Capítulo 26

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A voz de Christine ecoa em uma melodia triste e desacreditada de muitas coisas, mas Kate notava o olhar de medo de ficar sozinha no mundo, como Cate mais temia para sua única filha, e ver esse sentimento obrigou Kate a se aproximar, olha-la nos olhos e sussurrar:

- É por isso que eu preciso que venha comigo ver o Rei, Christine.

- Por que? Por que não seguimos com essa lição, que ela bem que mereceu?

- Porque não é tão simples e... E eu não quero perder você, por favor, vamos? - fala com a voz em forma de sussurro.

Christine não conseguia mais criar argumentos para adiar esse encontro real e que ela saberia perfeitamente o desfecho, pois seria expulsa novamente, e no fundo, não se importava com esse tipo de ordem, só não queria fazer sua segunda mãe passar por isso e ter que ouvir as sentenças para algo que Christine não iria se arrepender.

A adolescente olhou para Kate, percebendo os olhos verdes lhe implorando para um sim, enquanto não desviava sua atenção dela por nada, até sorrir quando falou:

- Tá bom! Eu vou! Mas é por sua causa, Kate. E pode ter certeza que se a Camilla falar uma linha errada, eu meto a mão na cara dela e na frente do Rei, porque minha paciência com ela acabou!

A Princesa de Gales não conseguia esconder a alegria, mas ao mesmo tempo a apreensão em saber que sua filha poderia sim, agredir a Rainha mais uma vez, porém, esqueceu esse momento ao abraçar forte a adolescente, forte o suficiente para arrancar um riso frouxo de quem era coberta por uma armadura de aço e não abria mão de suas palavras, como Christine. Porém a capacidade de Kate em conseguir o que queria, era grande e a menina a abraçou e sussurrou:

- Eu juro que bato nela.

- Para de falar que vai bater na Camilla - riu ao se afastar e a olhar nos olhos - Confesso que fiquei com medo de essa ser nossa última viagem.

- Eu não! - fala convencida.

- Ah é? - ri.

Ambas permaneceram no mesmo lugar por longos minutos, pois parecia que o tempo parava para que seus pensamentos e emoções fossem compartilhados entre elas, que sempre buscavam serem melhores amigas, além de mãe e filha. E parecia que a adolescente conhecia os trijeitos da Princesa de Gales, como o olhar, gestos e um simples sorriso, mas foi pega de surpresa ao escutar:

- Agora me diga o que aconteceu entre você e o William?

- Coisa nossa - sorri.

- Christine?

- Não se esqueça que ele é meu pai, então temos nossos segredos, Kate.

- Pai? - a olha surpresa - Nossa! - sorri boba - É a primeira vez que você chama o William assim.

- Eu sei! - sorri ao olhar nos objetos ao redor - Ele me disse que era para eu confiar nele - a olha - Mas confesso que não consigo confiar nele! Ainda mais depois do que ele fez.

- Ah, entendi.

Kate sabia bem do que a menina estava falando, e não iria tirar sua razão, pois no fundo, não confiava totalmente em William após as várias demonstrações de que sua palavra não era mais tão valiosa quanto ela pensava, mas seu voto de confiança se mantém, já que o amava o suficiente para criar forças e acreditar.

A adolescente sorriu, vendo a mulher de 41 anos desviar o olhar, como se concordasse com suas palavras.

- Você ainda não confia nele, né?

- Eu tento! - a olha - Mas, ele me demonstrou que mudou, além da Rosy desaparecer.

- O que é algo muito estranho, para ser bem sincera!

- Talvez.

- Não, mãe! - a olha - Tem alguma coisa sendo tramada, porque ela demonstrou que jamais iria desistir do William, e o Fernando não iria, simplesmente, desaparecer sem deixar rastros. Tem algo maior por vir.

- Não fala assim Chris, parece que você está prevendo o pior.

- A convivência com a família do seu marido, me mostrou que o pior estar atrás da porta.

- Credo, filha!

- Você não sabe quem está ou não ao seu lado. Em quem você pode confiar de olhos fechados, ou se precisa segurar um punhal para se defender. - se aproxima - Esse tempo com vocês e essa família, me mostrou que a aparência existe e que você é mais forte do que pensa, Kate, porque você convive a mais de 12 anos com isso. Parabéns, viu. Porque nem a Diana aguentou.

Kate estranhou o exemplo e quando estava prestes a perguntar, foi interrompida por Christine, que se aproximou o suficiente para tocar em seu rosto, sorrir e dizer:

- Eu vou com você encontrar o Rei, mas não me peça nada depois disso, porque com aquela família, você precisa ser a pessoa que segura uma rosa em uma das mãos, e um punhal na outra. E nesse caso, eu sou o punhal e você a rosa, porque eu não vou deixar a Camilla fazer você sofrer. Apenas saiba disso! - sorri, depositando-lhe um beijo na bochecha e saindo como se tudo fosse a coisa mais normal do mundo.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora