4. A Dor do Silêncio

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Cinco dias.

Faziam cinco dias que Ana estava deitada naquela cama, agarrada aos travesseiros como se fossem seu bote salva vidas.

Bandejas com as refeições eram colocadas a sua disposição, mas pouco eram mexidas.

Ela tomava seu banho usando o mínimo que podia no banheiro luxuoso e voltava ao seu estada catatônico.

Era triste de ver, a tristeza transbordando por seus olhos até que ela cansava e dormia.

- Perdemos duas mulas, Don.- disse Tom entrando no escritório, encontrando Robert parado olhando para o monitor de seu notebook.- Ela ainda está do mesmo jeito?

Ele ignorou a pergunta invasiva do conselheiro e o encarou.

- Como assim perderam duas mulas?- Seu mau humor era latente. Além da falta de sexo ainda tinha Ana daquele jeito depressivo sobre sua cama.

Ele estava dormindo no quarto de visitas, dando um tempo para ela,  mas estava cansado e queria sua cama.

- Elas morderam a peteca e a droga explodiu dentro delas.

Robert apertou as têmporas, estressado.

- Mais alguma baixa? Você foi até o galpão ver se tudo estava bem com as outras?- quis saber.

Antes que Tom pudesse responder a porta do escritório se abriu e, para a surpresa de Robert,  Ana entrou.

Ele observou que ela estava usando um dos moletons que ele tinha providenciado junto com todo um closet montado para ela.

- Eu quero ir pra casa.- ela disse com a voz fraca.

Tom saiu do escritório sem pedir permissão, deixando os dois ali.

Robert uniu as mãos sobre a mesa de mogno.

- Você está em casa.- disse a encarando.

Era o caos em pessoa.

Os olhos castanhos se encheram de lágrimas e ela passou a mão no cabelo bagunçado, uma expressão de tortura assumindo sua face.

- Eu não sei o que estou fazendo aqui.- disse abrindo os braços em desespero.

- Quando estiver pronta eu vou te explicar.

- Meu Deus, isso é bizarro! Estamos em 2024 e você acha mesmo que vai poder me prender numa casa?- uma pontada de raiva tingiu sua voz.- Eu quero sair daqui, quero ter a minha vida, você me privou...

Robert se levantou, apoiando as mãos na mesa.

- Eu não te privei de nada!- ele aumentou a voz.- Em nenhum momento disse que você tinha que ficar trancada na porta do quarto.

- EU QUERO IR EMBORA!

- VAI FICAR QUERENDO!

- EU ODEIO VOCÊ!- Ana gritou pegando um vaso esquisito na estante e jogando no chão. Um pó cinza se espalhou pelo corpo dela e por todo escritório.- O que tinha aqui?

- As cinzas do meu pai.- ele disse com o maxilar travado e o rosto em chamas. A garota encolheu os ombros, talvez sua raiva tivesse lhe feito ir longe demais.- Volte para o seu quarto, Ana Carla.

- Eu quero sair daqui...

- Volte para o seu quarto.

- Eu não...

- TOM!- a porta se abriu e Tom olhou assustado para o chão.- TIRA ELA DAQUI E TRANCA ELA NO QUARTO POR TRÊS DIAS SEM AGUA E COMIDA.

- O que?- Tom tirou a expressão de choque da boca de Ana.

-AGORA!

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ElisaMesquita0
lara2007santos
umalufanazinha

ROBERT PATTINSON | PANDORA | A PERDIÇÃO DO MAFIOSO Where stories live. Discover now