Capítulo 2

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Vamos lá rir um pouquinho com esse casal que amo. Avisando que o livro já está completo na Amazon.


Se a carne é fraca, os meus argumentos para sair daquele quarto eram mais fracos ainda, pois encarar os olhos acinzentados e cheios de promessas do meu salvador nublou a minha mente. Fez meu cérebro virar gelatina, uma massa inútil sem um pingo de racionalidade. Além do mais, eu estava há tanto tempo sem sexo que fazia a sua proposta ser ainda mais tentadora. Tudo bem, não era tanto tempo assim. Seis meses não podia ser considerado tempo demais, podia? 

Tinha o fato de que eu havia prometido há pouco que não dormiria com nenhum estranho, mas tecnicamente não estaria quebrando uma promessa, já que não estava em uma balada nem nada. Não é? 

Eu tinha 23 anos, morava com a minha avó paterna desde que a minha mãe morreu há dez anos, trabalhava muito para conseguir me manter. Quando desisti do curso de medicina no terceiro período para cursar marketing, meu pai deixou de me ajudar financeiramente, pois, ou as coisas eram como ele queria, ou nada feito. Entretanto, eu era uma mulher de fibra, um pouco sem sorte, desastrada, atrapalhada, romântica demais, mas não desistia facilmente das coisas.  Nunca, jamais.

Assim como não desistiria de tirar o atraso em terras cariocas, como tinha em mente. E a oportunidade estava bem ao alcance de minhas mãos, que desci por um peitoral definido até chegar à toalha sobre a sua cintura e arrancando-a de uma só vez. Ele prendeu a respiração e colocou as mãos em meus quadris puxando-me para mais perto. Seus olhos se prenderam nos meus. A fragrância da loção pós-barba preencheu minhas narinas, o cheiro de pele masculina estimulava como uma droga e me deixou muito excitada.

Mais cedo quando estava com o Juan, eu não tinha ficado nem perto de como me encontrava naquele momento, até pensei que não servia para fazer sexo casual. Faltou foi química, e era o que tinha de sobra com o meu salvador.

Pressionei os dedos em sua nuca e puxei sua boca para a minha, encontrando seus lábios macios, o gosto do creme dental misturado ao sabor dele.

Uma das mãos do estranho subiu pela minha coluna, para, em seguida, descer lentamente provocando um arrepio, queimando à medida que a palma encostava em minha pele. Suas mãos pareciam aquecedores, irradiando calor por onde passava.

Senti a força de seus dedos descer por minha bunda apertando a carne. Soltei um gemido abafado quando o beijo se tornou mais profundo e sua língua habilidosa percorreu lugares sensíveis, mostrando o tamanho da sua habilidade com a boca. O prazer foi crescendo, descargas fortes me percorriam inteira, fazendo a excitação aumentar como chamas ardentes, isso em um único beijo. Ele foi caminhando comigo grudada em seu corpo, como se eu não pesasse nada, empurrando-me para trás até que senti a quina da mesa contra meu traseiro. Só então percebi o rock dos anos 90, Stay do U2 que tocava ao fundo.

— Preciso saber o seu nome — arfei quando sua boca tocou meu pescoço.

Com um único braço e uma facilidade espantosa o estranho me ergueu, colocando-me sentada sobre a mesa fria. Eu nunca tinha sido olhada assim, com tamanho desejo. Minha nossa, sempre pensei que para sentir tanto tesão por alguém era necessário um certo envolvimento emocional, um tempo de conhecimento, talvez, mas estava enganada, ou toda a situação estava me deixando desequilibrada emocionalmente. Pode ser isso, um sequestro emocional que está me levando a fazer o que normalmente não faria.

Mentirosa, esqueceu do Juan? Minha mente traidora acabou me lembrando.

— Fernando e o seu?

— Sue, muito prazer. 

— É exatamente isso que vou te proporcionar, linda. Prazer como nunca sentiu.

Quebrando promessas? - DegustaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora