Capítulo 15

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1 ano depois:

Eu ainda odeio Pedro, ele tentou fazer Felipe falar comigo e tentar me convencer a falar com ele. Mas nada fez mudar minha ideia, e não quero ver a cara daquele infeliz. Ele já tentou me ligar varias vezes mais sempre as rejeitei.

Falando de coisa boa, sai da casa da minha mãe, estou morando em um apartamento um pouco pequeno, já que eu estou acostumada sempre com casas grandes, mas é o que eu posso pagar sozinha.

Comecei a trabalhar como secretaria em um empresa simples, o salário não era muito, mas era o suficiente para me sustentar.

Entrei no meu apartamento, como Bruna chamava, apertamento. Joguei minha bolsa no sofá e fui para a cozinha preparar algo pra comer. Depois de comer algo, me joguei no sofá e liguei a TV.

Como não estava passando nada legal, desliguei a TV e fui para o quarto. A campainha tocou. Revirei os olhos e fui abrir a porta.

Quando abri a porta, meu coração parou. Pedro me encarou.

Tentei fechar a porta, mas Pedro não deixou.

- Sai daqui - disse tentando fechar.

- Lexi já faz um ano...

- Sai - gritei.

- Lexi.

Fiz toda a minha força, e fechei a porta. Me encostei nela e comecei a chorar.

- Lexi abre essa porta - gritou ele, batendo na porta - Por favor, vamos conversar. Já se passou um ano, eu... eu preciso de ver você, de tocar em você.

Limpei as lagrimas, fui ate o interfone e liguei para o porteiro.

- Josué - disse assim que ele atendeu - Pede para um dos seguranças tirar um cara do meu apartamento, ele esta batendo na minha porta que nem um louco, estou com medo.

- Sim senhora.

- Obrigada.

Tentei segurar o choro, mas não deu. Sentei no sofá encarando a TV desligada.

- Me solta - escutei Pedro gritar. - Lexi, por favor.

Comecei a chorar mais ainda.

Porque as coisas tinham que ser tão complicadas assim? Me deitei no sofá e acabei dormindo chorando, outra vez.

Acordei com a cara inchada, passei maquiagem para tentar disfarçar um pouco, me arrumei e fui para o meu trabalho. Quase não consegui trabalhar direito, ora pensava em Pedro, ora cochilava. Depois do trabalho voltei para casa exausta, poderia tirar uma hora de cochilo, pra depois me arrumar pra faculdade.

Quando abri a porta, tinha um envelope no chão, o peguei e abri.

"Minha Querida Lexi,

Te peço por favor não rasgue a carta antes de ler tudo, você deve estar pensando que coisa de caipira fazer uma carta neh, mas é porque eu sabia que se eu mandasse uma mensagem você nunca iria me responder e nem visualizar iria logo apagar.

Bom, eu quero primeiro de tudo lhe explicar o que aconteceu a um ano atrás, você foi embora, fiquei de um jeito que nunca tinha ficado antes por nenhuma pessoa, você me ensinou algo novo, mas ai você foi embora e do nada parece que eu cai de novo para o mundo real, isso foi um choque pra mim. Eu te liguei todos os dias, por duas semanas, deixei diversos recados, mensagens e nada de você ver, retornar a ligação. Fiquei com medo, você é uma garota da cidade, que pode ter vários homens aos seus pés, o que você teria visto em uma caipira como eu? Fiquei com medo, de você perceber que o que sentiu por mim foi apenas fogo de palha. Fiquei deprimido, não queria mas fazer nada, só pensava em você. Então eu tive que me distrair. No dia em que você foi lá na fazendo, resolvi sair de tarde e pegar a primeira mulher que aparecesse na minha frente, e olha, não resolveu nada, porque eu imaginava você ali. Era o que eu mais queria, que fosse você ali. Quando você apareceu e viu a cena tentei te explicar, mas você não deixou, e eu te entendo não deve ser fácil. Só peço desculpas, mas saiba que eu te amo, e sempre vou te amar, e se houver vida após a morte ainda vou te amar.

Não sei se você ficou sabendo que a dois meses atrás meu avô morreu, ataque cardíaco. Desabei, não queria mais viver, mas minha avó não deixou, disse que eu tinha que seguir com a vida, que era isso que meu avô queria, pra mim ir atrás do que eu mais queria na vida. Então eu fui atrás de você, mas você fechou a porta na minha cara, soube ai que nunca iria me perdoar, mas mesmo assim eu te amo, e isso é surpreendente, pois você pode fazer o que quiser comigo que eu ainda vou continuar te amando.

Mas agora eu preciso deixar você, já que é isso que você quer, penso que é como dizem, solte, porque se for seu, um dia volta, e se for pra ficarmos juntos eu sei que ainda vamos acabar nos reencontrando e espero que ate lá, você já tenha me perdoado. Estou indo atrás do meu outro sonho, virar um medico e salvar vidas de pessoas.

Espero que você seja muito feliz.

Eu te amo muito.

De seu sempre, Pedro"

Lagrimas caiam sem parar. Ficava feliz por ele estar seguindo o seu sonho de ser medico, e triste porque meu velhinho, como eu chamava o avô de Pedro morreu. Mas seria melhor agora cada um seguir a sua vida.

Guardei a carta no meu guarda-roupa, tomei um banho e fui me preparar para ir pra faculdade.

Meu Querido Caipira (Série Desejos)Where stories live. Discover now