Capítulo 30

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Era difícil trabalhar pra um Styles . Com a morte de Alexandre a MS Designs parou, e os funcionários foram dispensados. Então, numa manhã, do nada, receberam uma sms da chefe: "Estarei no ateliê em 30 minutos." Sem mais, sem menos. A correria foi total. Os funcionários chegaram no ateliê as pressas, checando tudo, conferindo suas próprias roupas, cabelos e adereços, deixando tudo impecável e esperando em fila. Quando Melanie entrou, toda de preto e com um blazer grafite por cima, os olhos azuis cobertos por um óculos aviador escuro, a mudança foi notável. Ninguém sabia se devia dar os pêsames, ninguém se atrevia, então todos esperaram. Melanie nunca fora doce pra ninguém, mas podia se notar no modo de andar dela, na cor da pele: Algo havia morrido nela.

Melanie: Eu quero um relatório do que houve na minha ausência, pra ontem. Liguem pros fornecedores, quero posicionamento sobre as amostras de tecido que ficaram pendentes. Tem 03 croquis que eu quero já um esboço em manequim antes do fim do expediente. - Entrou, falando, sem ao menos dar bom dia e nem tirar os óculos. Os funcionários a acompanharam, calados e ansiosos, engolindo cada palavra - E tirem essa faixa da frente do meu ateliê. - Encerrou.

Os funcionários se adiantaram, apressados, e logo o ateliê estava a pleno vapor. A faixa foi retirada da frente do ateliê. Melanie não saiu pra almoçar, trabalhando febrilmente. Só parou ao receber visitas, à tarde.

Madison: Como assim você decidiu ficar? - Perguntou, escandalizada.

Sophia: Tínhamos certeza de que você ia embora assim que se recuperasse. - Emendou.

Melanie: Não me foi dada escolha. - Disse, assinando um relatório e respirando fundo. - Não enquanto a empresa do meu pai estiver nas mãos daquele desgraçado. - Concluiu, apanhando outro papel. - Ele me criou pra ser forte, então eu vou ser.

Sophia: Melanie. - Disse, exasperada. Melanie a olhou, o branco do olho ainda irritado pelo choro, a iris azul parecendo fria. - Nada do que você fizer agora vai trazer seu pai de volta. - Melanie não se abalou.

Melanie: Eu sei. Mas se eu posso impedir que Harry pise no nome dele, eu vou impedir. - Disse, decidida - Senão eu o desonro. Senão o trabalho e a morte dele foram em vão. Senão o que Harry me fez ficará imune.

Madison: E o que você pretende fazer? - Perguntou, ninando Clair. A menina olhava a paleta de amostras com tecidos coloridos, interessada, a mãozinha na boca - Harry não vai abrir mão.

Melanie: Sei que não. - Disse, baixando o rosto pro papel, e Madison revirou os olhos, erguendo Clair e pondo a menina no colo de Melanie, entre os papeis. Melanie amparou a bebê, por reflexo, e Clair riu, travessa, toda fofinha em um macacão rosa claro. Melanie encarou a menina, que costumava ser seu xodó no que pareciam ser vidas atrás, como se o riso inocente de uma criança fosse algo incabível nessa altura.

Sophia: Isso não é saudável. - Disse, tirando o cabelo do rosto - Ele não vai vender, você não vai desistir. Me mostre um modo disso ser possível. - Pediu, preocupada.

Melanie: Um passo por vez. - Disse, estudando Clair, que a olhava, muito a vontade.

Sophia: E o primeiro seria...?

Melanie: Reconquistar a confiança do meu marido. - Disse, abrindo um sorriso pra menina. Não se refletia em seus olhos. Clair olhou, com uma desconfiança fofa - Fazer com que ele acredite que voltamos a nossa rotina normal.

- Senhora ? O carregamento de amostras chegou.

Melanie: Me dêem um minuto. - Disse, se levantando e entregando Clair a Sophia, saindo desfilando nos saltos.

Sophia: Não gosto disso. - Disse, ninando Clair, aflita - Não gosto nada disso.

Madison: A paixão dela virou ódio. - Disse, observando Melanie que observava os empregados tirarem amostras de tecido com um olhar duro que lembrava o de Harry, ironicamente.

Skyfall  - Efeito Borboleta (Livro 1) [H.S]Where stories live. Discover now