C A P Í T U L O 16

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Dandara o acompanhou para dentro de um lugar bastante conhecido. Ela se agarrou a ele com medo palpável quando novamente se viu dentro do covil do… do… da criatura.

— E-Espere!

A luz ambiente morria ao encontrar a capa escura do homem. Entrar pareceu ainda mais… perigoso.

Ela o puxou, como se o dissesse que deveriam sair imediatamente. Ela queria fugir. A criatura poderia retornar a qualquer minuto!

Sob o ombro, ele lhe deu um olhar atento, caloroso e, acima de tudo, confiante.

Ele não se importava.

Sua última esperança pareceu boa demais para ser verdade.

O estranho, com um gesto de mãos, indicou o banco mais próximo para Dandara.

Ela não tinha notado aquilo ali.

Dandara se afastou dele.

— Quem é você?!

O homem lhe deu as costas.

Dandara olhou para a entrada e considerou realmente correr dali e deixa-lo. Mas logo iria anoitecer e… e…

O silêncio morreu.

Dandara saltou de onde estava quando o ambiente foi preenchido pelo som de batidas… e socadas… Ela olhou para a escuridão em busca de qualquer indício dele. Nada. Ele estava fazendo algo num covil de uma besta e a desconfiança a fez se aproximar da saída com cautela.

Um estranho silencioso de uma terra estranha. Sob a face da beleza, poderia haver garras. Por baixo do olhar gentil, intensões hostis? E se fosse um nativo canibal? Um assassino? Pior! Um estuprador.

O lobisomem!

O pânico cresceu.

O barulho cessou.

Só se escutava o som da água, dos pássaros a fora e qualquer que seja o animal nativo daquela floresta. Dandara apertou as laterais da entrada e espiou o interior. Os pés estavam preparados para correr.

O estranho retornou.

Enorme. A primeira coisa que ela repara é em sua altura, seu corpo robusto e sua forma elegante de andar. O silêncio que ele fazia… mesmo quando se pôs em frente dela e arqueou a sobrancelha com desconfiança quando a viu com mais da metade do corpo para fora do covil.

O olhar âmbar continuava a iluminar o seu rosto mesmo nas sombras e a delicadeza de seus traços era um entorpecente para suas preocupações. Uma verdadeira distração para o que carregava nas mãos: um crânio!

Foi um susto.

Não! Não era um crânio. Era o maxilar de alguma criatura. Nem grande nem pequeno. Os dedos do homem remechexiam cuidadosamente uma substância viscosa no interior. Ele lhe mostrou dois dedos melecados e afastou o maxilar.

Talvez fosse sua mente sempre pensando com duplo sentido, mas aquilo parecia a lubrificação de uma mulher muito, muito excitada. A forma como testava sua textura também não parecia inocente.

Ele se aproximou com cuidado e, dessa vez, Dandara não recuou.

— O q-quê vai fazer?

Dandara se enrijeceu quando ele estendeu a mão e segurou um de seus braços. Dandara recuou um pouco mais. Ela ainda continuava nervosa. Em resposta, o estranho apertou suavemente os olhos. Um ato simples e não intencional, mas tirou a atenção da mulher dos tormentos da mente.

Ele é tão lindo…

Com extrema cautela, ele distribuiu delicadamente o conteúdo sobre as feridas em seus braços. Talvez fosse realmente sua mente maliciosa, pois aquele remédio parecia acariciar cada centímetro das lesões, oferecendo um alívio instantâneo e indescritível. Uma sensação de tranquilidade tomou conta de seu corpo, fazendo com que seus nervos se arrepiassem de gratidão, enquanto seus músculos se rendiam ao relaxamento profundo.

ACASALAMENTO: Lua CheiaWhere stories live. Discover now