POSSESSIVE XXIII

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SASUKE NARRANDO

Ela estava transtornada.

Sakura estava em um silencio brutal em minha cama, com sua cabeça baixa.

Qualquer um que olhasse acharia que ela parece apenas uma boneca, uma boneca triste e arrasada.

Senti meu peito apertar e uma dor me consumir.

Ver ela assim está me matando, me consumindo. Juro que estou tentando me controlar, mas está ficando difícil.

Eu faria qualquer coisa para tirar essa dor dela.

E eu seria um mentiroso se falasse que a ideia de destruir a mãe dela não tenha passado pela minha cabeça, destruir todos de sua família. Mas eu jamais faria isso, pois fazer isso seria para suprir o meu ódio, não a dor dela.

Na verdade, a dor para ela apenas aumentaria.

— Querida. — Sussurrei, puxando o rosto dela para eu ver.

Seus olhos estavam opacos e sem brilho, Sakura estava tendo uma luta interna infernal e eu queria poder protegê-la disso.

Eu não duvidaria que meus olhos estavam sem luz alguma também, sentindo raiva e tristeza pelo que ela estava passando.

Sakura não merece isso.

Ela merece o mundo, ela merece uma família boa, que todas as coisas que ela queira se realizam. E eu estou mais que disposto fazer isso acontecer.

Dei um sorriso fraco para ela, tentando mostrar que eu estava ali para ela.

Sempre.

Minha namorada tentou dar um pequeno sorriso, mas falhou. Eu apenas acariciei seu rosto.

Com um pequeno suspiro, puxando o lenço molhado.

Sakura não reagia, deixando eu passar o pano em seus lábios.

Ela parecia estar concentrada em sua mente, não ligando para o que fazia ou a feição que dominava meu rosto.

Alguém ousou machucá-la. Alguém ousou machucar a minha Sakura.

A angústia apenas aumentou quando consegui olhar direito esse machucado, uma ferida não muito grande que havia dominado a parte direita de ambos os lábios.

Minha própria mente começou a me levar para lugares ruins e apenas a lembrança da cena em que eu vi, me fazia ficar com ódio novamente.

Eu jamais esqueceria o sentimento que tive, a vontade infernal de destruir todos daquela maldita casa, mas então eu vi.

Eu vi seus olhos, que sempre foram alegres, estarem destruídos e amedrontados.

Olhei para seus olhos novamente, vendo fragmentos desse sentimento ainda lá.

Ela não contraiu de dor enquanto eu limpava seu machucado, era como se apenas a tivesse aceitado e isso me destruiu.

Eu queria chorar por Sakura.

Eu quero destruir o mundo por ela.

Seu rosto caiu na minha outra mão, mostrando o quão cansada ela está.

Dei um beijo em sua testa, assim que terminei de limpar a ferida.

—Vai ficar tudo bem, meu amor. — Falei, acariciando seu rosto novamente. ­— Eu vou fazer que tudo fique.

Ela lançou seus olhos para mim.

E mesmo com toda aquela dor, eu conseguia ver o amor transbordando pela minha pessoa.

Acariciei novamente seu rosto, sentindo meu peito urrar de dor.

Triste, eu fui até o meu armário, puxando uma blusa grande e confortável minha.

Sakura ficou parada em todo processo em que tirei suas roupas, não se mexendo em nenhum segundo.

Novamente ela apenas parecia um manequim sem vida ou vontades, eu me sinto sufocado ao vê-la com tanto sofrimento.

Eu nunca quis tanto na vida escutar Sakura me chamando de "Maldito Uchiha" ou sorrindo desaforadamente para mim.

Dei um beijo sem sua bochecha, enquanto eu a puxava para o meu colo e levava até meu banheiro conjugado.

A banheira que eu havia preparado estava bem quente, exatamente do jeito que ela gosta e do modo apropriado para relaxar.

Coloquei seu corpo na banheira, ficando do lado de fora.

Sakura deitou sua cabeça nos joelhos, como se apenas quisesse chorar. Dei um beijo em seu ombro, assim que me coloquei de joelhos.

Sakura tremeu, mostrando sua primeira reação.

Prendi seu cabelo, um pouco mais feliz por ela ter mostrado alguma coisa, e joguei um pouco de água nas suas costas.

Ela tremeu, mas continuei ensaboando a região.

O banho se passou com Sakura completamente imóvel e eu a ensaboando enquanto falava que tudo ficaria bem e que a amo.

A meia hora que passamos lá, não pareceu ser suficiente para fazê-la relaxar.

Coloquei uma Sakura embolada em toalhas em cima da pia, finalmente colocando a minha blusa quente e uma roupa intima nova nela.

Eu havia comprado mais roupas do que posso contar para Sakura, todas ficaram guardadas no meu armário assim que começamos a namorar. Eu não tinha tido tempo para mostrar para ela ainda, é uma pena que seja nessa situação que ela vá usar sua primeira peça.

Eu talvez deveria ter colocado um dos pijamas enormes e fofos que eu comprei para ela, mas nesse momento sinto que ela precisa de conforto, de algo conhecido.

Beijei sua testa, nos levando de volta para o quarto, e novamente eu sussurrava que tudo daria certo.

E vai dar.

Eu vou fazer dar.

— Obrigado. — Ela sussurrou baixinho, após voltarmos para o quarto.

Meu peito doeu com aquela voz cansada e triste. Ela sempre estava alegre, rindo e espalhando felicidade por aí.

Ela não deveria ter essa voz exausta.

Beijei seus lábios lentamente, tentando mostrar todo meu carinho e apoio para ela.

A deitei na cama, indo bem ao seu lado.

Escutei meu celular vibrar na mesa e imediatamente conclui que era Gaara preocupado. Eu nunca fui o maior fã dele, mas vou ser eternamente grato por ele ter me mandado aquela mensagem.

Não peguei o celular, eu iria dar atenção apenas para Sakura agora.

Sakura, pela primeira vez se movia, passando seus braços por mim e escondendo sua cabeça no meu pescoço.

Acariciei seus cabelos, enquanto ela apenas me abraçou mais forte.

Sentindo o peso no meu coração, minha única reação foi puxá-la e a abraçar tão forte quanto.

E diferente de todas as vezes em que estivemos no meu quarto, esse foi o nosso momento mais profundo de intimidade, enquanto Sakura chorava baixinho e eu apenas fiquei abraçado com ela, prometendo que faria tudo dar certo.

Possessive - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora