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    KIM NAMJOON

Foi exatamente como da primeira vez, ela sumiu, entrou em um táxi e não voltou para casa. Os rapazes estavam desesperados dentro do apartamento, juravam que ela não voltaria mais dessa vez, ninguém me culpava mas eu sabia que caso Hanna não voltasse, guardariam mágoas eternas de mim. Jin estava no telefone tentando contato com alguns staffs, ele não explicitava a situação, é claro, nós não podíamos entregar que Hanna nos deixou praticamente sozinhos em um local público. Yoongi se irritou com a agitação que ele considerava completamente desnecessária e nos mandou ir cada um para seus quartos, segundo ele Hanna afirmou com todas as letras que nos encontraria no apartamento depois, então deveríamos confiar em suas palavras, caso o contrário a magoriamos e faríamos com que ela se sentisse culpada por nos deixar no passado. Ele com certeza fez isso para que os outros se acalmassem e fossem dormir, porque permaneceu ao meu lado até poucos minutos antes de eu decidir descer para a entrada de nosso prédio para espera-la.

E ela voltou, de longe a vi descer do táxi com dificuldade, também vi quando o desgraçado quase a levou junto quando saiu desgovernado assim que ela desceu. Estava completamente bêbada e parou em frente ao vidro onde a tela de reconhecimento facial não ficava embutida, encarava o próprio reflexo no vidro como quem esperasse pela liberação e murmurava irritada por não conseguir avançar para o prédio, se eu não estivesse tão preocupado com certeza riria daquele momento, mas só conseguia agradecer por tê-la de volta.
Caminhei lentamente em sua direção e a amparei, usando as mãos para segurar firmemente seus ombros e firma-la, ela soluçou e voltou os olhos cemicerrados para mim, sua pele estava corada e os lábios entreabertos foram umedecidos enquanto ela se concentrava em me reconhecer.

- Ah, é você. - murmurou enquanto um sorriso surgia no canto de sua boca.

- Sim, sou eu, por onde você andou?

- Você sabe, fui passear um pouco. - Respondeu cambaleando enquanto me acompanhava prédio a dentro.

Eu cumprimentei o porteiro que nos encarava assustado, com certeza era a primeira vez que via um idol servindo de babá para uma staff. Agradeci aos céus pelo contrato de confidencialidade que todos os funcionários dali assinaram.
Já em frente ao elevador, Hanna se recostou na parede ao meu lado enquanto esperávamos a grande caixa de metal se abrir, eu olhava para frente ansioso para que pudéssemos sair da vista do porteiro e qualquer outro profissional que surgisse ali, mas podia nota-la me encarando. Ela não deveria ter bebido tanto, sabia como ficava quando atingia esse estágio, sorri com a lembrança do nosso primeiro e único beijo.

Hanna e eu havíamos saído escondidos no meio da noite para comer tteokbokki com soju em uma das barraquinhas de comida que ficavam próximas ao antigo alojamento. Nós comemos e bebemos muito, realmente passamos do limite naquela noite, mas ela estava muito mais confortável do que o comum ao meu lado. Sempre se mostrou extremamente tímida frente às minhas investidas, geralmente não me olhava nos olhos, mas naquele dia fui eu quem se sentiu despido por seu olhar, antes de me deixar descer da vã, enquanto nos despedíamos, ela avançou delicadamente sobre mim e me beijou, eu deixei e retribuí, porque parecia certo, porque eu queria e talvez porque estivesse um pouco alto também. No outro dia ela parecia envergonhada, mas não se mostrou arrependida em nenhum momento, então deduzi que o álcool lhe deu a coragem que precisava para fazer o que já queria a muito tempo.

Mas aquele não era o caso, Hanna estava brava comigo, ela nunca agiria daquela forma se estivesse em plena sanidade física, então eu sabia que seria completamente errado alimentar qualquer ação naquele momento. Quando suas mãos se fecharam lentamente em meu antebraço e ela acariciou minha pele com a ponta dos dedos enquanto não tirava os olhos do meu rosto, o som que anunciava a chegada do elevador me fez saltar para dentro dele assim que as portas se abriram, a arrastando comigo de forma inconsciente, ela me soltou quando as portas se fecharam e repousou as mãos entrelaçadas atrás de si, mas ainda me olhava como se quisesse me comer vivo, engoli em seco e tentei me afastar, me recostando na parede contrária a porta, com certeza uma ideia estúpida, Hanna avançou em minha direção e se posicionou tão próxima a mim que só não tínhamos os lábios a centímetros de distância porque para isso ela precisava ficar na ponta dos pés e eu baixar a cabeça, mas mesmo assim era perturbador. Seu cheiro doce não se perdia mesmo com o odor de álcool misturado, na verdade tudo se tornava mais cítrico por conta dele, ela elevou os olhos e passou a me encarar entre os longos cílios, podia sentir minha respiração pesar. Quando o anúncio de nosso andar soou, ela saltou assustada e riu de si enquanto cambaleava para dentro do apartamento, eu ia logo atrás, amparando-a para que não tombasse na mesa de centro e sofá ou tropeçasse nas escadas. No andar de cima, ao invés de seguir direto para o seu quarto no final do corredor, ela decidiu entrar no meu, eu fiquei paralisado por alguns minutos na frente da porta, não tinha ideia do que fazer.

SARANG, i will always love you. Where stories live. Discover now