Capítulo 30

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Oh, padre, me diga
Nós recebemos o que merecemos?
Oh, nós recebemos o que merecemos?
E ladeira abaixo nós vamos

Way Down We Go - Kaleo

Way Down We Go - Kaleo

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Klaus Altman

Eu amo muito muito você titio Klaus que o seu aniversario tenha muito docinhos e bolo de chocolate vem me ver logo sinto sua falta a gente vai brinca de rapunzel eu agora tenho o seu vestido por favor nao me esqueca tenha um lindo aniversario

Passo o dedo sobre os traços do desenho de Hope. As cores divertidas que ela costuma usar faz uma festa no papel. Desenhar é sua forma preferida de demostrar amor por alguém, aprendi isso no primeiro mês que a conheci. Ela ainda não sabia escrever para expressar o que sentia, então fazia isso em forma de desenhos coloridos.

Em todas sua cartas, ela repete incansável o pedido de não ser esquecida, e em todas eu desabo como se fosse a primeira vez.

Dobro com cuidado sua carta a colocando dentro do envelope, enfio um alfinete vermelho sobre o desenho a pendurando no quadro de mensagens.

-O que aconteceu com a família que esteva em processo de adoção ? - analisou o desenho pendurado - Desistiram ?

-Eles perderam um filho - abro a gaveta pegando o amontoado de cartas - Tem medo de perder outro a adotando.

-Isso é uma merda, ela parecia apegada na família - concordo em silêncio - Tenho que ir para aula.

-Onde deixou meu caderno de cálculos? - O pergunto antes dele passar pela porta - Eu preciso dele pra aula.

Andreas procura destrambelhado suas coisas pelo quarto.

-No canto esquerdo da gaveta - sinaliza pegando sua jaqueta - Não sei como consegue entender isso.

-Não é tão difícil assim, Andreas - dou de ombros - E você vai chegar atrasado.

-Mas que merda - esbraveja olhando as horas em seu relógio - Encontro você mais tarde.

A porta se bate me deixando sozinho. Seu sorriso brilha em minha frente, observo os incontáveis botão que preenchia a cabina. Com cuidado, ele me explicava cada um, seguro o porta retrato encarando aquela lembrança que às vezes se tornava mais longe do que perto. Tão longe como um avião que a gente ver sobrevoando e deseja que ele nós leve, mesmo nunca sabendo qual é o destino.

-Manches - sussurro - Controlam superfícies móveis nas asas e na cauda.

Me forço todos os dias a lembrar cada palavra que ele dizia. Não para esquecer cada função do avião, mas para nunca esquecer o tom de sua voz.

-Poderia ter deixado um gravador de voz, campeão - coloco o porta retrato de volta em seu lugar - Eu gostaria de ouvir sua voz.

Arrumo a papelada sobre a escrivaninha, retiro a caixa amontoada de cartas da Hope organizando para encaixar mais uma. Os utensílios da faculdade espalhados de forma desorganizada me deixa agoniado, mas não tinha tempo para arrumar. Procuro meu caderno de cálculos no fundo da gaveta, o livro pesado e antigo era capaz de deixar a gaveta meio torta.

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