22. Somos Só Nós Dois

56 6 4
                                    

Parecia que Robert tinha voltado no tempo. Sentado na poltrona onde estava, velando pelo sono de Ana na cama a sua frente, ele se lembrava do primeiro dia em que ela acordou em seus domínios.

Não parecia que o tempo tinha passado,dois meses para ser exato. No entanto aquela manhã não tinha nada a parecer com a primeira manhã.

A começar pelo lugar onde estavam.

Era realmente um quarto, mas não estavam em sua mansão em Los Angeles. Estavam no Brasil, em uma ilha isolada,cercados pelos quatro cantos atrás da Mata selvagem de soldados armados até os dentes.

Robert não tinha a intenção de mostrar para ela aquele lugar antes que eles estivesse juntos de verdade,mas as circunstâncias os trouxe até ali.

Foram dias infernais até aquele momento.

Depois que ele a resgatou e ela se perdeu em seus braços, Robert precisou dar um banho nela assim que entraram em seu jatinho,ela precisou ser medicada pois o choque de tudo o que passou foi tão intenso que Ana entrou em surto.

Ele sequer conseguia pensar em todas as coisas horríveis que ela tinha passado. A medir pelo medo que sentiu ao descobrir que ela tinha sido obrigada a ingerir drogas tudo tinha sido muito pior.

Robert sabia que nenhum momento no mundo memória seu amor por ela de forma mais concreta do que aquela em que esteve desesperado com ela em seus braços.

Foi naquele momento que ele decidiu que amaria pelos dois.

Manter Ana longe estava fora de cogitação, então ele fazer o seu amor ser suficiente.

Robert foi tirado de suas divagações quando ela se mexeu sobre os lençóis brancos.

Ana estava coberta por hematomas,alguns mais intensos do que outros, mas o pior estava em seu rosto,  o lado esquerdo.

O filha da puta de Michael batia de direita e não teve a sensibilidade de revezar o tapa,deixando seus cinco dedos estampado no rosto da garota.

Um gosto amargo subia pela garganta de Robert ao lembrar que seu inimigo declarado estava a solta em algum lugar.

Ana começou a respirar de forma acelerada, seu peito subindo e descendo,seus braços abertos.

- Socorro!- ela gritou,a voz rouca,em desespero.

Robert levantou apressado, sentando ao seu lado na cama.

- Eu estou aqui, amor, shiu... eu estou aqui...- ele a ergueu pelos ombros, se enfiando atrás dela,mantendo ela abraçada em seu peito.

Ana se agarrou em seus braços,a respiração arfante, chorando copiosamente.

- Não.... Não... - Ela suplicou aos prantos,apertando suas mãos em volta dos pulsos de Robert.- Por favor.... por favor...

- Eu estou aqui, meu amor.- ele disse engolindo o nó que se formou em sua garganta, distribuindo beijos no alto de sua cabeça.

- Tira isso de mim!

- Eu já tirei, meu amor. Eu já tirei... Por favor,Ana... por favor...

- TIRA!- Ana chutou os lençóis,  se debatendo sobre a cama.

Deseprado,sem saber o que fazer, Robert se pós de pé com ela nos braços,se debatendo a todo instante, e saiu pela porta da sacada que dava direto na faixa de areia da praia.

O sol quente bateu em seu rosto, ferindo seus olhos, mas ele não parou e continuou em direção ao mar de ondas frias e grandes.

Ele entrou no mar com Ana em seus braços e quando a água alcançava sua cintura ele a colocou no chão, prendendo seus braços e deixando o mar a trouxesse de volta a realidade.

As ondas cobriam os dois e para quem via de fora parecia ser o quadro mais lindo e perfeito do mundo. Mas só Deus e Robert sabiam o quão desesperador foi aquele momento.

Ana se agarrou na camisa social dele, enquanto a camisola branca de seda que Robert tinha lhe colocado era encharcada pelo mar de água salgada.

Quando já não havia mais resistência da parte dela, nem gritos, nem choro, Robert aliviou o aperto de aço em sua volta.

Ana continuou agarrada a ele,sentindo o mar estabilizar sua respiração.

Até que,devagar, ela ergueu seu rosto, encontrando o olhar aflito de Robert que varreu seu rosto. Observando seu olho castanho um pouco inchado, seus lábios cortados... 

Não era o momento, não era o lugar e até podia ser que Ana estivesse em surto de novo, mas foi ela que se inclinou e o beijou.

Robert ficou meio segundo confuso, mas logo abraçou sua cintura e a ergueu do chão. A água fez com ela tivesse o peso de uma pena, e as ondas batendo contra os dois fizeram aquele momento insano parecer... alucinante.

Ana puxou o cabelo da única do mafioso e girou sua boca na dele, deixando que sua língua se envolvessem em uma dança única e sensual. O gosto salgado, que eles não sabiam ser das lágrimas ou das ondas se misturou com o doce de seus lábios e quando Ana gemeu em seus lábios Robert perdeu completamente o controle de tudo o que estava acontecendo.

Ele se viu caminhando até a areia com ela seus braços,colocando ela deitada na parte molhada e deixando seu corpo sobre o dela.

Ana arfou quando ele desceu as alças de sua camisola e abocanhou um de seus seios enquanto apertava o outro.

Ela o queria tanto. Precisava tanto sentir que pertencia a ele. Queria tanto que ele a livrasse de qualquer lembrança ruim!

Mas então em um gemido preso ela inclinou a cabeça para trás dando de cara com um par de pés gordinhos e uma bengala.

- Ai meu Deus!- Ana gritou empurrando Robert de cima dela, sentindo uma dor horrível ao se sentar de repente.

Os dois olharam para quem estava ali.

- Olha eu aqui de novo.- disse Graça sorrindo.

Robert bufou alto enquanto Ana olhava para ele envergonhada, se dando conta de tudo o que tinha acontecido.

- Mas que porra,vovó.- guinchou o mafioso.

- Olha o respeito,moleque.- ela disse batendo a bengala no chão.- Ande logo e venha me fazer um café.



N/a: referência da cena na foto abaixo

Bruna020_
ElisaMesquita0
lara2007santos
umalufanazinha

Bruna020_ElisaMesquita0lara2007santosumalufanazinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ROBERT PATTINSON | PANDORA | A PERDIÇÃO DO MAFIOSO Onde histórias criam vida. Descubra agora