Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro

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Quando olhei para o horizonte iluminado a minha frente, pude notar logo de cara que quem quer que fosse o anfitrião, tinha tanto dinheiro quanto um Sheik Árabe.

De onde estávamos, em um estacionamento improvisado, conseguíamos ter uma visão quase que total da festa. Perto da beira do mar, sob coqueiros e palmeiras, havia cangas brancas estendidas no chão cobertas por almofadas vermelhas e douradas. O contraste da iluminação por tochas com a cor de palha das mesas e cadeira dava um ar chique, nem se parecendo com uma festa de colegiais.

— Terra chamando, Brise! –  sobressaltei de leve ao ouvir a voz de Gregory atrás de mim. — Vai ficar aí babando ou vai descer e colocar essa bundinha linda para requebrar? – perguntou, fazendo-me ficar vermelha pela milésima vez no dia.

Oliver deu um tapa na orelha de Gregory que, pelo seus resmungos, supus ter sido dolorido. Julie estava atenta à festa, com o olhar se arrastando em busca de alguém.

— Por quem está procurando? – perguntei a ela, curiosa.

— Ahn? – Juliette estava distraída.

Notei que Gregory e Oliver reviraram os olhos.

— Ela está procurando o "sr. Sou lindo e mereço o mundo" – Gregory começou. — O cara mais chato...

— Arrogante e metido – continuou Oliver.

— Do planeta – terminaram juntos.

O jeito que apresentaram o garoto me fez rir, no entanto, Julie revirou os olhos e estendeu seu dedo do meio para nossos amigos. Ela se virou para mim e sorriu.

— Eles só estão sendo dramáticos – falou. — Phillip é um cara bacana, só que os meninos sentem ciúmes porque ele é meu namorado. — respondeu minha pergunta – Não estou certa, rapazes? — perguntou sem se virar.

— Claro – responderam novamente em uníssono.

Por trás dela, ambos faziam caras e gestos que contradiziam o que haviam confirmado, só que dessa vez eu consegui prender o riso.

— Ele está bem ali, Jul – disse Oliver contorcendo a cara.

Juliette me puxou e caminhamos em fila, sendo liderados por ela. Logo quando avistou o namorado, jogou-se em seu pescoço e os dois trocaram um beijo demorado que levou os dois garotos atrás de mim a soltarem muxoxos de descontentamento. Assim que se soltaram, Julie veio em minha direção com as mãos entrelaçadas com as do garoto.

— Brise, esse é Phillip, meu namorado. Phill, essa é a Brise – ela nos apresentou.

— Oi, é um prazer conhecer o famoso Phillip – falei forçando simpatia.

O namorado da minha nova amiga me olhou de cima em baixo, deixando-me desconfortável. Gregory olhou para Phillip como se fosse explodi-lo com os olhos, Oliver parecia querer pular sobre seu pescoço a qualquer momento e, pelo modo como Julie olhava admirada para Phillip, percebi que apenas ela não notara o que havia acontecido.

— O prazer é todo meu – disse pegando minha mão para depositar um beijo. Rapidamente puxei minha mão, enojada pela maneira a qual ele me tratava e como desrespeitava sua namorada descaradamente.

— Viu? Phil é um cara bacana – Julie piscou.

Tão bacana quanto fungos nas unhas dos pés.

— Brise, nós vamos pegar alguma coisa para beber. Quer vir com a gente? – Oliver perguntou, ignorando-a.

— Claro – despedi-me do casal e segui meus novos amigos.

Fui atrás dos meninos parando de cinco em cinco segundos para cumprimentar as pessoas que os abordava, algumas eram simpáticas e falavam comigo animadamente. No minibar, um barman charmoso preparava bebidas e logo ganhei a minha, com direito a uma piscadela e um número de telefone. Sentamo-nos próximos à mesa de petiscos e os devoramos enquanto o restante de seus amigos não chegava. Segundo Oliver, faltavam dois garotos e uma menina para a galera estar completa, e, do modo que falou me senti incluída em seu núcleo social. Enquanto aguardávamos, conversamos sobre várias coisas, desde aleatoriedades até assuntos mais sérios, como escola. Meu pai já havia me notificado que minhas aulas começariam na semana seguinte, junto com as de seus enteados. Por sorte, Oliver, Julie e Greg também frequentavam a mesma instituição de ensino que eu, então pude ficar sabendo de tudo que precisava para me virar.

Por trás do gelo [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora