Yes, I do - Dylmas

35.

{2 semanas depois}

Thomas's POV

Mexo em meus dedos nervosamente. Fixo meu olhar na rua enquanto o carro anda. Estávamos indo para casa, eu tinha sido — finalmente — liberado.

Bem, ficar lá não foi tão ruim. Eu tive companhia! Dylan não ficou todos os dias, pois além dos outros, eu também mandei ele ir tentar descansar. Mas às vezes ele dava uma escapadinha e vinha me ver.

Eu tive um tempo bom para poder conhecer eles, e pelo o que me contam, eu realmente posso confiar neles.

Ki e Julia ficaram bastante comigo, mas quem mais ficou, tirando Dylan, foi Kaya. Ela é uma boa companhia, uma ótima pessoa. Acho que éramos muito amigos antes disso tudo acontecer. Ela me contou algumas histórias e eventos que passamos a algum tempo atrás.

Mas eu ainda estava meio atordoado com isso tudo.

Tudo estava tão confuso para mim ainda! É horrível não conseguir lembrar das coisas. Eu não lembro nem da minha família! Dylan me disse que as memórias vão voltando com o tempo, que se pouco em pouco vou me lembrar das coisas.

— Tom? — Acordo dos meus pensamentos e encaro Kaya. — Chegamos.

Saio do carro e dou uma olhada ao redor. A casa era grande, muito bonita.

— Gostou? — Dylan sorri.

— Sim — Aproximo-me da casa.

— Foi você que escolheu, sabia?

— Sério? — Franzo minha testa e o encaro.

— É, você nos convenceu a alugar — Ele ri. — Não aceitou um "não" como resposta.

— Pelo menos eu sei que tenho um bom gosto.

Entramos na casa e Dylan me leva até meu quarto. Ao entrar, dou um passo para frente e observo o local. Não era nada mal, eu gostei. Vou até a cama e me sento nela. Pego um celular que estava em cima do criado-mudo e o analiso.

— Esse é o meu celular?

— É — Ele sorri de lado. — Conseguimos resgatar o chip dos celulares no acidente, mas os próprios celulares não sobreviveram. Então compramos novos.

— Por que você está falando tudo no plural? — Franzo a testa. — Alguém estava comigo quando o acidente aconteceu?

Ele suspira e se senta ao meu lado. Ficamos com nossos ombros quase juntos — apenas alguns centímetros longe — e ele fixa o olhar no chão.

— Você quer falar sobre isso? — Ele me encara.

— Eu quero. Você quer falar sobre isso? — Arqueio a sobrancelha e ele dá de ombros.

— Você sofreu um acidente de carro — Ele começa. — Você e... e um amigo estavam passeando na estrada perto de uma praia.

— Que amigo?

— Um amigo — Ele dá de ombros.

— Dyl — Bato em seu ombro de leve com o meu. — Que amigo?

Ele desvia o olhar de mim e encara o chão.

— Eu.

Inclino a cabeça levemente para o lado e franzo a testa.

— Estávamos passeando e... e um animal atravessou a rua. Eu não o vi e quando tentei desviar, perdi o controle do carro. Batemos contra uma árvore. — Sua voz sai rouca e pude ver que seus olhos marejavam. — Nós dois ficamos em coma, mas eu acordei primeiro e não tive nada.