Capítulo 48

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O som do silêncio reina entre Kate e Catherine, mas tudo se apaga e rapidamente a Princesa abre os olhos, encontrando seu quarto e a penumbra da noite.

Seu coração estava aliviado pelas palavras da mãe de sua menina, mas sua alegria em estar fazendo um ótimo trabalho reinava e ela agarrou o travesseiro, abraçando-o e imaginando ser William, pegando no sono pouco tempo depois.

Na livraria e olhando para o teto em busca de sono, estava o Príncipe de Gales sentindo o silêncio de tudo ser quebrado pelos poucos carros que passavam a alguns metros da janela, mas ouviu rugidos vindos do quarto, como se alguém estivesse se engasgando.

William levantou rapidamente e seguiu até onde havia deixado Christine, abriu a porta e percebeu que ela estava prestes a sufocar com o próprio vômito causado pela intolerância à lactose.

- Ei?

O homem, treinado e capaz de salvar a vida de uma pessoa graças ao tempo no exército inglês, a virou de lado na cama, vendo todo o alimento ingerido ir para o carpete e Christine ficar fraca.

- Ei? Tá tudo bem?

- Eu tô bem.

- O que você comeu?

- Não sei! Será que eu exagerei no chocolate?

- Impossível! - a segura, massageando suas costas - Ele é daqueles que você pode comer.

- Então... Eu não sei!

William a viu deitar novamente na cama e nesse momento tocou a palma de sua mão até a testa da menina, percebendo que estava tudo normal e que era apenas um susto.

- Você comeu alguma coisa que não devia, Chris?

- Não que eu saiba.

- Nada?

- Nada!

- Então é estresse.

Christine estava forçando uma falsa armadura para não demonstrar suas emoções, mas sempre se pagava um preço alto pelo silêncio, e ele estava ali e às 4h da madrugada.

O homem sentou na ponta da cama, vendo a menina olhando para o teto e tentando dormir novamente, mas o enjoou era maior e ele não sabia qual remédio dar a ela, se é que uma medicação ajudaria algo relacionado ao emocional. Então pensou em ligar para sua esposa, mas desistiu e olhou nos olhos da adolescente, que sentia o estômago embrulhar e os pensamentos acelerando em uma crise de ansiedade e medo.

- Quer que eu chame sua mãe?

- Não! Já está tarde, e eu estou bem.

- Não, você não está e não, não vou chamar a Kate - se arruma no colchão - Mas com uma condição.

- Qual?

- Você vai me contar o que está sentindo, pode ser?

- Estou bem.

- Christine? Para quem viu um acidente e quase foi atropelada, é impossível você estar bem!

Christine não estava com forças para relutar, então não pensou duas vezes quando começou a falar:

- Eu estou com medo de alguém tentar me matar novamente. Eu estou com medo do que aconteceu e se eles vão tentar novamente. - o olha nos olhos - Estou com saudades da minha mãe, e por alguma razão eu sinto que vou ficar com raiva dela - desvia o olhar - Vou ficar, porque ela, com toda certeza mentiu pra mim - volta a olhá-lo - Eu estou com raiva da Camilla e estou com medo de estar sentindo essa sensação de como é ter um pai, porque eu nunca tive um.

- Está falando de mim?

- Sim! É estranho ver você aqui e não a Kate. É estranho estar sendo protegida e cuidada por um pai, porque eu nunca pensei que era assim.

William sorriu, arrumando a postura e a vendo se sentar em sua frente.

- É algo completamente novo, Chris. Muito novo e eu sei. Eu fiz muitas besteiras com a Kate e eu sei o quanto você não aceita nenhuma delas. Eu sei que você nunca teve um amor de pai ou um pai para lhe aconselhar na vida, porque a Catherine foi sua mãe e pai. - a segura nas mãos - Mas eu estou tentando dar o meu melhor. Estou tentando tratar você como eu trato aos meus filhos, porque você é a minha filha também. Então... Não fique com medo, porque eu não vou deixar nada acontecer com você, tá bom? - a vê concordar - Ninguém vai machucar você, eu prometo.

- Obrigada, William.

- De nada, filha. E o que você precisar, mesmo que seja um abraço, um tanto quanto bruto - ri - Eu estou aqui, tá bom?

- Tá bom. - se arruma e volta a deitar na cama, ouvindo os passos e perguntando - Por que você traiu a Kate?

William congelou no momento em que a pergunta ecoou entre as paredes do quarto, porque nem ele próprio sabia a resposta para tal pergunta, e buscava entender seu maior erro como homem. Então virou e a encarou, percebendo ela deitada e o olhando:

- Ela se dedicou a você, a esse mundo insuportável e recebeu seu desprezo em troca, por que?

- Nem eu sei lhe responder, Chris. - cruza os braços - Eu errei tão feio, que hoje em dia, eu me julgo pelo que fiz.

- E a Rosy continua atrás de você, não é?

- Sim! Mas para mim acabou o que nem deveria ter começado.

- Você está demonstrando que realmente está arrependido.

- E eu estou!

- Boa noite, William?

- Boa noite, Chris!

- Não avisa a Kate sobre o que aconteceu, não quero a deixar preocupada.

- Não avisarei, porque eu sou o pai da noite - ri - Se precisar de qualquer coisa, Chris. Qualquer coisa. Me chama que eu volto aqui e tento agir como água nas crises de choro da Charlotte e que me deixavam imensamente preocupado - ri.

- Vou... - se levanta lentamente - Limpar essa bagunça que eu fiz.

- Vou pegar o balde com água e sabão... E... - a olha - Está tudo bem mesmo?

- Sim! Está tudo bem.

- Então já volto.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora