𝑂 𝑙𝑜𝑏𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑠𝑒𝑟á 𝑚𝑎𝑢 𝑠𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝐶ℎ𝑎𝑝𝑒𝑢𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜.
Aquela frase resumia bem a vida de Brianna.
Diferente do que sua mãe tinha sido para toda Prythian, Amarantha havia sido boa para...
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No dia seguinte, eles acordaram cedo e começaram a caminhar pelo que pareceu horas, até chegarem a um local que os lembrou da Enseada. Tudo à frente deles era uma neblina densa, envolvendo tudo em uma cortina que obscurecia a visão, e sons estranhos e inquietantes ecoavam por todos os lados.
Tudo parecia desolado. As árvores que antes eram majestosas agora estão retorcidas, como se fossem contorcidas por mãos invisíveis. Suas folhas murchas e escuras formam uma espécie de dossel pesado que bloqueia quase toda a luz do sol. As sombras se estendem por todos os lados, criando um ambiente sombrio e inquietante. A névoa se espalha pelo chão, criando um solo encharcado e lamacento que suga os passos de Brianne Azriel com cada pisada. À medida que avançam, os sons estranhos se intensificam, tornando-se um coro de murmúrios e sussurros inquietantes que parecem sussurrar segredos sombrios.
-Que lugar é esse? - Brianna perguntou baixo, e Geodita saiu de seu esconderijo sob o cabelo dela.
-É a Cidade Espectral - Geodita respondeu, parecendo apavorada - Ninguém sabe o que realmente tem em meio a neblina, e nem o que são esses sons.
-Vamos continuar andando - Azriel sugeriu e Brianna assentiu.
Eles voltaram a caminhar cautelosamente, Azriel atento às reações de Brianna, já que ela parecia bem alerta naquele ambiente, e ele suspeitava que era por causa de seus poderes de Sussurrante. As construções antigas e decrépitas da cidade parecem observar os viajantes com suas janelas vazias e telhados inclinados. As paredes de pedra, agora cobertas por trepadeiras escuras, parecem segurar séculos de segredos sombrios.
-Você também sente como se estivéssemos sendo observados o tempo todo? - Brianna perguntou baixinho.
-Sim - Azriel respondeu - Precisamos tomar cuidado, o lago deve estar aqui em algum lugar, mas não dá pra enxergar muito a frente.
Avançaram pelas ruas estreitas, a respiração deles visíveis no ar frio e úmido, a névoa densa trazendo uma sensação opressiva. Até que, em determinado momento, Brianna começou a ouvir o som de água corrente.
-Tem água correndo próximo daqui - ela avisou a Azriel, mudando a rota que seguiam, indo atrás do som.
Após alguns minutos de caminhada, um lago enorme se estendeu diante deles, tranquilo e sombrio como a noite era. A água era de um tom profundo e escuro de azul, quase negro, e parecia impenetravel, como se escondessem algo sob as águas. A superfície do lado era extremamente lisa e calma, refletindo o céu nublado e as silhuetas das construções.
A névoa que envolvia a cidade parecia se concentrar especialmente sobre o lago, se misturando com a água escura, dando a impressão que o lago não possuia fim. Algo podia ser visto se movendo sob a água escura, algo que não puderam ver claramente, mas cuja presença era inegável.
-O que será que é isso? - Azriel sussurrou, vendo a silhueta passar próximo à margem.
-Eu não sei se quero descobrir - Brianna respondeu.
