CAPÍTULO XXIX

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"Eu quase consigo ouvir o silêncio, o que para muitos parece impossível, é a lástima com a qual convivo. E tudo parece ficar tão vazio que nem mais escuto as palpitações do meu peito. E é na certeza do nada, que meu ódio se alimenta. Que minha fome se inflama e minha ira se descontrola. Me banhando de inveja do nascimento até o dia de minha morte. Eu não tolero a insignificância deste corpo frágil, sei que minha pele um dia já foi escama e que minha alma um dia já foi fogo, então não sei viver sem desejar o meu direito de ouvir. De ouvir nem que sejam gritos. De ouvir nem que seja dor. Não há conserto para o meu coração envenenado. E se eu tenho que ser o mal na terra, que assim seja, pois não suporto mais as sombras da grandiosidade da suposta irmã que arrumaram para mim. Ninguém pensou em como me sentiria sendo sempre o escudo e não a lança.
Eu não reivindicarei nada para Visenya Targaryen, pegarei tudo que eu puder de volta para mim. Porque eu sou a antiga Valíria, eu sou a antiga casa do dragão, e sou descendente de nobres guerreiros e não de usurpadores assassinos. Os sonhos não salvaram a escória de Valíria, eles os trouxeram para cá para que perecessem como imundos, uma morte indigna, uma morte por aço e não por fogo. Os Targaryens serão depostos e extintos. Este é o karma deles."

– O que você faz? – Pergunta Yrsax para Frey.
– É melhor que seja nada mesmo – ele dá as costas – é sério. – Ele enfatiza
voltando a olhar para ela.
– Eu só estou lendo. Veja! – ela mostra o livro – não é nada.
– Seus "nadas" são sempre responsáveis por confusões. – Ele volta a dizer com
um olhar desconfiado.

Quando Yrsax volta a caminhar na direção da saída do celeiro, Freydix puxa o livro que realmente estava lendo, algo proibido para ela, pelo menos nessa idade. "A guerra das torres de Meraxes" não era um livro fácil de entender e por isso necessitava de uma compreensão avançada para entender todos os conflitos políticos e as motivações de cada família, Marrom não queria encorajar seus filhos a serem rebeldes então, as crianças muito novas não podiam ler por contra própria.

– Ei! – Chama Frey quando vê Visenya passar na porta do celeiro. Sua irmã rapidamente vai conferir.
– Você me chamou? – ela pergunta querendo confirmar.
– Sim. Olha o que eu peguei! – Frey mostra o livro para Visenya que também não tinha idade para lê-lo ainda.
– Você não deveria tá com isso! Onde você pegou? – Visenya pergunta.
– Com a Hadine! – Ela fala abertamente.
– Frey! – Ela diz em tom repreensivo. – Você sabe que o nosso pai não gosta da
Hadine, não é para você falar com ela.
– Eu sei, eu sei. – Ela afirma – mas, Vise, é só um livro. Você não quer saber por
que não podemos ler? – a garota pergunta.
Visenya olha para os lados desconfiada e sussurra baixo – eu quero! – se jogando
no feno – mas será que devemos?
– Voamos nas costas de um dragão de verdade e você tem medo de folhas? – Frey
questiona.
– Se o Marrom souber, nós duas vamos morrer! – ela exclama como se fosse uma
verdade absoluta. Você já leu algo? – pergunta;
– Não, estava esperando você. – A garota responde.
– O que será que tem nele? Anda leia logo. – Visenya fala com euforia.

 – Visenya fala com euforia

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