capítulo quatorze

707 79 7
                                    

Maratona 1/6

Massachusetts- Boston

- estamos em Boston?, aonde estamos indo?.- perguntei pela vigésima vez, Lawrence não falava comigo, apenas ria dando de ombros.

Nove e quarentena era o horário marcado na tela em meu celular, bufei impaciente, tive que ver alguns vídeos para o tempo passar correndo.

Minha visão ficou turva por um momento, bocejei sentido o sono chegar, larguei o celular de qualquer jeito em meu colo, me entregando ao sono.

- me desculpe por chegar tão tarde, tive aula e acabei perdendo o horário.- a voz estava distante, meu corpo sacolejava a cada passo dado, estava em braços macios.

- não há incômodo algum senhor, fiquei um pouco para ver a garôa, a égua está forte como um touro.- a voz ainda continuava distante, sorrir ao ver que estava sonhando.

- cuidado na estrada Thomas, irei cuidar da fazenda o fim de semana, seu pagamento já foi depositado.- franzi o cenho, aonde estávamos?.

Parecia estar caminhando por um longo caminho, meu corpo foi acolhido por colchões macios, o ambiente cheirava a coisas novas, os lençóis frios me dava mais sono.

- Camila.....camz.- minha bochecha ficou molhada, não só uma vez, diversas vezes.- você precisa comer alguma coisa.

- hum?.- resmunguei, tentando abrir os olhos, fiquei com medo da claridade estar alta, Lawrence havia bloqueado a luz.

Abrir os olhos levemente, tendo suas esmeraldas me fitando, com um sorriso presunçoso nos lábios.

- me carregou até aqui?.- céus, eu deveria estar pesada.

- poderia te carregar para qualquer lugar.- beijou meu rosto novamente, se levantando.- vamos jantar, assim te levo para conhecer o local.

- aonde estamos?, lembro de estarmos em Boston.- ele assentiu.- pretende me sequestrar?.

- isso seria crime, estamos em Boston, em uma pequena fazenda afastada da cidade.

- nunca havia me dito que tinha uma fazenda.- eu não sabia de muitas coisas sobre ele.

- acho que antes de começarmos um relacionamento, precisamos conhecer um ao outro, não é mesmo?.- concordei.- vamos conversar quando estivermos jantando, venha.

Fomos até o andar de baixo, meu estômago roncou ao ver a mesa posta.

Pães, lagostas, camarões caranguejos e ostras, oh meu deus....eu iria explodir de tanto comer.

Antes de se sentar, Lawrence havia puxado a cadeira para mim, enchendo a taça que percebi está a mesa, com vinho branco, nunca havia provado, apenas ouvi boatos que era muito seco.

Ele sentou a minha frente, brindamos com um sorriso no rosto, o sorriso logo desfez quando sentimos o sabor do vinho, Lawrence tossia, ele havia ingerido boa parte.

- eu não consigo tomar isso, pareço estar engolindo farinha de tão seco.- recolheu as taças , jogando o conteúdo a pia.

- cervejas vai bem em um prato com frutos do mar.- sugeri, foi apenas uma sugestão.

- temos cerveja.- abriu a geladeira, retirando quatro latinhas de lá, a geladeira estava cheia, ele havia mandado encher a geladeira com legumes, bebidas entre outras coisas.- se não se importa, gosto de comer com a mão, é gostoso.

- eu amo coisas simples, nada extraordinário law, comer com a mão e poder se lambuzar vai ser o Melhor.- ele sorriu, pegando o camarão da grande panela, estava tudo junto, molhos, milho, caranguejo.

De tudo presente a mesa , eu sou apaixonada pelo caranguejo, algo que mal havia carne.

- me conta sobre sua família.- nunca havíamos chegado lá, ele parou um pouco para pensar, deveria estar procurando as palavras certas.

- se eu não me engano, minha mãe mora em Weston, Miami, meu pai eu não sei por onde anda, ele sumiu após agredi-la, tenho dois irmãos, Richard e Robert , Richard atualmente tem vinte e oito, Robert trinta, eu sou o mais novo com vinte e seis.

- você nunca fala sobre ela, não se dão bem?.- eu estava curiosa, mesmo assim, tinha medo que tocasse em algum assunto delicado e ele ficasse com raiva.

- não posso usar esse termo, acho que não fui planejado como os meus irmãos, talvez possam ter cometido um deslize e eu tô aqui agora, independente de tudo, ela é minha mãe, apenas não temos contato.

- e seus irmãos?.

- Richard nunca gostou de mim, algo que eu não sei explicar, ele parece ter ódio, não suporta estar no mesmo lugar que eu, isso foi algo que eu deixei para trás, Robert é de ficar na dele , ele apenas observa, quando menor , ele cuidou de mim em certos momentos, me salvou de quase ter caído da escada, foi a minha formatura quando ninguém foi, foram poucas lembranças, porém todas marcante.

Lawrence explicava tudo com um sorriso no rosto, não tinha tempo ruim para ele, até nos momentos difíceis.

- sinto muito por tudo que tenha passado, e realmente doloroso ter que passar por isso, tem uma pessoa....que eu gostaria de saber sobre ela , Alexa, lembra?, você falou enquanto estava bêbado.

- ah sim, Alexa, fomos bons amigos, não temos contato um com o outro hoje em dia, eu havia acabado de se mudar, o pai dela e ela levaram donuts como boas vindas, confesso que eu era guloso e ainda sou, ela disse que gostava de brincar com bonecas, eu disse que poderia também, acho que por isso gosto das princesas, se eu não me engano, ela deve estar com seus vinte e quatro anos.

Fitei o arroz em meu prato, não acredito que havia ficado com ciúmes de uma amiga de infância, vinte e quatro anos , ótimo, eu era uma criança perto dela.

- me conta sobre você agora.- tomei um gole da cerveja, molhando minha garganta para poder começar.

- sou filha única, meus pais são casados a anos, desde o tempo da pedra.- rimos.- moro com eles ainda, só posso sair de casa quando me casar e eles tem uma empresa, acho que um pedaço dela está dividida ente os países, e essa fazenda?, me conta como conseguiu.

- o hospital começou a encher minha conta bancária de um dia para o outro, não sabia o que fazer com tanto dinheiro, primeiro eu pensei, preciso de um carro, casa e uma fazenda , algo para o lazer, depois pensei novamente e disse, não não, prioridade é minha casa , comprei o apartamento, adiantei tudo que deveria ser quitado, no mês seguinte eu comprei um carro zero , diretamente na loja, nada esportivo ou chamativo, um carro classe média estava bom para mim, e por último, a fazenda ainda preciso enche-la de bichos, por enquanto, tenho dois cavalos, a garôa que é uma égua, e o trovoada que é um macho, tenho três vacas, dois bois, galinha é o que eu mais tenho, e por último, porcos, ainda é preciso muitos animais, eu não posso estar aqui todos os dias ou vim três vezes na semana, os bichos precisam não só de cuidados e sim de bastante atenção e carinho, isso fazem com que eles fiquem carinhosos.

- tem certeza que escolheu a profissão certa?, daria um bom fazendeiro.- imaginar ele de botas, uma calça apertada, camisa xadrez e um chapéu de couro em sua cabeça, era uma tarefa fácil.

- pretendo viver na fazenda assim que me aposentar, está um pouco tarde, ainda sim quero te levar a um lugar.

Assenti animada, voltando a comer , conversamos sobre tudo, indo até os mínimos detalhes, eu não tinha dúvidas, eu queria ele, de todas as formas, namorado, marido, eu queria Lawrence jauregui.

Doutor Jauregui Where stories live. Discover now