Doce Vingança - Híbrida

CAPÍTULO 50

• Max Narrando •

Deixo a moto na garagem. O carro do Rafa não estava, deve ter saído. Ela estava diferente, sei que ela quer me dizer algo. Não aguento ver ela assim. Pego uma roupa e vou para o banho. Minutos depois eu saio. Coloco minha roupa e deito na cama.

- Que isso?

Acho que deitei em cima de algo. Passei a mão pela cama, achei um papel.

Começo a ler.

"Amor... Entenda, eu estou fazendo isso por você, por vocês. Eu os amo tanto. Os lobos estão atrás de mim, não me deixam em paz. Me mandaram algumas cartas, me vigiam dentro de casa, me perseguem na rua. Sabe como é se sentir assim? Eu não estou aguentando. Já estava pensando nisso... Aconteceu uma coisa que, só reforçou esse pensamento. Dói-me tanto ter que me separar de você... Eu só quero esperar um tempinho passar, não quero saber que outra pessoa morreu. Depois que uma coisa passar, eu volto. Não posso me separar de você, jamais, só que vou ser obrigada. Me entenda, por favor, já passamos por tantas coisas juntos. Não me procure, eu imploro. Se você me procurar, uma coisa que tenho certeza que vai ser importante para você morrerá, você vai entender, calma. Não me procure. Eu te amo com todas as minhas forças. Me promete uma coisa? A eternidade juntos? É tudo o que eu mais quero. Não vou demorar, prometo. Quando voltar você vai entender tudo.

Te amo...

Rafaela"

Permaneci paralisado. O que ela tinha feito? Ela me deixou!

Li de novo. Não estava acreditando.

Claro que sei como é se sentir perseguido. Me mandam cartas também, estão me perseguido, me vigiam dia e noite!

O que será esse problema que a fez se separar de mim?

ARRRGH, QUE RAIVA!

Lágrimas começaram a descer sem parar. Ela não pode me deixar, não pode.

Para onde ela foi? Preciso ir atrás dela! Preciso ver se o pai dela sabe.

Troco de roupa e vou correndo até a moto. Vou rápido até a casa do pai de Rafa.

Não acredito que ela teve coragem de me deixar... Iríamos enfrentar tudo isso juntos! Não acredito, Rafaela, não acredito.

Desci da moto e bati na porta.

- Oi, Max! O que faz aqui? - Lindsay me cumprimenta com dois beijos na minha bochecha.
- A Rafaela foi embora, não sei para onde ela foi.
- Vocês brigaram? Aqui ela não está.
- Não, não brigamos. - meus olhos enchem de lágrimas. - Os lobisomens estão atrás dela e ela para salvar todos fugiu.
- Não acredito. - coloca a mão na boca. - Para onde essa garota foi?
- Não tenho ideia.

Vontade de... Argh! QUE RAIVA.

- O que o Diego vai dizer? Como vamos achar ela agora?
- Ela... Ela está bem. Disse que já pensava em fugir, aconteceu algo que só reforçou a ideia de fazer isso. Tenho que achar ela, será que está na casa da Angel?
- Ela não iria para casa de alguém conhecido.

Parei para pensar. Verdade.

- Tenho que pensar. Obrigada. - saio correndo.

Subo na moto e acelero. Vou para casa, preciso pensar. Em 15 minutos cheguei em casa.

Entrei em casa. Comecei a derrubar tudo que vi pela frente. Continuava com raiva.

Não acredito, não acredito. Por que que tudo isso não é um sonho?

Peguei meu celular e liguei para ela. Chamou, chamou, chamou e ela não atendeu. Liguei umas 5 vezes.

"Rafa, diz que é mentira? Volta pra casa?"

"Eu te amo, cara. Por que fazer isso comigo? Me diz o que reforçou essa ideia de fugir?"

"ÍAMOS ENFRENTAR TUDO ISSO JUNTOS! PASSAMOS POR MUITAS COISAS, ÍAMOS PASSAR POR ISSO TAMBÉM."

"Eu te amo..."

Ela não atendeu, não respondeu.

Por que fazer isso comigo, Rafaela? Por que me fazer sofrer?

Corri até a rua. Tentei sentir o cheiro dela, mas nada. Votei para dentro de casa.

Nada fica bem para nós dois... Como vou ficar longe de você?

TUDO POR CAUSA DESSES LOBISOMENS!

Para onde ela fugiu? Ela já sabe o que aconteceu quando nos separamos.

Não vou aguentar! Eu não sei como viver sem ela. Ela me incomoda, mas eu gosto. Os beijos ela, o olhar dela. Como pude me amarrar tanto assim em alguém?

Em meio aos meus pensamentos caio no sono.

Meu celular toca. Corro para atender. Nem olho quem era.

- Rafa?!
- Não, Max, é Lindsay. Liguei para avisar que todos estão aqui, e não tem pista alguma dela. Já tentamos de tudo.
- Eu também não tenho nenhuma. Ela não atende, não responde as mensagens, nada!
- Eu sei. Tomara que logo ela apareça. Te damos notícias.

Desliguei.

[...]

Me acordo pela manhã, olho para o lado e não vejo Rafaela. Como dói saber que ela não está aqui. Nem parece que só faz um dia que não está aqui, parece bem mais.

Tomo um banho, coloco minha roupa e vou comer. Coloco a louça na pia e pego uma garrafa de sangue. Preciso caçar, não tem quase nada ou ir pegar bolsas nos hospitais. Rafaela sempre pega com o pai dela, ele tem uma parceria com um hospital.

A campainha toca. Fui atender.

- Daniel?
- E aí, cara. Vim ver a Rafa, ela está?

Bom se estivesse.

- Não... Ela fugiu.
- Ela o quê?
- Fugiu, fugiu! Ela queria salvar todos, então achou melhor fugir. Não disse para ninguém onde ia.
- Não pode ser... Vou procurar ela!
- Como se fosse adiantar. - ri fraco.
- Já tentou, né? Droga. Por que ela não disse a ninguém. Íamos ajudar ela.
- Ela queria nos salvar. Da outra vez eu sai machucado e ela perdeu um filho.
- Vou dar um jeito. Tenho meus amigos. Qualquer coisa me avise?
- Aviso. - bato na mão dele.

• Dois meses depois •

Se acordar todos os dias e não ver Rafaela é difícil. Não consigo mais sorrir. Parece que nada faz sentido, sabe? É muito louco. Essa casa está um silêncio absoluto, sem a Rafaela nada é igual, nada tem graça. Eu não sei quando tempo vou aguentar. Os dias passam rápidos, mas, igual é doloroso, é tortura para mim.

Percebi que ela levou uma camisa minha, sumiu. Gostei. Tem algumas roupas dela aqui, vê-las, sentir seu cheiro... Dói.

Que tortura.

Como ela deve estar? Espero que bem, é tudo o que eu mais quero. Ela não me dá notícias, fico preocupado com isso.

Uma coisa que vai ser importante para mim e irá morrer se eu procura-lá? O que é?

Se essa coisa pode morrer. Isso não sai da minha cabeça!

Angel e Felipe estavam aqui em casa. O assunto era só Rafaela. É, Rafa, você afetou todo mundo.

- Quando ela voltar, eu vou bater tanto nela. - Angel diz.
- O que ela tem na cabeça? - pergunto.
- Vento? - Felipe fala.
- Concordo.

Já pode voltar Rafaela... O que eu faço sem você?

Já tentamos de tudo, tudo mesmo. Nada da certo. Ela é inteligente, sabe se defender, sabe lidar com tudo.

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