13. Não preciso de você!

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 Abro rapidamente uma das minhas malas e retiro de dentro minha toalha, junto com a minha escova de dentes e meu creme dental. Me dirijo até o banheiro e fecho a minha porta, me sentindo um pouco nervosa. Em cima da pia, há duas chaves, eu pego uma delas e a encaixo na fechadura da porta que leva ao quarto do Ben, a girando devagar, logo escutando um clique. A porta está trancada agora. Essa situação está me afetando mais do que deveria. Imagino que ele já saiba que iremos dividir a suíte, então eu deveria parar de agir como se estivesse com medo de que ele descubra.

 Minhas roupas escorregam para o chão e eu prendo meu cabelo em um coque antes de colocar meu pé esquerdo dentro da água morna. A temperatura está tão gostosa que eu não consigo mais esperar e entro logo dentro da banheira, soltando um suspiro quando o líquido relaxante envolve a minha pele. Sloane, te adoro!

 Nesse momento, eu só queria esvaziar minha mente, não pensar em nada, nem em hoje, e nem no amanhã, mas eu simplesmente não consigo. Meus pensamentos são sempre direcionados para toda essa mudança na minha vida. Nas últimas vinte e quatro horas, me despedi da senhora que considero como mãe, me demiti do meu emprego dos sonhos, me mudei para uma mansão gigantesca e descobri que terei que dividir meu banheiro com o cara que salvou minha vida mas me odeia. É muita coisa para digerir. Fora que amanhã vou encontrar o Tony na faculdade, como vou explicar para ele que agora estou morando na casa da família mais rica da cidade? Não, não quero nem pensar.

 Por um instante, minhas pálpebras se fecham e meu corpo relaxa. Não sei se é a água morna contra a minha pele ou se é a baixa luz do banheiro, mas agora estou notando o quanto tomar banho de banheira é uma delícia! Como eu queria ser rica...

 Cleck.

 Abro meus olhos num susto e examino o banheiro, procurando de onde vem o som, quando encaro a porta do quarto do número dois e vejo a maçaneta girar.

Cleck.

 Engulo em seco sem tirar meus olhos da madeira, meu corpo permanece tenso mesmo segundos depois, a maçaneta não girou mais, ele com certeza percebeu que estou tomando banho. Merda, isso é tão constrangedor. Vou sair logo daqui!

 Após sair da banheira e esvaziá-la, corro para o box e lavo rapidamente meu cabelo junto com a espuma do corpo, depois me enrolo na toalha e destranco a porta do quarto do Ben, dando o fora do banheiro o mais rápido possível. Finalmente no meu quarto, me jogo encima da cama e respiro fundo. Que situação, hein... mas amanhã eu tenho aula, melhor não pensar muito nisso e ir dormir.

 Assim que seco o excesso de água do cabelo com a toalha e passo um pouco de creme de pentear, visto rapidamente o primeiro pijama que encontro dentro da minha mala e caminho até a porta do quarto, apagando o interruptor da luz. Com o quarto escurinho, finalmente posso descansar.

Toc, toc!

 Um barulho de batida ecoa do outro lado da porta, que eu encaro um pouco surpresa. Quem estaria batendo na minha porta a essa hora?

Toc, toc, toc!

 E a pessoa parece estar impaciente. Dou uma olhada rápida na minha roupa, meu pijama não é muito adequado para ficar mostrando aos outros, mas parece que não tenho escolha, suspiro. "Tudo bem, deve ser apenas Sloane vindo me falar algo", eu penso, numa tentativa de me tranquilizar, e giro a maçaneta, mantendo a maior parte do meu corpo atrás da porta enquanto ela abre.

 Mas não era a Sloane.

— Você? Mas que porra... — A frase do asiático morre antes que ele a termine. Ben me encara sem entender, então franze suas sobrancelhas e aquela típica feição nervosa retorna ao seu rosto. Ah, não. — O que tá fazendo aqui? — Ele profere com um tom glacial e cruza os braços, esperando minha justificativa. Eu pensei que ele soubesse que eu dormiria aqui.

[The Umbrella Academy] Ben - Don't blame me (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now