16. Culpa Dela

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- Que lugar é esse?- Ana perguntou quando a porta da SUV se abriu e ela se viu na frente de um galpão escuro no meio do vários outros galpões.- Marcus?! Ele precisa de um hospital!

- Não podemos levar ele, Ana.- foi Rebeca quem respondeu enquanto quatro homens vinham correndo empurrando uma maca.

- ELE PRECISA DE UM MEDICO.- ela gritou desesperada.

- O Dr. Rafael está com centro cirúrgico esperando por ele.- a segurança disse segurando Ana pelos ombros.- Ele vai ficar bem.

Ela olhou Robert ser levado para dentro as pressas, ele estava lívido, os olhos fechados, a camisa branca coberta de sangue.

Rebeca segurou Ana pela mão e a levou para dentro do galpão. A garota não esperava pelo o que encontrou. Ao contrário da escuridão e aparente desleixo da parte de fora, o lado de dentro era muito iluminado, com paredes em porcelanato branco e tudo muito limpo.

Era um hospital? Sim, era um hospital clandestino.

Ela viu Robert ser levado pelas portas janelas e ficou para trás, parada no corredor, encarando seu próprio reflexo nos vidros da porta.

Ela estava coberta de sangue dos pés a cabeça. Seu rosto metade estava maquiado e metade meio vermelho, o batom tinha sido borrado e quando fechava os olhos ela ainda podia sentir o gostos dos lábios de Robert nos seus.

Ana escondeu o rosto entre as mãos, subindo para o cabelo, encarando seus dedos sujos e pegajosos. Tinha sangue seco em baixo de suas unhas longas e quadradas.

Sangue dele. Nunca ela teve tanta certeza do tamanho do perigo que era estar ao lado dele como tinha agora.

- Eu tenho que sair daqui.- sussurrou para si mesma,girando nos calcanhares e indo em direção a porta no mesmo momento em que Tom entrava acompanhado de Graça.

- Rafael está com ele, Ana?- a senhora perguntou, se apoiando em sua bengala.

Ana não respondeu, seus olhos estavam em Tom. O conselheiro estava com o rosto sujo de sangue e com uma expressão de dor no rosto.

- Você matou ele?- a garota perguntou para ele.

- Ele conseguiu fugir.- respondeu travando o maxilar.- Mas eu o atingi no braço.

- EU o atingi no braco.- Ana disse alto,fazendo o conselheiro franzir o cenho.- Quer dizer que além de deixar o seu Don sem proteção...

- Eu não o deixei sem...

A bengala de Graça bateu em seu peito.

- Não interrompa a sua Pandora.- ela disse.

Tom bufou.

- Ela não é minha Pandora- disse ultrajado.- Ela sequer sabe o que isso significa. A culpa de Robert estar quase morto é dela.

Graça arfou.

- Você ousa?

- Sim, vovó, eu ouso sim! Ela saiu correndo para rua, ela levou ele para aquele beco, ela quer a morte de todos nós.

Ana não respondeu, ignorou o olhar da senhora e a acusação do conselheiro e marchou para rua.

Tom tinha razão.

Era culpa dela. Se tivesse ficado, se tivesse decidido... ele não tinha quase virado uma peneira.

Ana sentou na calçada em frente ao galpão, ouvindo a porta abrir minutos depois, não precisou olhar para saber que era Rebeca.

- Ele está fora de perigo.- disse a segurança e Ana soltou o ar que nem sabia estar prendendo. Junto com a respiração pesadas vieram as lágrimas, grossas, cheias de um sentimento que ela não ousava nomear.

Ana sentiu a mão de Rebeca pousar em seu ombro direito enquanto ela soluçava alto para a escuridão.

Era culpa dela.

Tudo aquilo era culpa dela.






Bruna020_
ElisaMesquita0
lara2007santos
umalufanazinha

ROBERT PATTINSON | PANDORA | A PERDIÇÃO DO MAFIOSO Where stories live. Discover now