Jorge Luis Borges

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Olá, meus queridos leitores. Obrigada por continuarem acompanhando Vinte minutos e V.

Estamos próximos do fim e eu espero que este capítulo alcance as suas expectativas. Por favor, não esqueçam de deixar muitos comentários! Isso me mantém motivada a continuar escrevendo e significa muito, muito mesmo, para mim.

Não vou me alongar, nos vemos nas notas finais, haha.

Boa leitura!

Boa leitura!

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O nome dele me foge da boca.

Kim Taehyung. Kim Taehyung. Kim Taehyung.

Fico repetindo baixo o dia todo. Adquiri essa mania nova agora, sussurro mil vezes sob a respiração, caminhando pra lá e pra cá, ouvindo o eco dos meus sapatos nesse salão enorme.

— Meu amigo, você parece um esquizofrênico.

É o que o Namjoon me diz. O desgraçado do Namjoon. Não deve ter a porra de um trabalho porque está aqui desde cedo me atormentando.

— É só um nome, Seagull. Só isso, não muda nada. Assim como V é só um apelido que eu inventei.

— Não é só um apelido. É uma cor.

Ele solta uma daquelas risadas de escárnio pelo nariz. Detesto isso, está zombando de mim. Eu devo ser uma piada mesmo, a anedota irônica dum pintor miserável consumido pela própria musa.

— Que cor o quê? Não tem nada disso. O cara apareceu com o cabelo vermelho, e já não sobravam mais cores disponíveis naquele catálogo velho de tinta de parede que, na época, eu guardava na gaveta da escrivaninha. Então, V. Pura falta de criatividade. V, de vermelho. Foi só isso.

Só isso?

O filho da puta tem coragem de dizer um troço desses pra mim depois de virar a minha vida do avesso.

Namjoon me encara, agora sem o ar costumeiro de deboche. É pior, talvez. A boca volumosa se contrai numa linha, surge uma ruga solitária no meio de suas sobrancelhas. Me dá um desconforto no estômago quando identifico a emoção escondida nas feições. É pena.

— Você inventou o V, Seagull. Não eu.

Ele tem razão. No fundo eu sempre soube. Era o menino das noites, o legítimo. Era o menino que chorava de verdade, sem poses prontas, sem gestos ensaiados ou frases decoradas. O amanhecer, a metamorfose, tudo isso foi também invenção. Fruto de inspiração, solidão, ambição. A busca pela obra de arte que me faria imortal, uma produção delirante do meu próprio desejo.

Encaro Namjoon por um segundo, o homem que nomeou V. Sou assaltado por uma súbita curiosidade.

— E se você tivesse que me catalogar, Namjoon? Se eu fosse um dos seus modelos. Qual seria o meu nome?

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⏰ Last updated: Apr 23 ⏰

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