4. Pânico no metrô

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 ATENÇÃO: há cenas de violência e elementos de gore.Se é uma pessoa sensível, não leia este capítulo, ou pule o 6° e o 13° parágrafo. Seu bem-estar em primeiro lugar <3

 Nesse fim de tarde, eu decidi voltar para casa de metrô, habitualmente eu costumo ir de táxi, por ser mais rápido. Contudo, de alguma forma eu não quis, preferi vir para o subsolo, como se fosse para me esconder de algo. Não faz o menor sentido, mas parece que nada está fazendo sentido hoje. Encostei minha cabeça contra o vidro da janela e fechei os olhos, prefiro pensar em coisas boas, como meu encontro de hoje com a Fleurie.

 Quando a Lucy me chamou, eu já imaginava que era alguma ideia mirabolante. A Fleurie é uma artista francesa que trabalhou em parceria com a galeria durante anos, mas infelizmente perdeu seu marido para o câncer, fazendo com que entrasse em um longo hiato, mas agora ela havia decidido voltar, e reinventando seu estilo. Assim que Lucy me disse que a francesa agora tinha se jogado no barroco, não coloquei tanta expectativa, mas no momento em que visitei seu ateliê nessa tarde, fiquei extasiada. As telas eram tão poderosas, as cores tão sólidas e expressivas, tenho certeza de que ela fará sucesso.

 Na hora em que o metrô parou em uma das estações e algumas pessoas começaram a subir, senti meu celular vibrar na minha bolsa, então o peguei para checar se tinha recebido alguma mensagem, ignorando o barulho do tumulto entrando no vagão. Meu melhor amigo, Anthony, tinha me mandado, no mínimo, umas dez mensagens perguntando o porquê de eu não ter ido à aula nesta manhã, eu sorri e guardei o celular, vou deixá-lo na agonia, amanhã explico a ele.

 — Ei, docinho, não tá me ouvindo? To falando contigo! — Escutei alguém dizer em um tom grosseiro e levantei a cabeça, pronta para encarar o homem com raiva, mas ele foi mais rápido e me puxou para cima antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. — Tem certeza que ela deve ser a primeira vítima, Bomba? Achei ela uma gata... — Ele disse para outro homem a nossa frente ao mesmo tempo que eu sufoquei um grito na garganta. Quando ele se posicionou atrás de mim e segurou meus braços, eu olhei ao redor, vários homens mascarados estavam ameaçando as pessoas com armas, enquanto um deles, que parecia ser o líder, encontrava-se parado no centro do vagão, falando furioso com alguém através de um telefone. O metrô inteiro pairava no silêncio, como eu não percebi antes?

 — É melhor trazer logo a grana aqui, velhote, ou vou começar a matar os reféns! — Ele gritava de raiva para a pessoa do outro lado da linha, foi quando eu compreendi que estava no meio do sequestro de um metrô, os terroristas queriam dinheiro, ou iriam nos matar, um por um. — Ah, tá achando que eu to brincando, é? Vou deixar que o gatilho fale por mim, então. — Com a mão esquerda, o homem alto posicionou o celular próximo à arma na sua outra mão e mirou em um senhor que parecia ser o maquinista, então...

 Foi mais rápido do que eu pensei, o barulho da bala cortou o ar e este, por sua vez, foi cortado pelos gritos dos passageiros e pelo choro dos pais que seguravam seus filhos. Acho que se eu não estivesse sendo segurada, estaria caída no chão agora, minhas forças foram embora. Tudo que eu via era o cadáver do pobre senhor no chão, o sangue que escorria de sua cabeça... eu desejava tanto poder ajudar, mas infelizmente eu não era capaz de curar a morte. Diante da minha impotência, desviei o olhar e deixei minha cabeça pender para baixo, sendo apossada pelo pânico de provavelmente ser a próxima.

 — Não fica assim, Docinho. — O pervertido que me prendia voltou a falar comigo, me forçando a levantar o rosto com o cano da arma. — É só o prefeito dessa cidade de merda pagar e a gente deixa vocês em paz, se não... — Meu estômago revirou de nojo quando senti o metal frio da pistola subir pela minha virilha. Eu quero matar ele, eu quero tanto matar ele. — Minhas pálpebras estavam prestes a se fechar, se não fosse pelo estrondo da porta do metrô se abrindo. Então eles entraram, os sete irmãos que protegiam a cidade dia e noite, os Sparrows.

[The Umbrella Academy] Ben - Don't blame me (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now