C A P Í T U L O 13

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Os rosnados raivosos ecoavam pelo ar, enviando calafrios para Dandara. Cada vez que ela lançava um olhar furtivo por cima do ombro, via a criatura assustadora em sua cola com dentes afiados à mostra.

Híbrido de homem e lobo!

A respiração ofegante da humana se misturava com os grunhidos bestiais.

Então, tudo ficou em silêncio.

A criatura lançou-se sobre uma árvore próxima com as garras afiadas agarrando-se às cascas rugosas. Com uma agilidade surpreendente, ele escalou o tronco. O silêncio se abateu sobre a floresta, interrompido apenas pelo farfalhar das folhas e os sussurros do vento.

Dandara continuou em sua desesperada fuga. Porém, no momento em que ousou lançar um olhar para trás, alguma coisa saiu da copa das árvores e avançou num salto habilidoso. Ela se atrapalhou. Suas pernas se enroscaram nas emaranhadas raízes que se estendiam pelo chão e ela foi abruptamente arremessada ao solo, perdendo o equilíbrio e caindo com um estrondo surdo.

Aquilo estava em cima dela.

De novo.

Híbrido de homem e lobo!

O medo se apodera da mulher, incitando-a a rastejar para se afastar. Mas as mãos robustas e cruéis da criatura a prendem firmemente. Seu imenso focinho negro se enruga, revelando os dentes afiados e sua supremacia.

O rosnado se torna presente como um alerta constante.

A cada tentativa de escapar, ele a confrontava com um grunhido mais ameaçador, mostrando seu descontentamento. Ele havia se tornado uma sombra ameaçadora em seu encalço desde que a encontrou.

Quando Dandara tomba a cabeça no chão numa careta de angústia e desiste de lutar, a criatura desiste de ameaçá-la.

Ele se ergue com imponência.

A forma bestial daquele ser é aterrorizante. Seu pelo negro como a noite estava eriçado com sangue seco e as garras prontas para dilacerar… mais carne. Os olhos selvagens, cheios de uma fome insaciável, brilhavam. Era uma criatura de pura ferocidade e instintos, moldada pelas trevas da floresta.

No entanto, algo peculiar emana dele. Apesar da natureza cruel, seus olhos carregam um calor de consciência, guiando cada uma de suas ações.

Isso se provou correto em seguida.

Encolhendo os dentes, ele recuou majestosamente para permitir que Dandara se levantasse.

Quando ela não obedeceu, ele soltou um rosnado feroz.

No segundo seguinte, a humana já estava de pé, com a respiração desregulada e pronta para correr. O olhar dourado se estreitou como se a desafiasse a fazê-lo.

De novo.

Dandara não se mexeu.

A atmosfera ficou repleta de expectativa e tensão.

Ele se moveu.

A criatura movia-se com uma elegância perturbadora perfeitamente equilibrado em suas longas pernas. O pelo escuro, sujo de sangue seco e denso reluzia sob a luz noturna, destacando suas feições bestiais.

Ele andou ao seu redor, circulando-a como uma presa fácil.

Um perfeito híbrido de homem e lobo!

As garras transmitiam uma sinistra promessa. Um aviso. O rosnado baixo…

Ele está testando-a!

Está explorando as fronteiras da coragem e do medo. A cada movimento, a cada gesto hesitante de Dandara, ele analisava suas reações e avaliava sua resistência. Seus olhos perspicazes capturavam a menor flutuação de emoção no rosto dela, o rápido ritmo de sua respiração e a tensão em seus músculos.

ACASALAMENTO: Lua CheiaWhere stories live. Discover now