𝟎𝟏𝟕- 𝐀𝐛𝐫𝐚ç𝐨 𝐒𝐢𝐧𝐜𝐞𝐫𝐨

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Eu sempre fui bom ao ponto de ser admirado, mas nunca o suficiente para ser escolhido. ”

— Lucas Pedro

Em anos de vida, eu acho que nunca tive tanto azar na minha vida

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Em anos de vida, eu acho que nunca tive tanto azar na minha vida. Tudo parecia dar errado nos últimos dias, e sendo sincero, eu não estava conseguindo lidar com tudo isso.

Primeiro foi divórcio, depois a lesão, e agora o meu término definitivo com a Helena. E agora, após adiar tanto pra assinar o divórcio, eu finalmente o tinha feito, e acho que nunca estive tão mal na minha vida.

Após aquele meu diálogo com a Helena na casa da minha mãe, na manhã seguinte me despedi da minha família e peguei o primeiro voo que tinha disponível e voltei para Barcelona.

E hoje, depois de dois dias desde que voltei do Brasil, eu finalmente tomei coragem e assinei o divórcio.

Acho que a minha situação não tinha como piorar…apesar, que é melhor nem falar isso, vai que piora, né. Tô aguentando nem isso, quem dirá mais sofrimento.

Pra piorar, amanhã é véspera de natal. E adivinha? Eu não tenho absolutamente ninguém pra passar, e eu não tinha o que fazer. Minha mãe não conseguiu as passagens pra vir, além de que meu irmão também não poderia vir de qualquer maneira, o que tornava tudo uma grande bola de neve. E mesmo minha mãe tentando, meio que eu sabia que ela não queria vir. Ela tinha as coisas de natal do instituto, não podia parar por minha causa, e tá tudo bem. Sendo assim, falei pra eles não se preocuparem que eu passaria com os meus amigos, o que é uma grande mentira.

A minha vida estava uma merda. A única coisa que eu tinha que agradecer ultimamente era por estar vivo, e nem isso eu parecia querer mais.

Agora, só restava a minha companhia predileta que consegui ontem: a Lexy. Ela é uma pequena cachorrinha da raça chow-chow, de pelagem branquinha. Dei o nome de Lexy, por causa que Maya sempre disse que achava o nome bonito. Achei legal fazer uma homenagem, e a Lexy pareceu gostar. Aliás, encontrei ela na rua ontem a noite. Estava escondida numa caixa em uma das ruas de Barcelona, e parecia tão solitária quanto eu nos últimos dias. Sabendo o quão ruim é se sentir assim, não medi esforços em me comover pelo cãozinho e trazer pra casa.

Dei um banho nele e fiz uma cama improvisada para ela do lado da minha cama, e a filhotinha pareceu gostar do conforto.

Neste momento, ela estava deitadinha encolhida ao meu lado, enquanto eu estava deitado na rede junto com ela. Fazia um carinho nela, enquanto com a mão livre tomava um copo ou uma garrafa de vodka, tentando aliviar todo esse sufoco no meu peito.

A rede posicionada na varanda era a melhor escolha que fiz na minha casa. O vento e a brisa suave da noite me faziam esquecer — ou quase isso — das coisas que se repassavam na minha cabeça a todo momento. Olhar as estrelas junto com a Lexy parecia ser uma opção viável pra não me sentir tão sozinho.

𝙈𝙚𝙙𝙤 𝘽𝙤𝙗𝙤 2 • 𝙍𝙖𝙥𝙝𝙖𝙚𝙡 𝙑𝙚𝙞𝙜𝙖Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt