Doce Vingança - Híbrida

CAPÍTULO 48

• Rafaela Narrando •

- AAH! - grito.
- O que foi?
- Olha ali, cortaram a barriga dela.

Ele me olhava sério.

- Não acredito...
- Só me assustei. - ri da cara dele.
- Ou quis me assustar?
- Os dois.
- Vou continuar vendo o filme! - se vira para TV.
- Para. - puxo ele para mim.
- Shiu! - deita na minha barriga.

Faço cafuné nele.

[...]

- Tchau, amor. - dou um beijo rápido nele.
- Tchau. - sai.

Fechei a porta e corri para o quarto. Li e reli aquela carta várias vezes. Era a carta que deixaram na porta.

"Rafaela, não? Então... Está tentando fugir, mocinha? Descobrimos onde você está e, acredite, não foi difícil. Seu namoradinho foi quem ajudou. Não briguem. Nós seguimos ele hoje, foi tão fácil, tentou fugir, mas não adiantou. Você achou difícil lutar contra os vampiros? Com nós vai ser pior. Eles são tão fracos, mas com a gente é diferente. Só para avisar, seu pesadelo começa apartir de hoje... Hahaha!

Uma boa noite, mocinha."

Eu estou tão nervosa. O que eu faço? Estou apavorada! Eles seguiram o Max, ele não me disse... Eu não vou deixar eles encostarem em minha família, em meus amigos. E se eu me entregar? Todos vão ficar salvos.

Minha garganta não para de coçar. Peguei minha segunda garrafa de sangue só hoje. Normal é eu beber uma por dia.

Liguei para uma lancheira, pedi um xis e um refri. 20 minutos depois a campainha toca.

Me levanto e vou atender.

- Olá. - entrego o dinheiro.
- Aqui. - me entrega a sacola.

O som da veia dele soava nos meus ouvidos. Minha boca estava seca, garganta coçando. Dei um passo a frente.

- Está bem senhora?
- Obrigada. - fecho a porta na cara dele.

O QUE FOI ISSO, RAFAELA?

Eu sei me controlar perfeitamente. Preciso de sangue... A veia daquele garoto. O som que ecoava na minha cabeça e que ainda ecoa. Se não me controlar vou atrás dele.

Bebi um pouco de sangue. Me deitei no sofá para descansar, mas dormi.

Eu estava presa. Não podia fazer nada enquanto via meus amigos e família serem mortos. Eu gritava. Tudo passava em câmera lenta... Matavam um por um. Eu queria me soltar e ajudar eles, mas não podia.

Me acordei gritando. Suava frio.
O que foi isso? Estão me fazendo ter ilusões? Foi horrível... Todos eles morrendo na minha frente. Minha mãe, meu pai, Harry, Angel, Max, Med, Nick... Todos.

As lágrimas desciam sem permissão. Eu não vou conseguir aguentar isso, não vou...

Não vou contar para ninguém, isso vai ficar só entre mim.

[...]

Os pesadelos continuavam, estavam piores. Quando eu saia sentia que estavam me seguindo, algumas vezes até via alguém. Agora eu só fico trancada em casa, fico no quarto. Quando olho pela janela vejo alguém do outro lado da rua.

Max está diferente, acho que perseguem ele também. Daniel algumas vezes vem me ver. Não consegui ver meus pais ainda, estou preocupada com outras coisas.

Ando tendo muito enjoos, comendo muito, bebendo muito sangue. Eu engordei muito, mas não consigo parar de comer. Estou me sentindo um pouco estranha...

Sai do banho e coloquei minha roupa. Quando ia colocar a blusa parei na frente do espelho.

- Eu engordei mesmo... - ri comigo mesma.

Sinto algo se mexer na minha barriga.

- AH! - grito - Droga. Minha barriga se mexeu.

Wool... Ela se mexeu...

Cérebro, ajude-me a pensar. Por que uma barriga mexe do nada? É o que estou pensando... ? Me sentei na cama. Eu ando com muitos enjoos, comendo muito, engordei. Não, não pode ser... Max sempre usa preservativo. AQUELE IDIOTA USA, NÉ? De algumas vezes não me lembro. Tá! Eu devia prestar atenção nisso.

Claro que você não está GRÁVIDA. Mas como que minha barriga já se mexe? Não faz tanto tempo assim.

Se eu estiver grávida... Vão matar meu filho de novo! Não, não, não. Eu não vou deixar, não vou.

Tenho que ter certeza. Vou ligar para farmácia.

[...]

Tem que esperar só mais alguns minutos. Tô com medo do resultado. Se der positivo, o que eu vou fazer agora? Essa criança não vai vim em boa hora. Eu acho que eu vou fugir... Não, não posso fazer isso.

Olho ou não olho?

- Olha, droga! - abri os olhos - Dois risquinhos... Positivo. AAAAAAH! - começo a pular.

Não sei se foi de felicidade ou de nervosa. Como eu vou cuidar dessa criança? Olha tudo que está acontecendo. ESTOU GRÁVIDA! E o Max? O que ele vai dizer? Como vai reagir com isso? Não vou contar para ele agora, melhor não.

Guardei o teste na caixinha e escondi nas minhas roupas.

EU ESTOU GRÁVIDA, ESTOU GRÁVIDA!

Não posso deixar tirarem outro filho de mim. Nunca me perdoaria.

Estou apavorada!

Comecei a acariciar minha barriga. Lágrimas desceram sem permissão. Em pouco tempo a criança vai nascer, em pouco tempo ela já vai estar enorme, o tempo passa muito rápido para nós. Um bebê híbrido.

- Você vai vim em um momento tão ruim...

Me deito na cama. Eu quero dormir, mas estou com medo de ter pesadelos. É recentemente isso.

Me viro para o lado e espero o sono vim.

Estava quase dormindo e a campainha toca.

- Não acredito!

Fico um tempo deitada na cama e me arrasto até a porta.

Adivinhem? Ninguém. Outra carta. Peguei e fui para cama.

Abri.

"Grávida, mocinha? Está feliz? É por pouco tempo... Soube que estava grávida, mas Maria não o deixou nascer. Será que esse nasce? Acredito que nem a mãe dele irá sobreviver.
Quando que é seu casamento? Estão há dois anos e meio juntos, bastante tempo. Será que seu namoradinho morrerá? Maria quase o matou. Irá ser divertido mata-lo.

Precisará de sorte, mocinha."

- Parem de me chamar de mocinha!

Corri até a rua.

- Deixe eu e minha família em paz! Não vão conseguir nada comigo.

Entro para dentro de casa, me encosto na parede e choro. Eu só sei chorar agora, maravilha!

- Eu não quero poderes, não quero nada disso! Eu não pedi isso... Eu quero uma vida normal. Ser feliz é pedir muito? - coloco a cabeça entre os joelhos.

Ninguém vai encostar no meu filho. Ninguém!

Estão me querendo? Eles só precisam de mim, se não tiverem eu, minha família e meus amigos ficam salvos?

Eu vou salva-los.

Pego um caderno e caneta.

Grávida? Grávida.

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