Capítulo 13

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Uma semana havia se passado, nada de mais aconteceu.

Já estava anoitecendo. Ia fazer um mês que estávamos ali. E amanha nós iríamos voltar para a cidade, para nossa vida normal, para longe da fazendo, para longe de Pedro.

Subi para o quarto, passei o dia quieta.

Eu sei que no começo foi difícil, eu e Pedro não nos entendíamos, mas agora estava tudo ótimo, e eu não tinha duvidas, eu gostava muito dele, nunca senti algo assim por ninguém, e só de pensar que amanha eu não iria mais o ver meu coração apertava.

Dobrei algumas roupas minhas que estavam espalhadas pelo quarto, e coloquei na mala. Separei uma calça jeans cintura alta rasgada no joelho, um blusinha preta soltinha, e uma camisa xadrez clara, para a viajem de amanha.

Não consegui segurar as lagrimas, fechei a mala. A porta se abriu, tentei limpar as lagrimas, mas Pedro já havia visto.

- Ai meu deus! - disse ele me levantando - Não fica assim minha pequena.

O abracei, não me importando com as lagrimas. Pedro me abraçou forte e abraçou o topo da minha cabeça.

- Não fica assim - disse ele - Também esta sendo difícil pra mim, mas fazer o que...

Ele não terminou a frase. O encarei. Ele começou um beijo calmo.

Eu nunca pensei que ia ser tão difícil me despedir de alguém.

* * *

Felipe nos acordou cedo para irmos, falando que não queria pegar transito. Pedro me ajudou a levar minhas malas. Coloquei meus óculos de sol, tentando disfarçar a cara de choro.

Fui ate dona Francisca.

- Ai minha querida. Vai com deus viu - disse ela me abraçando - Me desculpa por qualquer coisa.

- Que isso - disse - A senhora foi como uma mãe pra mim, eu que tenho que pedir desculpas por tudo.

- Olha! Vê se aparece um dia desses.

- Vou tentar.

Ela deu um beijo em minha bochecha.

- Fala vovô - disse rindo.

- Fala ai minha neta - ele brincou comigo.- Você tem mesmo que ir?

- Infelizmente sim - disse abraçando-o.

Depois de me despedir deles, encarei Pedro. Não aguentei e comecei a chorar. O abracei forte, sentindo o seu cheiro pela ultima fez. Ele colocou a mão em meu queixo e levantou, me fazendo encara-lo.

- Eu não vou me esquecer de você - disse ele.

- E nem eu de você - disse.

Ele selou nossos lábios com calma.

- Vamos? - perguntou Felipe.

Me separei dele e entrei no carro.

Pois é, a vida é assim. Agora tenho que me conforma com mais uma perda.

Eu entendo que Pedro tem que ficar ali, pelo mesmo motivo que eu tenho que ir.

Levamos vidas diferentes, e não podemos largar a nossas vidas assim.

Então agora vai voltar como antes, cada um pro seu lado.

Demorei muito tempo tentando me proteger, tentando não sofrer, criando uma barreira em volta de mim, que acabei não vendo algo bom passando no meu nariz.

Eu... simplesmente não tenho palavras para o que sinto agora.

Encostei a cabeça no vidro do carro e fiquei vem a gente se distanciar cada vez mais da fazenda.

Pois é, que a vida volte ao normal.


Meu Querido Caipira (Série Desejos)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora