CAPÍTULO 05

1.5K 203 293
                                    

Draco praguejou ao não ser atendido pelo maldito Potter. Ele olhou em seu relógio de bolso observando os ponteiros marcando o horário correto. Sem paciência, esmurrou a porta da casa com mais força.

— POTTER, ABRA ESSA PORCARIA DE PORTA OU EU VOU TE MATAR!

Quando finalmente a porta foi aberta, ele teve a visão de um Potter completamente sonolento com apenas uma calça de pijama e sem óculos. O Malfoy precisou reunir toda sua coragem para não descer os olhos pelo abdômen do rapaz, os cachos completamente bagunçados pareciam um ninho, os lábios levemente inchados e o rosto amassado denunciavam que ele estava dormindo.

— Bom dia — bocejou.

O loiro não respondeu, apenas adentrou a casa e a observou. Estava vazia, não tinha absolutamente nada nela.

— Você não trouxe suas coisas?

— Hm... — Harry murmurou sonolento enquanto andava, ele cambaleava de um lado para outro quase caindo em cima de Draco quando chegou mais perto — O que...? — sussurrou com um olho fechado e incomodado pela luz.

— Potter — Draco espalmou seu peito e o afastou — Seus móveis. Onde estão?

— No meu antigo apartamento.

— E por que você não os trouxe para cá?

— Uh... — ele fez um bico — Deixei para a próxima pessoa que for morar lá.

— Você vendeu o apartamento?

— Aluguei — bocejou mais uma vez — Por que está aqui tão cedo?

— Potter vai se arrumar — ele ordenou — Vamos comprar os móveis, anda logo.

Sem reclamar, ele subiu as escadas com certa preguiça. Draco soltou o ar que prendia, se encostando na parede e tirando o próprio rosto, deixando-o finalmente tomar o rubor que tanto tentou impedir.

"Maldito Potter!"

O platinado podia sentir o sangue circulando pelas suas orelhas e a estranha sensação de ter seu coração batendo com rapidez a ponto de fazê-lo se sentir fadigado; retornou. Harry Potter causava esse efeito em Draco Malfoy desde o segundo ano em Hogwarts. Coração acelerado, pulsação rápida, um — estranho — formigamento na barriga e boca seca. Draco praguejou quando percebeu que os malditos sintomas que pensou ter deixado para trás jamais desapareceram.

— Você está bem? — Harry perguntou descendo as escadas, os cabelos úmidos do banho e uma roupa que Draco julgou até a alma do Potter mas não comentou nada. — Está vermelho.

Finalmente o Malfoy percebeu que ficou divagando por muito tempo em seus próprios pensamentos, já que o mais novo estava pronto para sair.

— Que tal comprar os móveis em Londres? — Harry sugeriu — Acho que deve ter mais opções por lá.

— Potter, você sabe que Londres inteira te conhece.

— Não os trouxas.

— E você não acha que terá algum bruxo por lá?

— Podemos usar glamour.

— E o que você vai fazer quando precisar mostrar seus documentos?

— Enfeitiçar os documentos.

Draco bateu a mão sobre a própria testa mostrando o quão idiota achava que era a idéia. Ele respirou fundo e esfregou as têmporas pensando em algo melhor.

— Não use glamour em você — falou — Use em mim.

— Em você...?

— Sim — assentiu — Se por algum acaso algum bruxo trabalhar nas lojas ou estiver por perto, irá reconhecer seu nome e não iria adiantar nada você usar o glamour. Use em mim, assim as pessoas não vão saber que você está andando com um Ex-Comensal da Morte. Vai evitar que te persigam cada vez mais e saia boatos piores do que já tem.

𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 - 𝑫𝒓𝒂𝒓𝒓𝒚Where stories live. Discover now