vinte e nove

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Apesar de ainda estarmos na metade de Novembro, as decorações de Natal já estavam se alastrando sobre os bancos e nas janelas da pequena cidade a alguns minutos de distância da casa do Harry.

Paris ficava a, mais ou menos, (trinta) minutos de lá, entretanto a atmosfera havia mudado completamente. As ruas superlotadas sumiram, o sufocante cheiro de fumaça sumiu. Certo, ainda tinha pessoas e quase todas elas estavam fumando, mas ainda era agradável.

Tive certeza de que o refinamento também estava muito ligado com o fato de um (alto, bronzeado, cacheado) homem segurar minha mão. Eu olhei para fora do gorro que estava usando (era do Harry e constantemente caía nos meus olhos) e estudei, em silêncio, a feição do Harry.

Ele sussurrava sozinho, com seus lábios um pouco rachados e se movendo de leve a cada sílaba. As bochechas estavam rosas, rosadas, por causa da temperatura, e seus olhos brilhavam - eles eram tão bonitos.

"Acho que você está me analisando outra vez", ele sussurrou, olhando fixamente para mim.

"Yeah, estou."

O que o Harry tinha que fazia eu me sentir tão confiante ultimamente? Por toda a minha vida eu fui tímido, nunca replicava com nada que pudesse ser considerado um flerte, mas ali estava eu.

"Hmmm, sabe o que preciso fazer a respeito disso?" Sua voz soou tão diferente - aquela voz não pertencia ao menino que bebia chá e dormia em edredons de heróis. Aquela era a voz de um homem, um homem inteiramente acostumado a receber o que quer. E esse homem (me) queria.

"Acho que tenho uma ideia, talvez". Exclamei, apressadamente arrumando meu gorro para eu conseguir ver o rosto do Harry. Eu honestamente não fazia ideia do que ele iria fazer - e não iria impedi-lo.

"Que horas são?" Perguntou casualmente, correndo uma mão por seu cabelo.

Peguei meu celular do bolso e acendi a tela.

"Dez e quinze da manhã", respondi.

"Então nós só estamos aqui a, o que, quinze minutos?"

"Erm... Sim", eu não sabia o que estava acontecendo.

Ele piscou e, por dentro, eu me retorci. Como um único ser humano conseguia ser tão maravilhoso? Se algum dia eu for para o céu, vou fazer questão de perguntar para Deus o que Harry Styles fez para merecer o corpo mais atraente do universo.

"Estamos aqui faz quinze minutos e eu já sei que esse é o meu lugar favorito no mundo inteiro", sua mão tocou meu rosto e ele reajustou o gorro (de novo! gorro idiota...). "Sabe por que esse lugar é tão perfeito?"

Balancei a cabeça.

"Porque eu posso fazer isso",

Ele segurou meu braço e me puxou para um pequeno beco entre uma cafeteria caindo aos pedaços e um McDonalds novinho. Ele estava com energia, porém me empurrando. Mas, ainda, eu percebi que estava sendo gentil. Ele tinha muita força, especialmente em comparação a mim, e estava usando somente o suficiente.

O beco cheirava a batatas fritas e cigarros, mas Harry agradavelmente (firmemente) me pressionou contra a parede e me beijou muito.

"Harry-" Murmurei entre cada respiração, "As pessoas vão ver".

"Foda-se, é Paris e estou apaixonado por você"

E sua boca aberta traçou um caminho até meu maxilar, descendo para meu pescoço, até meu ombro. Ele tirou o gorro, deixando meu cabelo cair na testa antes de passar seus esguios dedos pela minha franja.

Fechei os olhos e, pela primeira vez, não contei os segundos entre os beijos e não procurei escutar por passos; Eu estava completamente focado no Harry e apenas no Harry.

Deixei suas mãos caírem pelas minhas costas e as senti descendo e (descendo) cada vez mais.

"Feliz Natal para mim", Harry falou na minha orelha.

Underneath Paris » Larry (Portuguese Version)Where stories live. Discover now