Capítulo 2

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Depois de tomar um banho gelado, acompanhei as meninas para o andar de baixo.

Estava sem fome!

Eu não estava acreditando que eu tinha perdido minha pulseira. Ela significava muito pra mim.

Sentei no sofá, abracei meu joelho escorando meu queixo nos mesmo e fiquei encarando a TV.

- Lexi - chamou Bruna - Vamos comer.

- Não quero, estou sem fome.

- Não fica assim, vamos achar a pulseira. - fosse ela se ajoelhando na minha frente - Eu juro, assim que almoçarmos, vamos todos procurá-la.

Não disse nada.

- Vamos beber uma água pelo menos - disse ela.

Levantei e fui para a cozinha com ela, todos me encararam, não consegui olhar para Pedro, coloquei meu óculos de sol, bebi um pouco de água.

Meu rosto esquentou, e tinha certeza que está vermelha de vergonha.

Dei meia volta e subi a escada correndo. Queria ir embora dali, o mais rápido possível, o quanto antes melhor.

Não precisava ficar ali e ser humilhada por um caipira qualquer.

Arrumei minhas malas, iria embora dali nem que se fosse a pé.

Ia sair do quarto quando escutei.

- Pedro você não podia ter feito isso com ela - era a voz da Bruna.

- Foi só uma brincadeira.

- Pra você foi uma brincadeira, pra ela não - disse minha amiga - Lexi não foi criada numa fazenda, ou com coisa mais simples.

- Ela é uma patricinha mimada - disse ela - Ela tava chorando só por que eu a joguei na lama. Quanta frescura.

- Não era por isso que ela estava chorando  - disse Bruna - Ela perdeu uma pulseira.

- Uma pulseira? Só isso, é só ir numa lojinha e comprar.

- Não é tão simples assim. Aquela pulseira era muito importante pra ela, ela nunca tira. Foi o pai dela que deu.

- I dai? O pai dela da outra.

- Ele não pode, porque ele...

Antes dela terminar, sai do quarto, os assustando.

- Ouvir atrás da porta é feio - disse Pedro.

O ignorei completamente.

- Bruna, eu vou embora - disse.

- O que? Não, você não pode ir - disse ela - Essa é nossas férias, você não pode ir embora...

- Eu não quero ficar mais nem um segundo - disse - Não com essa pessoa aqui. Eu quero ir pra minha casa.

- Pra que? Pra se trancar em um quarto e chorar - disse ela com raiva - Pra tentar se matar de novo? Não, eu não vou deixar você fazer isso.

- Eu já falei pra nunca mais tocarmos nesse assunto - disse segurando pra não chorar, não me orgulhava muito do meu passado. - Foi apenas um surto.

- Porque nunca quer falar disso?

- Você sabe o por que. - disse desviando o olhar do dela - Bru, eu só quero ir embora, desde que cheguei aqui tudo está horrível.

- Fica só mais um pouco - disse ela segurando minhas mãos - Só mais alguns dias, depois se você quiser ir embora, nós vamos. Todos nós.

- Só essa semana. 

Entrei no quarto e coloquei uma legging preta e amarrei meu cabelo em um rabo-de-cavalo e sai do quarto.

Precisava andar um pouco, espairecer a cabeça. Uma semana! Era tudo que eu precisava aguentar.

Sai da casa, e comecei a andar, passei por galinhas, porcos, patos, vacas. Fiz careta, quanto bicho horrível!

De longe vi Frederico cuidando dos cavalos, ele sorria encanto escova a clina de um. Pedro apareceu atrás do avô dando um tapa amigável em suas costas e sorriu.

Senti vontade de chorar ao ver a cena.

- Você esta bem? - perguntou Mia.

- Cavalos - disse.

O sorriu gentil.

- Vem.

Ela me puxou para onde os dois estavam, prendi a respiração, todo meu corpo ficou tenso quando cheguei perto.

Vou te explicar porque não sou... Chegada a cavalos.

Antes meu pai andava a cavalo, eu também, ate um acidente acontecer, fazendo com que meu pai moresse.

Estavamos andado a cavalo, quando meu começou a correr mais rápido e mais rápido. Eu estava aprendendo ainda como a montar do animal. Fiquei  desesperada e com medo. Meu pai foi o mais rápido possível para chegar perto de mim.

E então, tudo aconteceu rápido. Meu cavalo havia parado de correr, mas meu pai estava no chão, havia muito sangue por toda a grama. Ao cair do cavalo tentando me salvar, ele bateu a cabeça em uma pedra. E foi fatal. Desde o acontecimento, tenho trauma de cavalos.

- Mia - disse dando um passo pra trás.

- Vamos! Você consegue - apertou a minha mão - Confio em você.

- Eu ajudo vocês a subirem- disse Pedro.

Ele ajudou Mia subir, ela sorri empolgada.

- Você vai?

- Não - respondi rapidamente.

Pedro de ombros.

Mia começou a andar devagar. Sua confiança no animal foi crescendo. Porém uma hora que ela se desequilibrou, fazendo o cavalo se assistir e sair galopand, ela começou a gritar desesperada.

A cena do meu pai veio em minha cabeça.

Não podia perder minha amiga assim!

Com um impulso subi sozinha no cavalo e sai correndo atrás de Mia. Estava nervosa, desde que meu pai morreu eu nunca tinha subido mais em um cavalo.

Consegui pegar a redia do cavalo de Mia, e puxei fazendo-o diminuir os passos e até parar. Ela me olhou assustada e surpresa.

- Obrigada - disse ela - Você ta em cima do cavalo.

Meu coração começou a acelerar, uma lagrima rebelde caiu, desci rapidamente do cavalo, me sentindo mal, tudo estava rodando. Pedro chegou correndo.

- Vocês esta bem? - perguntou para Mia, ajudando ela a descer.

Minha visão estava embasada, minhas pernas começaram a tremer. Senti o suor escorrer pela minha coluna minha coluna.

- Lexi?

Minhas pernas dobraram e não consegui segurar o peso. Pedro me alcançou antes que eu batesse no chão. Então tudo ficou preto.

Meu Querido Caipira (Série Desejos)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα