𝟎𝟎𝟖- 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐞𝐥𝐡𝐨

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Você é o hábito que eu não consigo quebrar,  você é o sentimento que eu não consigo largar. ”

Habit || Louis Tomlinson


Às vezes ser pai era uma coisa de outro mundo pra mim. Porque sei lá, eu não sabia às vezes ao certo como agir, e me sentia um bobão por isso. E acho que isso deve ter sido pelo fato de serem dois ao mesmo tempo, ou seja, mais responsabilidades e tarefas.

Não que eu não goste, porque sendo sincero, desde que eles nasceram eu nem me lembro da minha vida sem eles. Mas o que quero dizer, é que tendo dois filhos ao mesmo tempo, um menino e uma menina, você tem uma responsa quadruplicada. E eu, como um pai pela primeira vez, não sabia o que fazer em certos momentos.

Por exemplo, a Maya tinha as necessidades dela como menina. É sensível, gosta de bonecas, tem um jeitinho delicado, gosta que faça penteado no cabelo dela e maquie ela.

O Mathias é o oposto. Gosta de fórmula 1, é mais responsável do que a Maya, não gosta de muito carinho, não liga muito para as coisas e às vezes é bruto demais em certos aspectos.

E acho que os dois são eu, só que divididos em duas personalidades diferentes. E eu consigo lidar comigo mesmo, mas não sei lidar com duas cópias minhas.

Na maioria das vezes, sinto um puta medo de errar com eles. Minha mãe diz que ser pai ou mãe não vem com manual de instrução e tá tudo bem errar, mas eu também não quero traumatizar meus filhos com os meus erros.

Hoje, por exemplo, quase arranquei o cabelo da Maya. A menina abriu o berreiro, e parecia que eu tinha cortado a cabeça dela. Foi horrível. E agora ela tá de mal comigo e se trancou no quarto.

Era a primeira vez que ela vinha pra minha casa nova, e eu consegui o feito de fazer ela ficar brava comigo e ainda sair sem cabelo.

Sério, que pai faz isso?

— Papai, a Maya não te odeia. Ela só ficou brava e vai fazer drama, que nem você. — Mathias falou, sentando ao meu lado.

— Eu sou dramático!? — Perguntei pra ele chocado, que riu concordando. — Fala sério, eu sou uma piada.

— As vezes é, mas a gente te ama. — Sorriu, me abraçando desajeitadamente. — Você se cobra demais. Só seja você mesmo, e saiba que nós vamos te amar do mesmo jeito, com os erros e tudo.

— Te amo, carinha. — Apertei ele, fazendo cosquinhas nele e ouvindo a gargalhada dele.

Mathias era meu melhor amigo, sabe? Ele tinha três anos, quase quatro, mas me entendia e me escutava melhor do que ninguém. Podia ser uma criança, mas era meu melhor amigo e confidente. Daqueles que são difíceis e raros de achar.

Mas eu tenho o meu.

— Pai, preciso de um conselho. — Falou, se endireitando no sofá.

— O meu pequeno gênio querendo um conselho do mero mortal do pai dele? Pode dizer.

𝙈𝙚𝙙𝙤 𝘽𝙤𝙗𝙤 2 • 𝙍𝙖𝙥𝙝𝙖𝙚𝙡 𝙑𝙚𝙞𝙜𝙖Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ