42.

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Meu mundo desabou assim que Kaya falou.

Coma? — Penso. — Não... Ele não pode...

Não me lembro de ter levantado da cadeira, nem de ter criado espaço entre Julia e Ki aos empurrões, saindo do quarto o mais rápido que pude. Só percebo o que estava fazendo assim que uma buzinada alta ecoa em meus ouvidos, denunciando o fato de eu estar correndo no meio da rua, chorando.

Dou caminho para o carro passar, mas não saio da rua. Eu estava perturbado demais para raciocinar as coisas direito.

Ele não pode estar em um coma de novo! Por favor, eu não aguento mais esse inferno! — Grito mentalmente.

— Dyl?

Viro em direção à voz que havia me chamado. Era Ki.

— Cara, ele... ele — Balbucio.

— É, eu sei — Ki murmura e abre um pequeno e triste sorriso.

Ele vai se aproximando de mim cada vez mais, porém lentamente.

As lágrimas desciam em meu rosto e minha garganta ardia, eu estava devastado.

— Eu sei que isso tudo é um saco, Dyl - Ele fala. — Da última vez, foi um inferno. Passamos por coisas realmente terríveis.

Ki falava em um tom de voz calmo. Ele se aproximava mais de mim, ficando à uns cinco passos de distância.

— Mas nós passamos por isso — Ele sorri tristemente de novo. — Juntos. E de novo vamos passar por isso, juntos.

Ki agora estava a à apenas um passo de distância.

— Não se afaste de nós, Dylan — Ele fala baixo, já que estava bem próximo de mim. — Por mais que você não ache, nós estamos sentindo o mesmo que você. Eu sei que ele é seu namorado e tudo mais, mas ele é nosso amigo, todos nós nos sentimos mal com o que está acontecendo. — Eu queria desviar meu olhar do seu, mas eu não conseguia. — Estamos todos juntos nessa, vamos passar por essa tempestade juntos, um apoiado no outro. Entendeu?

As lágrimas já eram tantas que minha visão estava embaçada, mas isso não me impediu de balançar a cabeça em concordância e abraçar Ki com força.

Eu estava ignorando o fato deles também estarem sofrendo como eu nessa situação. Ki tinha razão, todos nós estamos passando por isso, e o melhor a se fazer é passar por isso juntos.

Thomas's pov

Eu estava em um quarto branco. Um quarto muito branco, até demais. As cortinas eram azuis bebê e estavam fechadas, deixando apenas um pouco de claridade entrar.

Eu me encontrava sentado em uma cadeira de plástico meio estranha para estar em um quarto comum.

Sim, estranha em um quarto comum, mas não em um hospital.

O que eu estava fazendo em um hospital? E se eu estava sentado na cadeira, de quem era o quarto?

Meus pensamentos são interrompidos pela porta — também branca — sendo aberta lentamente, fazendo o mínimo de barulho possível.

— Vocês ficaram durante 1 mês sem mostrar nem um sinal de recuperação ou qualquer outra coisa — Uma voz feminina ecoa no grande quarto.

Levanto-me ao me deparar com Kaya e Dylan entrando no quarto. Os dois possuíam expressões extremamente tristes, o que fez com que eu me perguntasse o que estava acontecendo.

Yes, I do - DylmasWhere stories live. Discover now