𝟎𝟏𝟒- 𝐑𝐮𝐦𝐨

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“ Nos apegamos às memórias porque é a única coisa que não muda quando está tudo mudado. ”

Elihr.

Foram pouquíssimos os momentos em minha vida que tive vontade de largar tudo, me tornar um rebelde e seguir um rumo qualquer

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Foram pouquíssimos os momentos em minha vida que tive vontade de largar tudo, me tornar um rebelde e seguir um rumo qualquer.

Sendo sincero, eu sempre gostei de ser organizado. Ter uma agenda com todos os meus horários e compromissos, nunca sair da linha e tentar ser um cara perfeito pra todo mundo.

E acho que isso se deve ao fato do medo de ficar sozinho. Na minha cabeça, se eu fosse aquilo que as pessoas quisessem, eu nunca ficaria sozinho. Nem preciso dizer o quanto isso é mentira, e daquelas bem grandes, não é?

Porque no final, não importava o quanto eu tentasse, eu sempre errava em alguma coisa e terminava bem aqui…sozinho de novo.

Foi assim com a Helena, e acho que também foi com a Bruna Santana. Não que justifique a Bruna ter traído, mas também houve muitos erros da minha parte no nosso relacionamento, e talvez tenha sido isso que a levou a querer outra pessoa, sei lá. Com a Helena, aconteceu o mesmo. O nosso relacionamento foi incrível mesmo, mas como sempre, eu tenho que estragar tudo.

Acho que isso já pode ser uma característica minha.

Isso é tedioso.

Hoje fazem exatos três dias desde a cirurgia da perna, e eu já não aguentava mais ficar aqui em casa olhando pro teto e esperando alguma solução para minha solitária e tediosa vida.

Além de tudo isso, eu estava morrendo de preocupação com a Maya, que havia piorado consideravelmente após me assistir na televisão e ver a minha lesão.

E após conversar muito com o meu técnico e os caras da fisioterapia, eles disseram que eu podia ir para São Paulo ver a Maya e ficar até a minha pequena melhorar.

O horário do meu voo era daqui duas horas, e eu nem arrumei a mala ainda. Estava só deitado na cama com a porcaria da perna engessada em cima de uma almofadinha, enquanto apenas existia ali, olhando pro teto bem sem graça.

— Rapha? — Escutei a voz da Bruna, e mandei ela entrar. — Como você está? Fiquei sabendo que vai pro Brasil.

— Bem eu não estou, mas vou melhorar. E sobre a viagem, é verdade. — Ela sentou na beiradinha da cama, enquanto me entregava uma caixinha de trufas, as minhas favoritas, aliás. — Obrigada, Bru Bru.

— Você vai passar o natal por aqui? — Ela perguntou.

— Não faço ideia. Os gêmeos vão passar com a Helena lá no Brasil, e eu não sei se meus pais vão querer vir pra cá.

— Hum…certo.

Ela me ajudou a arrumar a mala, e enquanto fazíamos isso me tirou belas risadas enquanto contava sobre o Gavi ter ido pra cima do cara que me machucou, e em como a cena foi desesperadora mas engraçada.

𝙈𝙚𝙙𝙤 𝘽𝙤𝙗𝙤 2 • 𝙍𝙖𝙥𝙝𝙖𝙚𝙡 𝙑𝙚𝙞𝙜𝙖Where stories live. Discover now