Cap 6

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O portão negro se aproximava cada vez mais, estava mais silencioso e menos movimentado que ontem. Xavier abre a porta para mim. Olho para ele que ainda está em transe, suspiro.
— Espere até eu voltar, se eu não voltar daqui a duas horas vá embora e viva como se nada tivesse acontecido.
— Sim senhora.
Respiro fundo e agora olho para a imensa porta de entrada. O que será que me aguarda?
Os servos abrem os grandes portões e eu entro, uma serva me guia até chegar a um aposento, era uma sala imperial, móveis luxuosos e antigos enfeitavam o local, no meio uma mesa de centro no mesmo estilo, louças antigas e impecáveis cobriam a mesa de centro redonda, cupcakes e petiscos estavam em arrumações altinhas como se fosse uma mesa de festa, Miranda olhava a janela e no instante que entrei ela virou olhando-me e abriu um sorriso exageradamente forçado.
— Sente-se, Achei que não viria... — ela continuou a manter o sorriso.
— E porque achou uma coisa dessas? — Sorri erguendo a sobrancelha mas na verdade estava muito nervosa.
— Não sei.. É que falam muito de nós — ela pegou uma taça de vinho e bebericou — Você sabe... Quanto maior o poder maior o temor. Mas você é corajosa.
— Não tenho medo da morte sra Black. A morte é um grande nada que as pessoas temem, mas eu não sou como essas pessoas.
Ela ergue a sobrancelha. Merda! Eu deveria passar a imagem de uma inocente e vulnerável garotinha.
— Sirva-se. — Ela olhou para a mesa.
Peguei um cupcake e antes de dar uma mordida pude sentir o cheiro que emanava dele... Estava enfeitiçado. Mas qual era o feitiço? Sinto um cheiro amargo com algo doce e gosmento.. Era a magia da verdade. Mordo um pedaço e finjo que engulo. Olho para ela que sorri cinicamente. Essa era a razão, ela queria arrancar a verdade de mim, saber se eu era ou não uma ameaça para seu império. Mas eu saquei sua jogada que foi esperta, seria mais fácil perceber se ela me enfeitiçasse diretamente.
— O cupcake estava bom? — Ela inclina a cabeça para escutar minha resposta
— Delicioso.
De repente o olho esquerdo de Miranda fica vermelho, ela olha bem para mim.
— De onde você é?
Finjo estar em um transe olhando em seu olho.
— Seattle, Washington.
Ela cerra os olhos lentamente.
— Quais são os seus poderes?
— Sou apenas loba.
— Qual poder você herdou de sua mãe?
Me choco com sua pergunta mas não saio do transe. Ela sabia, conhecia minha mãe de verdade?
— Apenas a velocidade loba — Respondo.
Ela gargalha.
— Você consegue ser mais inútil do que ela foi.
De repente ela ficou séria.
— Quais seus poderes negros?
Olhei em seus olhos. "Poderes negros?" Do que ela estava falando? Mas eu não podia demorar para responder, eu precisava inventar algo.
— Nenhum. — foi a única coisa que eu pensei.
— Ah, vamos Blaire com pai e mãe poderosos você nasceu assim tão fraca? Aah você consegue ser mais inútil que sua mãe! — Ela me encarou e fiz de tudo para não transparecer o quanto eu estava chocada. — O que você sabe sobre sua mãe verdadeira?
— Nada.
Ela me olha.
—hum.. Entendo.
— Você conhece os Reds?
— Não. — Nesse momento me perguntei quem eles eram..
— O que Bloom acha de mim? — ela ergueu a sobrancelha.
— Perigosa.
Ela ri.
— Eu sabia! Foi ela que disse pra não me olhar nos olhos correto?!
— Sim.
Ela para de rir.
— Já encontrou seu companheiro?
— Não.
Ela quase engasga com o vinho e fica séria.
— Está liberada. — Ela levanta e se vira para a janela de volta. Levanto saindo daquele local quando escuto.
— Blaire
Viro-me para ela.
— Fique longe desta casa, nunca mais volte aqui, e principalmente nunca mais se aproxime de qualquer original.
Confirmo com a cabeça e saio daquele local. Eu quase corria pelos corredores em busca da saída a única coisa que passava por minha mente era sair dali o mais rápido possível. Não que eu estivesse com medo mas o último aviso de Miranda me assustara, ela estava falando sério mas por qual motivo não me queria perto dos originais? O que ela sabia sobre minha mãe? E MEU PAI! Quem eram os Reds? Suspiro pelo menos eu estava fora da jogada, mas estava atenta, eu vi o bastante, ela era perigosa e manipuladora. Eu não conseguia achar a saída, comecei a correr pela mansão e não conseguia ver mais um empregado sequer, até que achei uma porta aberta, era uma porta de pedra e estava distante de todas as outras que dava direto para uma escada de pedra, alguns barulhos vinham de lá, não entendi porquê aquela porta era tão afastada, meu coração mandava eu ir embora mas aquela porta tinha chamado minha atenção. Entro e já desço alguns degraus sem fazer barulho, quanto mais eu desço mais eu sinto um odor entrar nas minhas narinas, meus olhos começam a lacrimejar. A escada levava à uma espécie de porão, a porta estava entreaberta, ouvi alguns gritos que me assustaram automaticamente dou um passo para trás mas piso em falso, caio rolando pela escada e paro em frente à porta. Me levanto devagar e olho para dentro da porta entreaberta, os cabelos em minha face pela queda atrapalhava um pouco a visão, então vejo, pessoas presas por correntes, cortadas e com membros amputados, elevo minhas mãos à boca, havia um quarto cheio daquelas pessoas. Mas porquê eles tinham aquelas pessoas ali? Nem percebo e vejo que estou correndo nas escadas. Agora era sério, eu precisava sair dali, corro pelos corredores e vejo outro corredor pelo qual eu entrei, finalmente eu encontrei a saída daquele castelo de terror, suspiro de alívio e diminuo a velocidade quando de repente sinto alguém puxar meu braço com força, me machucando, sou lançada contra à parede, ele está à minha frente, sem blusa com a mesma roupa que estava de manhã quando me atacou. Eu estava encurralada, seus braços me prendiam, não tinha como correr, ele estava à minha frente sério.
— O que você fez? — fala grosso
— Como assim o que eu fiz?
— Não consigo sentir seu cheiro.
— Achei que fosse mais esperto.
Ele me encara, droga não devia ter falado isso, ele me imprensa na parede, nossa proximidade agora mexia comigo, aquele corpo e aqueles olhos mexiam com meu psicológico, aah eu não posso ceder, não posso deixar minha loba me controlar, preciso do domínio.
Ele sorri sarcástico.
— Você não tem saída. — ele se aproxima do meu ouvido, fico imóvel com sua aproximação, era impressionante o domínio que ele tinha sobre mim. — Não tem como escapar de mim.
Sinto sua mão passar pelo meu corpo. Fecho os olhos mas logo os abro, o empurro mas ele não sai do lugar. Ele me encara sério e logo é tomado de raiva, ele soca a parede ao lado da minha cabeça formando um buraco nela. Ele passa as mãos no cabelo descontrolado e me solta se afastando. Aproveito a oportunidade e corro para o corredor que eu conhecia, acho o portão de saída e saio sem olhar para trás. Não  vejo Xavier, droga! O incidente com Athos havia me atrasado.. E aquele porão com pessoas também. Mesmo sem condução corro voltando para casa, dessa vez ninguém me seguia.

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