Sinceridade

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Tome cuidado.

Fora isso que Dumbledore lhe dissera no dia anterior, depois do jantar. É claro que fora apenas formalidades, Hermione sabia que Tom deveria estar prestes a aprontar alguma e então quando o moreno a chamara para conversar, ela sentiu que ele estava armando alguma.

Não pela sua postura elegante, ou pelas doces palavras que ele falara para ela, mas pelos olhos. Seus olhos negros e profundos estavam com um lampejo de vermelho e aquilo não era do jovem Tom Riddle, aquilo era Voldemort.

De qualquer jeito, ela precisava estar ali com ele, entrando no Cabeça de Javali e vendo algumas poucas pessoas sujas tomando alguma bebida igualmente duvidosa. Ela reconheceu Aberforth com os cabelos castanhos – muito parecido com os dela, e os olhos azuis cintilantes, que eram iguais aos de seu professor.

Aberforth deu uma olhada de esguelha para os jovens que entraram e cuspiu no copo que limpava, esfregando-o com um pano igualmente imundo. Hermione ignorou a náusea e desconforto que aquilo lhe causava e continuou caminhando com Tom ao seu lado, até ficarem de frente para o balcão. Aberforth suspirou e voltou-se para os adolescentes:

Não vendemos bebidas para menores. Se querem um encontro vão no Pudfoot, que tem essas frescuras.

Não estamos em um encontro disse Tom, ao mesmo tempo em que Hermione disse:

Oh, na verdade queremos algumas informações, senhor Dumbledore ele pareceu se retrair na cadeira, como se tivessem descoberto seu maior segredo.

Tudo bem, me dêem um minuto ele expulsou alguns que estavam bebendo, e depois se sentou em uma das mesas junto com os dois adolescentes. O que querem?

Hermione suspirou e olhou para Tom, pedindo algum tipo de auxílio. Ele assentiu e começou:

Estamos fazendo um trabalho para a escola, que trata de uma arvore genealógica de grandes famílias bruxas. E gostaríamos de fazer a da família Dumbledore. Queríamos começar pelo senhor, senhor Dumbledore. ele foi polido e educado, com um toque de persuasão. Era o mesmo que fazia com os professores.

O velho Alvo vai odiar isso refletiu um pouco e Hermione desconfiou que ele fosse recusar, mas então ele abriu um sorriso maldoso por cima da barba castanha O que querem saber sobre minha família?

Hermione foi fazendo perguntas simples, até porque não queria entrar em terreno delicado logo no começo da entrevista; perguntou sobre sua mãe Kendra, seu pai Percival e quem veio antes deles. Ela notou, pelo canto do olho, que Riddle não parecia tão impressionado com a conversa, mas olhava para um quadro reluzia no meio de toda sujeira, não muito distante deles.

Ela sabia quem era, sabia que uma hora teriam que perguntar sobre a moça e sobre toda confusão que fora sua morte. Mas no momento, sabia que Aberforth provavelmente surtaria. Tom tinha a compostura de não perguntar, embora Hermione sentisse que ele queria saber quem era a jovem loura no quadro.

Ariana Dumbledore.

De fato, Tom não prestava a mínima atenção na conversa entre Hermione e o irmão de Dumbledore, ele estava impressionado com outra coisa.

Ele sempre pode se gabar de sua visão perfeita, era uma vantagem que poucos tinham. Ele conseguia ver coisas que ninguém via de primeira. No bar de Aberforth ele reparou em três coisas, além da sujeira.

A calça rasgada das vestes de Aberforth revelava uma pequena cicatriz no joelho esquerdo. O quadro da menina, que estava sentada em uma cadeira com um sorriso terno e que piscava suavemente, tinha uma cicatriz pintada do mesmo jeito e mesmo formato.

Faith - TomioneWhere stories live. Discover now