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Eu não era literalmente uma groupie, nunca me relacionei com mais de dois rockstars mas tinham essa impressão de mim por sempre me relacionar com Liam depois dos shows do Oasis, e apenas isso, nunca passava de uma noite. Minha figura ficou tão carimbada nos shows que eu tinha acesso aos bastidores e até ao camarim, em uma dessas noites Liam me chamou para acompanhar a banda em uma turnê nos Estados Unidos e eu fui, depois soube que a ideia foi dos outros integrantes da banda pra ver se eu conseguia diminuir os ânimos dele que sempre estavam aflorados, segundo eles a minha presença nas pequenas séries de shows na Inglaterra tinham uma importância significativa no humor e nas suas perfomances.
No final não deu outra, no início da tarde Noel e Liam começaram a brigar como nunca pelo telefone, pra variar, ele ficou tão puto da vida que começava a andar pelo quarto derrubando com raiva tudo o que via pela frente enquanto berrava no telefone e era possível escutar os gritos de Noel no outro lado. Assim que desligou o telefone de gancho do hotel o arremessou para o outro lado, eu ficaria assustada se fosse a primeira vez que presenciasse alguma cena parecida mas aquela era a terceira vez em duas semanas, ele andava como um louco de um lado para outro xingando até último fio do cabelo do irmão.
— Você tem que ficar calmo, mantenha a cabeça no lugar — falei enquanto ele dava a décima volta no quarto.
— Esse maldito idiota, eu ainda vou matar ele! — ele exclamou com raiva.
Não conseguia não achar aquela cena engraçada, era muito cômico na minha cabeça, ele perambulando pelo lugar murmurando palavrões para si mesmo naquele sotaque britânico puxado de Manchester, eu colocava a mão no rosto tentando de todas as formas abafar minha risada.
— Está achando engraçado? — Liam murmurou irritado — Vou pular de uma ponte se tiver que continuar nisso por mais três anos. Estou a um fio de cancelar esses malditos shows que restam!
— Não fala isso, meu bem — eu disse suavemente — Pense nos fãs, vocês precisam fazer o show pra eles. Depois pense na sua mãe, ela gostaria que pelo menos vocês dois se suportassem.
Ele finalmente sentou em um pequeno sofá, jogou a cabeça pra trás e acendeu um cigarro, eu me sentei do seu lado acariciando seu cabelo e procurando uma maneira de deixá-lo mais calmo. Eu tinha razão sobre o que disse era obvio, era a coisa mais sensata a se pensar e fazer, as nossas noites juntos nem sempre eram só sexuais, nós conversávamos sobre assuntos profundos e outros nem tanto, ele me contou sobre sua criação e sobre sua visão do futuro que ele fazia questão de dizer que nunca contara pra mais ninguém me fazendo sentir a única mulher no mundo.
Me levantei e fui em direção ao frigobar do quarto e peguei duas garrafas de cerveja entreguei uma pra Liam que logo abriu e deu um gole, era como se ele estivesse perdido em pensamentos mas prestes a explodir a qualquer momento. Assim que dei alguns goles na minha cerveja fui em direção a Liam que ainda estava sentado no sofá, coloquei minhas pernas em volta dele e sentei em seu colo, a medida que nos beijávamos eu tentava de forma desesperada desabotoar seu cinto mudando seu humor em segundos um sorriso se abriu no rosto dele, ele amava quando eu fazia isso, quando estávamos no meio do beijo escutamos batidas na porta. Merda! E lá vamos nós de novo, Liam suspirou forte revirando os olhos e cerrou os punhos pronto para matar alguém.
— Deixa que eu vou — disse indo em direção a porta antes que ele fosse e desse um tiro em qualquer um que estivesse do outro lado.
— Vamos testar o som em dez minutos — um homem baixo disse assim que abri a porta, ele deveria ser algum dos organizadores da turnê.
— Que tal vinte minutos? — eu disse com um sorriso amarelo, só existia uma resposta correta para aquela pergunta, um "Sim" ou Liam derrubaria aquele hotel.
— Uma hora! — Liam gritou no fundo.
— E uma hora? — eu perguntei ainda sem jeito.
— Dez minutos senhora, precisamos testar até três horas antes do sho— o homem disse mas foi interrompido pelo grito de Liam.
— Vão se foder vocês todos, bastardos de merda!
Logo sai para fora do quarto fechando a porta e deixando Liam lá dentro, ele com certeza não estava ajudando.
— Se Noel olhar torto pro Liam o que provavelmente vai acontecer não vai ter mais show, por favor apenas nos dê quarenta minutos — eu disse implorando, só faltou em me ajoelhar na frente dele.
— Ok, vocês podem descer mais tarde — depois de alguns segundos o homem respondeu, evidentemente um pouco assustado.
— Obrigado — eu disse com um suspiro de alívio — vou acalmar ele, eu prometo.
Entrei de volta no quarto fechando a porta atrás de mim. Liam continuava no mesmo lugar no sofá, deixei ele acabar de fumar seu cigarro e dar o último gole na cerveja, assim que ele acabou nos encaramos por alguns segundos, ele me olhava com o sorriso mais cafajeste do mundo.
— Então, vamos ao que realmente importa — ele quebrou o silêncio acabando de desafivelar o cinto.
Não tinha crise que um sexo bem feito e um baseado bem bolado não resolvesse, fizemos antes da passagem de som, antes e depois do show, ele terminou a turnê sem nenhuma briga e nenhuma guitarra quebrada, e eu percebia os shows ficando cada vez melhores, eu estava sempre próxima ao palco e ele entre uma música ou outra corria pra me beijar e no final da turnê até me chamaram para acompanhar as gravações do disco novo. Liam se comportou muito bem do dia em que saí com ele em diante, ele só precisava de uma mulher pra mandar nele e funcionou muito bem, questione meus métodos mas nunca meus resultados.
