CAPÍTULO 43

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Eu acho que dormi. É dormi.

Senti cheiro de comida, pizza. Ele acha que ele é esperto? Não vou me vender por pizza.

Ele se sentou do meu lado, ligou a TV, e começou a comer pizza e beber coca.

- Vai pedir ou ficar aí babando?
- Cala boca. - pego um pedaço.
- Orgulhosa.
- Quer apanhar?

Revira os olhos e continua a comer.

[...]

- E o Felipe?
- Trabalhando. As vezes ele parece mais nervoso que eu. - sorriu.
- É homem. - ri. - Pra eles são fácil, não é eles que carregam o peso da barriga e nem sentem dores.
- É... Mas logo minha princesa nasce. - Angel sorriu alisando a barriga.
- A tia vai mima-lá tanto.
- Você já contou para o Max?
- Não tenho coragem. Não sei qual vai ser a reação dele... E se ele ficar brabo e não querer nada comigo? Eu perdi um filho.
- Ele te ama não vai fazer isso. Aliás, não foi culpa sua, e faz tanto tempo.
- Não sei, Angel.

Escutei um barulho e fui correndo até a porta. Max?

- O que você... Está fazendo aqui?

Ele não disse nada. DROGA...

- Vou deixar vocês sozinhos. - me abraça. - Conta toda verdade. - sussurra no meu ouvido.

Ele escutou, sabia? Ele é um LOBISOMEM, inteligente.

- Tchau...

Eu caminhei até a cozinha de novo.

O que eu digo para ele? E se eu dizer algo errado e ele não olhar mais para minha cara? O que eu vou fazer agora? E se eu sair correndo?

Ele me encarava de braços cruzados. Não tá ajudando, troxa.

- Ouviu tudo?
- Ouvi.

Mais alguns segundos de silêncio.

- Você tem que me entender, por favor. Eu fiquei com tanto medo de você não querer mais olhar na minha cara, eu perdi um filho nosso... Por obsessão minha, só porque eu queria vingança. - uma lágrima escorre. - Seria tudo diferente se eu não tivesse procurado vingança, teria uma criança correndo por essa casa agora. Você me perdoa?
- Não tem o que te perdoar. Entende, a culpa não foi sua, se não tivesse ido lá eles teriam ido até você. Eu te amo, vou te entender e perdoar. Eu estou aqui para o que der e vier, entendeu? E... Eu te entendi, você me entende também?
- Entendo...
- Eu já sabia te tudo.
- Tudo?
- Já sabia que você havia engravidado. Eu escutei na noite em que acordei na sua casa.

Tá brincando comigo.

- E... Me deixou carregar essa culpa?? - ri nervosa.
- Eu queria que você dissesse. Depois você foi ficando melhor, achei que já tinha melhorado. Não é bem assim.
- Eu preciso pensar, ficar sozinha.
- Eu te entendi, disse que me entenderia também.
- Quero te entender, por isso quero pensar. Você me deixou carregar essa culpa há mais de dois anos... - choro. - Eu só pensei em você, só pensei em como reagiria a isso tudo.
- Eu achei que isso tivesse até sido um sonho, no estado que eu estava também. Fiquei com medo que acontecesse isso que está acontecendo agora. Estava indo tudo tão bem.
- Estava... Sempre acontece algo de errado para gente brigar.
- Vamos esquecer isso? Vamos ser felizes.
- Difícil esquecer...
- Não quer ser feliz?
- Claro.
- Então, nada aconteceu?
- Nada.
- Eu te amo. Não quero brigar com você.
- Nem eu. - abraço ele.

Ele sorri e eu retribuo fazendo o mesmo.

[...]

Uma semana se passou desde o acontecido com o Max.

Tomei coragem, perdi o medo. Não estava aguentando. Parece coisa de novela, desde quando um casal fica tanto tempo sem ir para cama? Vou matar muito esse tempo perdido.
Max chega há noite, o que significa daqui duas horas.

Não quero forçar nada, o que com certeza não vai acontecer. O que quis dizer é que, se não rolar clima não rolou, o que também é difícil.

Tomei um banho, coloquei uma lingerie vermelha, e fiquei assim. Fui até a geladeira, peguei uma bebida, e comecei a beber.

Max chegaria a qualquer momento. Liguei o som, só ia tocar música sensual. Eu não estou normal, até pouco tempo estava com medo.

Peguei uma garrafa de sangue e tomei. Meu corpo pegava fogo.
Ouvi o barulho do carro estacionar.

Chegou!

Larguei a garrafa de sangue do lado da garrafa de whisky. Me sentei no sofá como se não tivesse planejado nada.

- Rafa?
- Oi, amor. - me levanto correndo e lhe dou um beijo.
- Tá querendo me matar? Nunca vou me segurar assim. - olha para meu corpo.
- Não precisa mais se segurar. - sussurro na sua orelha e mordo.
- Não brinca comigo... - aperta minha cintura.

Amo isso!

- Não estou brincando.
- Então não diz mais nada. - beija meu pescoço e eu puxo seu cabelo.

Saudades disso.

Doce Vingança - HíbridaWhere stories live. Discover now