CAPÍTULO 09

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Cuidar de flores em uma loja simples no interior da Inglaterra, privado de magia, sem empregados e convivendo com trouxas, nunca foi o sonho de Draco. Mas ele simplesmente não podia negar que aquilo o tornou mais leve. Ele sentia uma leve paz ao cuidar de flores, criar buquês e atender pirralhos trouxas que sempre vinham comprar doces ali. E para completar a confusão que sua vida se tornou, ele tem uma estranha amizade com Harry Potter, o garoto com quem ele teve uma richa por anos em Hogwarts.

Draco cobriu o vaso de bromélias com terra cantarolando uma música aleatória em sua mente. Ele deixou o vaso junto das outras flores e caminhou até o vaso começando a prepará-lo para ser ocupado por uma nova flor. Quando já estava quase terminando de plantá-la, escutou o sino ecoar, avisando que um novo cliente havia entrado.

Ao erguer o olhar, Draco viu o vislumbre de cabelos ruivos e sardas que o fez quase revirar os olhos.

"Só pode ser um castigo, meu Merlin!" — Draco pensou.

— Malfoy? — chamou. — Ah, será que Harry me deu o endereço certo? — murmurou consigo mesmo em tom baixo.

— Sim, Weasley — Draco confirmou, se levantando do banco com as mãos repletas de terra e o rosto levemente avermelhado pelo esforço. Ele viu o ruivo seguir a sua voz e aparecer a sua frente, olhando-o com descrença e espanto — O que você quer?

Ron não podia acreditar que um dia veria Draco Malfoy completamente suado e com as mãos cheias de terra. Não, ele jamais poderia imaginar o garoto loiro e nojento tralhando. Ele ficou em silêncio enquanto o via caminhar até um tanque afastado, lavando as mãos demoradamente e secando-as com elegância.

— Não vai dizer? — Draco perguntou.

— Eu...

— Tio Draco! — uma voz infantil soou pela floricultura e não demorou uma garotinha de cabelos escuros voar até Draco abraçando suas pernas. Um sorriso de lado apareceu no rosto do loiro, ele abaixou a mão acariciando os cabelos escuros da garota — Mamãe pediu para vir aqui comprar chocolates.

— Claro — Malfoy concordou, se abaixando e pegando no colo, passando por um Weasley completamente em choque — Como foi seu aniversário, pequena?

— Foi muito divertido — ela riu e abraçou o pescoço de Draco — Ah... — murmurou com um resmungo — Por que você não foi?

— Porque eu não sabia — ele respondeu, apertando o nariz da garotinha fazendo-a rir. Draco pegou a nota de dinheiro da mão da garota e juntou os chocolates que ela pedia dentro de uma sacola.

Ron parecia estar tendo uma alucinação, ele não podia acreditar que Draco Malfoy estava sendo educado e carinhoso com uma criança trouxa. O Draco Malfoy que ele conheceu com certeza chutaria a garota e a chamaria de pobre miserável, imunda e sangue-ruim.

— Tchau, tio Draco! — Nora acenou saindo da loja.

Finalmente Ron acordou do transe, se movendo em direção ao balcão. Draco estava conferindo o dinheiro dentro do caixa e parecia ter esquecido de sua prensada, claro, a presença de um Weasley para o Malfoy era insignificante. Engolindo em seco, ele colocou cinco alguns galeões em cima da bancada chamando a atenção do rapaz e falou:

— Quero um buquê.

— Seja mais específico, Weasley — o loiro pediu olhando para as moedas com um semblante tranquilo — Para quem ou para o que será o buquê?

— Hermione — falou — Preciso acalmar ela...

Draco revirou os olhos antes de olhar para o ruivo com seu típico deboche.

— Sinceramente, como você e o Potter conseguiram arrumar namoradas?

Automaticamente, Ron encolheu os ombros.

𝐅𝐋𝐎𝐖𝐄𝐑𝐒 - 𝑫𝒓𝒂𝒓𝒓𝒚Where stories live. Discover now