C A P Í T U L O 09

938 163 23
                                    

Primeiro, os olhos da besta percorreram o ambiente em busca de qualquer alteração. Em seguida, ela rosnou e avançou pela escuridão.

É imensa.

Dandara permanecia junto à parede, em pé, entre a vegetação escura que florescia. Alguns buquês de flores ajudavam a ocultar parte do seu corpo enquanto ela se agarrava às raízes. Ela não ousou se mover... e então viu um vulto silencioso se aproximando.

A tremedeira percorreu todo o seu corpo. Em meio ao pânico, respirar poderia se tornar barulhento. Dandara estava sem ar e com lágrimas nos olhos quando algo peludo e imenso a alcançou.

Ela ouviu o som de unhas arranhando levemente o chão. A pouca luz foi apagada quando a criatura se ergueu e ficou de pé.

Como um homem!

O pânico aumentou.

Ele levantou a cabeça e farejou o ar.

Mas sequer olhou em sua direção. Talvez não estivesse vendo muito bem naquele ambiente escuro e estando Dandara coberta por flores…

AQUI! — Alguém encontrou os corpos deixado para trás e chamou a atenção… daquilo.

De forma mortalmente silenciosa, a criatura caminhou em direção à entrada. Era tão grande que nem precisou subir os dois metros pelos quais Dandara havia caído. Ela apenas se inclinou e delicadamente colocou a cabeça para fora da gruta.

Dandara teve apenas um vislumbre do corpo peludo.

— Meu Deus! — Três homens se acumularam ao redor dos corpos estraçalhados e mais iriam chegar. Todos ignorantes a respeito do par de olhos que os observava.

O predador nas sombras.

Foi a brecha para Dandara se arriscar para fora dali.

As orelhas pontudas da besta se moveram.

Dandara paralisou.

Mas ele não tirou a atenção do tumulto e toda a barulheira que se seguiu.

Dandara virou a esquina e se arriscou, lançando mil maldições a si mesma a cada leve ruído das folhas.

A criatura não apenas moveu as orelhas, mas também olhou para dentro do túnel.

Dandara permaneceu imóvel.

A criatura voltou sua atenção para os homens.

Após se passar um minuto, Dandara ousou se afastar dali, em direção ao fim do túnel onde uma leve corrente de ar indicava uma possível saída. O problema foi que ela não viu onde estava pisando e acabou chutando uma pedra.

A pedra bateu na parede e ecoou pelo ambiente. Insatisfeita com o som, continuou a rolar pelo chão até finalmente parar alguns metros adiante.

Suor escorreu pelas têmporas.

Alguma coisa rosnou a alguns metros de suas costas.

Dandara correu.

Aquilo veio atrás.

O som das respirações rápidas e ofegantes de Dandara ecoa pelo ambiente claustrofóbico. A escuridão parece se fechar ao seu redor, intensificando a sensação de perigo iminente.

ACASALAMENTO: Lua CheiaWhere stories live. Discover now