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Poucos raios de luz conseguiam entrar no quarto e a luz vinda do velho abajur estava bem fraca, era mais um daqueles dias que acordávamos as 13:00 da tarde depois de passarmos a madrugada inteira acordados curtindo um ao outro, Bob pela primeira vez desde que começamos a sair estava a semana inteira livre, e desde então não tinha um minuto do dia que não estávamos juntos.
Eu acordei com uma leve melodia vindas do violão de Bob, ele estava sentado de costas para mim do outro lado do pequeno quarto mal iluminado, revezando entre tocar violão e dedilhar a máquina de escrever, eu conseguia ver ele soltando fumaça pela boca que se espalhava por todo o quarto junto do cheiro de maconha que foi um dos motivos que me fizeram despertar.
— Bom di-quer dizer boa tarde — escutei Bob dizer assim que comecei a me movimentar na cama.
Ele começa a tocar de novo dessa vez virado de frente para mim, a forma com que seus dedos deslizavam pelas cordas e como ele cantarolava para si mesmo com o cigarro no canto da boca, ele era como uma obra de arte, meus olhos se fixaram nele e por alguns segundos eu esqueci do mundo, eram apenas eu, ele e aquele violão.
— Hmm, volta pra cama — eu choraminguei.
— Preciso escrever — ele murmurou, e eu choraminguei fazendo um olhar de súplica o fazendo sorrir — Não me olhe assim.
O relógio em cima da mesa cabeceira do meu lado me distanciou dos meus pensamentos impuros, eu tinha meia hora pra chegar no meu trabalho e isso no final das contas era bom levando em conta que nos dias anteriores eu acordava duas horas depois do horário que deveria estar lá.
— Onde você vai? — Bob perguntou me observando começar a abotoar minha camisa social.
— Trabalhar, não quero pegar mais horas extras até porque eu já estou devendo muitas.
Foi só fechar minha boca para Bob se levantar colocando o violão de lado e me agarrar me jogando de volta pra cama, ele beijava meu rosto acompanhados de suas mãos deslizando pelo meu corpo me fazendo cócegas, minha risada ecoava pelo quarto inteiro enquanto tentava reprimi-lo, mas ele continuava com seus olhos brilhando de excitação fazendo nossas risadas se misturarem.
— Bob, pare, pare, por favor! — eu disse tentando me recuperar da crise de risos — Eu estou falando sério, eu preciso ir.
— Eu estou aqui para você meu amor, você não precisa deles — ele sussurrava passeando a mão pelo meu rosto, seu corpo ainda inclinado sobre mim — Você só precisa ficar aqui comigo.
Agora é que eu não iria pra nenhum lugar mesmo, eu só precisava estar em qualquer lugar com ele. Depois ele me encarou com aqueles olhos azuis, eles eram a minha perdição, Bob poderia me pedir qualquer coisa naquele momento, eu entregaria minha vida nas mãos dele e com muito prazer, ela não era tão importante sem ele.
— Um dia eu vou comprar essa empresa e dar de presente pra você. — Bob disse colando os lábios nos meus me fazendo sorrir novamente.
