Capítulo 28

115 44 8
                                    

Segunda-feira era dia de aceitar novos desafios, resolver problemas, organizar a semana. Sempre que chegava ao trabalho tratava de eliminar qualquer negatividade interna e rejeitar as externas, dessa forma tinha certeza de que a semana seria maravilhosa.

Uma música do Nickelback, Far Away, começou a tocar no rádio enquanto dirigia para o trabalho me arrancando um sorriso. Lembrei da noite passada quando Fernando colocou uma playlist para tocar e eu ri do seu gosto musical, ele disse que tinha escolhido uma playlist no Spotify com o nome as 100 melhores românticas internacionais.

— Românticas internacionais? Quer dizer que tenho um namorado romântico? — perguntei enquanto ele tentava desabotoar os botões do vestido que eu estava usando.

— Está fazendo graça com a minha cara?

— De jeito nenhum, as 100 melhores românticas internacionais é algo muito sério para se fazer graça.

Ele perdeu a paciência com o vestido e puxou de uma vez arrancando todos os botões, jogando longe, em seguida fez o mesmo com a calcinha dando um tapa na minha bunda que nem chegou a doer de fato, isso por estar zombando dele.

— Isso foi romântico o suficiente para você? — sussurrou me jogando na cama em seguida.

Ele estava tentando fazer cara de bravo, mas o sorrisinho no canto dos lábios o deletou.

— Sim, muito. Na verdade, foi perfeito, romântico e com pegada dura. Do jeito que eu gosto.

— Quer dizer que tenho uma namorada bem safada que gosta de pegada mais bruta?

— Acho que isso você já sabia. Com você eu gosto de tudo, até do soca fofo.

— Como é? Suellen?

Fizemos amor ao som de Spanish Guitar, e, cara, foi realmente perfeito.

Cheguei ao hospital um pouco adiantada. Tinha ido levar o Fernando e a Talita ao aeroporto, os dois foram para São Paulo. A princípio ele não queria deixar levá-los, até pensei que era ciúme de eu voltar dirigindo o carro dele. Claro que ele negou, disse que não queria dar trabalho.

No domingo, dia seguinte da festa, não conversei com a Júlia, ela teve plantão o dia todo, só falamos no grupo mesmo. Não quis perguntar nada para a Lizie se ela sabia ou não do envolvimento dos dois, então só falamos sobre o dilema da Lizie ao ter que escolher entre os dois jogadores da liga europeia.

Durante o dia, recebi várias mensagens elogiando o evento, tive uma reunião com a equipe para o balanço geral da noite. Quase explodi de tanta felicidade porque os resultados foram além do esperado. Fernando mandou flores parabenizando e uma caixa de chocolates. Meu pai não escondeu o tamanho do orgulho que estava sentindo e me encheu de elogios. Estava saindo da sala de reuniões em direção a minha sala quando ouvi sua voz atrás de mim.

— Suellen, está tudo bem?

Encarei seu rosto e tive vontade de dizer que não, que eu sabia o que estava rolando entre ele e minha melhor amiga.

— Está sim, Doutor Saulo, por que a pergunta?

Ele ficou me encarando alguns instantes, balançou a cabeça em negação.

— Nada, só achei que está fria comigo. Parece que voltamos aos velhos tempos.

Franzi o cenho e antes que eu desse uma resposta atravessada, a voz da secretária dele chamou nossa atenção.

— Doutor Saulo, tem uma ligação para o senhor. Cora Rosália está na emergência, o senhor pode ir até lá agora?

— Claro, Rizia — respondeu dirigindo-se a mim em seguida. — Depois conversamos.

Quebrando promessas? - DegustaçãoWhere stories live. Discover now