vinte e um

228 46 60
                                    

Ele me levou para cima e para baixos nas ruas de Paris, me encarando com a mesma frequência que encarava a maravilhosa área que nos rodeava.

É claro, nem tudo foi perfeito. O ar estava um pouco enfumaçado e o chão um pouco pegajoso, entretanto eu quase não percebi porque, para ser bem sincero, era difícil perceber os detalhes tendo Harry tão perto de mim.

Ele usava uma camiseta de alguma banda com um buraco na gola e uma mancha no punho. Seu cabelo estava mais liso do que o normal, porque ele não tinha o lavado há alguns dias, porém ainda cheirava a Harry ao invés de a assentos do aeroporto ou a lençóis do hotel, e eu era grato por isso.

Eu me sentia sujo e um pouco feio, mas Harry ainda segurou minha mão e, ocasionalmente, beijou minha têmpora. Ele era como um sonho. Tudo aquilo era como um sonho. Como poderia dar errado?

Nós paramos lá pelo meio-dia para um chá e sanduíches e, depois, quando Harry sorriu para mim com seus lábios molhados de chá, eu me senti em casa.

"Je t'aime." Ele disse como um juramento, bem rápido, mas muito perigoso.

Encaramos um ao outro, nossas faces sorrindo e nossos arredores cantando.

"Eu te amo". Ele falou de novo, mas, dessa vez, em inglês. Foi muito mais deliberado do que antes, dito na sua voz normal e (dolorosamente lenta).

"Eu também te amo." Respondi quase imediatamente, porém consegui sentir o gosto na minha boca e o eco no meu crânio e, ai Deus, como eu o amava. "Harry..."

Ele mexeu a cabeça querendo que eu continuasse a falar.

"Provavelmente eu irei visitar centenas de lugar antes de morrer. Vilas, cidades, países, até continentes. Mas eu nunca ficarei tão apaixonado por algo como estou agora."

Ele olhou ao redor, tentando ver Paris pelos meus olhos. Sorriu, "Louis-"

"E Harry, entenda que não é mais Paris, é eu estando tão apaixonado que tremo, estou aterrado. Por favor, entenda que é você. Qualquer lugar que eu esteja com você será meu lugar favorito, porque você é minha pessoa favorita e eu estou muito apaixonado por você."

Ele permaneceu sem palavras.

"De verdade?" Perguntou, parecendo incrédulo.

"De verdade."

"Te amo", repetiu, "E vou provar isso."

Me inclinei para frente e segurei a mão do Harry enquanto, internamente, eu gritava.

Ele pagou rápido a nossa pequena refeição e andou para fora do estabelecimento, comigo no reboque. Nós começamos a cambalear de volta para as ruas movimentadas, mas, dessa vez, Harry estava olhando com expectava ao redor, acompanhado de um sorriso no rosto. 

Nós andamos por lá, tendo na mira os cheios, os sons- Nós dois estávamos visitando a cidade pela primeira vez e sentindo que tudo parecia um pouquinho mais amável quando você estava amando.

"Ah!" Harry exclamou animado, e eu rapidamente me virei para ver o que ele estava olhando.

Ele apontou para um pequeno grupo de dançarinos de rua, cada um tentando atrair a atenção dos turistas que passavam.

Nos apressamos em direção a eles, os tamborins tilintavam e os tambores martelavam.

"Me concede essa dança?" Harry perguntou, e o moço tocando o tamborim sorriu e aplaudiu quando Harry me puxou para perto de si- (tão) perto de si.

Nós giramos em círculos e eu não conseguia distinguir qual batida de coração era a minha.

Ele lentamente me soltou e eu, por minha vez, endireitei o braço e deixei espaço suficiente para ele passar por baixo quando o girei.

Ele começou a rir e, de alguma maneira, fez até mesmo um rodopio parecer seduzente e meu coração pulou uma batida e minha mão contorceu.

"Agora me beije, seu idiota." Harry demandou.

"Okay."

Underneath Paris » Larry (Portuguese Version)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora