longe, mas e uma Madelyn por dia? Pelo visto o efeito é o contrário pois parece que você está prestes a infartar. 

Eles riem como um bando de adolescentes na puberdade, fazendo piadas idiotas sobre eu ter sido pego em flagrante dando uns bons amassos na filhinha do patrão. Confesso que tenho ímpetos de quebrar a cara dos três, mas decido ignorar e continuar o que estava fazendo. 

Dou alguns passos para sair dali, mas acabo olhando para Madelyn de relance. Sinto o sangue ferver nas veias quando vejo alguns trabalhadores do pomar olhando para ela como se estivessem enfeitiçados pela beleza descomunal da garota. Eu a vejo sorrir enquanto troca palavras amigáveis com um dos caras e aponta para as maçãs. Ele a olha fascinado ao mesmo tempo em que não mede esforços para dar todas as informações a ela. A raiva e o ciúme se misturam dentro de mim, criando uma tempestade silenciosa. 

É nesse momento que a garota nota a minha presença e seu olhar jovial se encontra com o meu. O vento balança os cabelos castanhos e compridos, suas íris brilham refletindo a luz do sol, minha testa sua só de pensar em minhas mãos tocando sua pele macia outra vez, minha língua explorando seu corpo…

Inferno!

A boca de Madelyn se curva em um sorriso sutil antes dela mordiscar o lábio inferior involuntariamente. 

Tensão e ira borbulham dentro do meu corpo.  

Puxo o ar com força para os pulmões, e tento forçar meu cérebro a entender que essa merda não pode continuar. Madelyn não é minha, não tenho o direito de sentir ciúmes. Na verdade, não passo de um fodido prestes a ficar sem teto. Não tenho nada para oferecer a ela além de todo esse tesão doido que estou sentindo. Não passo de um brinquedo fácil nas mãos da filhinha do patrão. Um brinquedo que ela acha que pode provocar e depois jogar fora. 

Desvio minha atenção de Madelyn, sentindo meu cérebro fervendo. A hipoteca da casa pesa mais do que nunca sobre os meus ombros e a visão da garota interagindo com outros homens adiciona uma camada de tensão ao meu estado de espírito. Enquanto caminho na direção da casa dos Mitchell, tento dissipar os pensamentos conflitantes e tomo uma decisão de uma vez por todas. Preciso pagar a hipoteca ou minha mãe ficará sem um teto, e isso está fora de cogitação. Então não resta alternativa a não ser pedir um empréstimo ao patrão e rezar para que ele nunca descubra que eu toquei na sua filha. 

Grávida e Rejeitada pelo CowboyWhere stories live. Discover now