Capítulo 35

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Melanie queimou os testes e foi pra cama. Se deitou em bola, aninhando seu bebê, e passou o resto da noite pensando. Quando amanheceu, estava em pânico. Foi pro ateliê mecanicamente, e não trabalhou. O coração dela era fraco, se Harry usasse Zayn ela podia ter algo... E o seu bebê... Ela não podia dizer a ele. Ele já deixara claro que a faria abortar. Mesmo que ela rompesse o contrato, ele era capaz de agredi-la de novo, e ela podia perder o bebê. Não podia arriscar: Ela já perdera um bebê antes. Isso não ia acontecer. Não trabalhou o dia inteiro. Se forçou a comer, porque seu filho precisava. Queria ir ao medico, ver se estava tudo bem, mas Harry saberia na hora. Passou o resto do dia procurando uma alternativa de se salvar daquilo. No fim da tarde, ao entrar no carro com os seguranças, tinha o rosto acinzentado, desesperado, desolado. Precisava escapar. Precisava salvar esse bebê, salvá-lo como Alexandre a salvou, salvá-lo da doença de Harry. Alexandre não ia querer que ela passasse por isso tudo – Ele nunca teria permitido. E agora ela continuava com isso pela maldita empresa. Alexandre se revoltaria, ele a impediria. Pro inferno com a empresa, era o que ele diria. Então algo a chamou a atenção. Algum tempo atrás passara a pedir aos seguranças pra ligarem o radio do carro, de modo que ela ganhava um pouco de privacidade no banco de trás. Se tornou um habito. Era baixinho, mas sempre estava lá. Só que ela reconhecia a letra da musica que tocava, era uma musica do Bon Jovi, ela conhecia porque Alexandre costumava gostar, tinha vários CDs.

Melanie: Aumente o radio, por favor. – Pediu, rouca. Queria ouvir a letra. O segurança atendeu, e a melodia encheu o carro.

"Gina sonha em fugir.

Quando ela chora a noite, Tommy sussurra: Baby, está tudo bem!

Um dia... Nós temos que nos segurar no que nós temos

Porque não faz diferença se conseguiremos ou não

Nós temos um ao outro, e isso já é muito

Por amor... Nós vamos acabar com isso."

Era como se fosse Alexandre falando com ela. Essa era uma das musicas preferidas dele. "Nós temos um ao outro, e isso já é muito"... Ela olhou a barriga, abraçando-a. Ganhara o habito, mesmo não havendo barriga pra abraçar ainda.

"Oh, estamos quase lá...

Ooh! Vivendo a base de uma oração!

Pegue minha mão e conseguiremos, eu prometo.

Ooh! Vivendo a base de uma prece..."

Melanie: Pare o carro. – Disse, e os seguranças olharam. Não era do comportamento dela.

XXXX: Temos ordens... – Interrompido.

Melanie: Eu só vou à igreja. – Disse, cansada, e eles olharam pela janela.

Lá estava, a catedral em que ela se casara com Harry. Os motoristas, após hesitarem, encostaram o carro e ela desceu, ajeitando o sobretudo em volta do corpo. Entrou na igreja, olhando as imagens, sem nem saber porque entrara ali. Vagou pela catedral, pedindo a Deus que lhe mostrasse um modo de proteger seu neném de Harry. O desespero a engolfara. Ela nem viu pra onde andava, até que topou com o padre. Estava perto do confessionário. Quando ele perguntou se ela queria se confessar, ela assentiu debilmente, sem saber o que realmente fazia. O padre entrou na cabine e ela se ajoelhou com cuidado ao lado, olhando as tramas de madeira.

Padre: Ave Maria puríssima... – Começou.

Melanie:...Sem pecado concebida. – Completou, ainda olhando a madeira. Então o desespero a derrubou e ela caiu no choro, em um choro desesperado, angustiado – Eu não aguento mais! – Disse, fanha pelo choro. - Não posso mais fazer isso.

Skyfall  - Efeito Borboleta (Livro 1) [H.S]Where stories live. Discover now