𝟎𝟏𝟓- 𝐁𝐨𝐦 𝐂𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨

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“  Às vezes, começos mágicos estão disfarçados em finais dolorosos. ”

— Autor desconhecido.


Hoje o dia havia amanhecido ensolarado e totalmente propício para uma piscina ou praia, com churrasco de acompanhamento, de um jeito bem brasileiro.

Apesar do meu cansaço evidente, causado pelo dia anterior totalmente cheio e cansativo, eu havia acordado animada esta manhã.

Gabriel estar na minha casa contribui totalmente para minha felicidade, o que era ao mesmo tempo incrível e ruim ao mesmo tempo. Ele conseguia ser insuportável quando queria o que era um pouco estressante.

Mas eu amava também. Sentia que assim o Bibi estava um pouco mais próximo de ser o cara animado e de bem com a vida que conheci a anos atrás. E isso me deixava feliz. Assim eu sabia que o Bi tava tentando ser melhor, tentando melhorar por ele também.

As coisas que aconteceram em 2023 e 2024 foram bem pesadas pra ele. Isso era demais para um ser humano aguentar. Ele chegou a um ponto que eu nem o reconhecia mais, e foi totalmente desesperador. Eu não conhecia mais ele, e isso era péssimo. Parecia outra pessoa, no corpo do meu melhor amigo. Agora ele estava voltando aos poucos, e eu me sentia extremamente feliz pela evolução dele. Pelo crescimento pessoal que ele teve, e a forma como lidou com tudo, mesmo sentindo tanto.

Bom, tudo isso ficou para trás. Eu creio que sim.

Agora o meu foco era fazer ele se divertir, e me divertir junto.

Nosso plano para o dia de hoje era uma festa na piscina e um bom churrasco, e chamar os nossos amigos e ficar de bobeira aqui.

Aproveitar minha folga com tudo que tenho direito.

Os gêmeos não estavam em casa. Ontem, quando a Maya teve alta, o pai deles se prontificou a levar ambos para a casa dele, e matar um pouco a saudade que eles sentiam um pelo outro. Fiquei preocupado, obviamente. Mas aceitei a ideia, sabendo o quão importante isso seria para os nossos filhos, que estavam sentindo falta de tudo isso. Era uma rotina nova, sem uma pessoa que é nossa família, que esteve presente em todos os momentos bons ou ruins das nossas vidas. Era difícil não ter ele por perto, eu admitia. Porém agora era algo que teríamos que aprender a viver. Pelo menos eu, no caso.

Sendo difícil ou não, não foi uma escolha. Eu tinha que fazer isso, tinha que me desprender e aprender a viver sem aquilo que era o meu combustível.

— Gato comeu sua língua, Helena? Está parada aí por um tempão. — Disse o Bibi, fazendo uma cara debochada, do jeitinho que ele sempre fez e foi.

— Só estou pensando, o que foi?

— O seu francês provavelmente já está vindo, já que você convidou o alecrim dourado mais cedo, não é? — Revirou os olhos, fazendo careta.

𝙈𝙚𝙙𝙤 𝘽𝙤𝙗𝙤 2 • 𝙍𝙖𝙥𝙝𝙖𝙚𝙡 𝙑𝙚𝙞𝙜𝙖Where stories live. Discover now