[The Umbrella Academy] Ben - Don't blame me (EM REVISÃO)

6. Faca escarlate

 Me diverti muito escrevendo esse capítulo, espero que gostem!

 ATENÇÃO: há uma leve cena de gore no 17° parágrafo, se é uma pessoa sensível, não leia este capítulo, ou pule o parágrafo. Seu bem-estar em primeiro lugar <3

 Desci do táxi convencida de que havia errado na semântica, creio que o termo mais adequado fosse "mansão Hargreeves", e não "casa". A sede da Sparrow Academy era simplesmente enorme e criava uma espécie de contraste com as demais propriedades da rua. Me pergunto quando foi construída, pois me lembrava muito a estética dark academia, surgida no início do século, tal pensamento me fez rir, uma vez que tal subcultura valoriza a arte e isso é exatamente o oposto do que Reginald Hargreeves está fazendo agora. Não deixando que a admiração transpusesse minha raiva, andei a passos firmes até a porta e toquei a campainha, porém, presumindo que iriam me ignorar totalmente. E assim foi, esperei por aproximadamente uma hora e toquei a campainha algumas vezes nesse período, sendo completamente evitada, mas eu não iria desistir.

 Quando o frio começou a ficar mais forte e eu apertei minha jaqueta contra o corpo, reparei em uma silhueta se aproximando, era uma deles, não me lembro o número e muito menos o nome, mas me lembro da sua expressão fria no rosto noite passada, naquele metrô. Eu estava sentada nas escadas e me levantei quando ela caminhou até mim.

 — Maya Duarte. Desejo falar com Reginald Hargreeves. — A morena me fitou de cima a baixo e parou de mascar seu chiclete por um momento apenas para me olhar com desdém.

 — Cai fora daqui, garota. — Com uma feição impassível, ela me empurrou para o lado com o ombro, me fazendo cair sentada. A vendo adentrar na casa e bater a porta, rosnei de raiva e me levantei rapidamente, isso não seria fácil. Me aproximei da entrada novamente e comecei a apertar a campainha repetitivamente, não sou boa em muita coisa mas pelo menos sou boa em irritar, uma hora, um deles teria que sair e me escutar. Após o que pareceu ser dez minutos, a porta se abriu abruptamente e o número um me encarou com raiva.

 — Mas o que você... — Ele interrompeu seu tom bruto quando percebeu que estávamos em público, e com certeza a última coisa que ele queria é que sua reputação de bom moço fosse arruinada. O homem musculoso saiu de dentro da propriedade e fechou a porta, cruzando os braços enquanto franzia o cenho para mim. — O que você quer? É melhor ir embora antes que eu chame a polícia por perturbar nosso sossego. — Esperando que ele se lembrasse da facada que levei na noite anterior, abaixei o tecido da minha jaqueta, exibindo meu braço intacto.

 — Exijo falar com o seu pai. Agora. — O moreno o observou atentamente e estreitou os olhos, certamente ponderando que ali deveria haver um ferimento enorme. Ele poderia muito bem me dar um pontapé daqui, mas não vai, porque quer saber o porquê da minha pele já estar curada. Se não conseguir persuadir alguém com o aspecto, utilize a curiosidade, eu pessoalmente acho essa tática muito útil. Após me lançar um olhar sério, ele abriu a porta e me deu passagem. — Seja rápida.

 Adentrei na mansão cautelosamente, o hall era simplesmente fantástico, o jeito que este e a sala de estar estavam decorados me fazia viajar temporariamente no tempo até uma época fictícia na qual a arte gótica e a grega coexistiam em perfeita harmonia. Contudo, por mais que eu estivesse extasiada pela decoração, não poderia perder o meu foco: convencer Reginald Hargreeves a voltar a investir na minha pós-graduação, eu possuía um bom plano, só faltava que desse certo. O líder do grupo e eu subimos as escadas e andamos até uma área de cozinha e sala de lazer integradas, que tinha uma estética moderna e completamente distinta do hall da mansão, nem parecia ser a mesma casa. Os demais membros da Sparrow Academy encontravam-se sentados à mesa, terminando de almoçar sossegadamente. Quando me viram, todos ficaram imediatamente sérios e calados.