Yes, I do - Dylmas

40.

— E aí? Como foi? — Kaya é a primeira a perguntar.

Solto um suspiro baixo e encaro Thomas. Seu olhar estava perdido em qualquer canto da casa.

Desvio meu olhar para Kaya e movo meus lábios em um "depois te conto". Em resposta, ela abre um sorriso fraco e vai para a cozinha em silêncio.

— Você já quer subir?

— Pode ser - Ele murmura.

Tomo-lhe a mão e começo a subir as escadas. Ele parecia tão "desligado" das coisas — por causa do estado que estava —, que eu tinha medo de soltar sua mão e ele cair da escada, já que parecia que eu estava o carregando.

Ao chegarmos em seu quarto, Thomas senta na cama e me encara. Ele não fala nada, não era preciso, seu olhar já falava tudo.

Sento-me ao seu lado e coloco minha mão em sua perna, ele olha para mim e abro um pequeno sorriso confortante, um modo de falar "estou aqui, okay?"

— Não acha melhor ir dormir? — Minha voz sai suave. - Você parece cansado.

— Okay — Eu mal consigo escuta-lo falar, pois sua voz estava meio rouca e baixa.

Thomas, rapidamente, troca de roupa e volta para cama, dessa vez se deitando. Não muito tempo depois, faço o mesmo, e ao me deitar, deposito um beijo na testa de Thomas, um "boa noite" sem palavras.

Thomas's pov

Uma lágrima gelada desce pelo meu rosto. O clima fresco não ajudava muito, me deixado com um leve frio. Tiro uma pequena caixa de meu bolso e suspiro.

Pego meu isqueiro no outro bolso e acendo o cigarro que eu havia tirado da caixinha. Coloco-o em meus lábios e a fumaça enche minha boca, descendo pela minha garganta.

— Não consegue ir dormir?

Viro minha cabeça para o lado e me deparo com Julia.

— Não — Minha voz sai rouca.

Eu havia me esquecido, Julia andava dormindo na nossa casa. Eu devo ter esquecido porque não a vi ontem à noite. Era meio tarde e ela já devia estar no quarto de Kaya, se arrumando para dormir ou lendo um livro.

— Desculpe a pergunta — Ela limpa a garganta. — Mas como foi lá? Gostou?

Solto um suspiro fraco e deixo meu olhar desviar para o dela.

— Não foi como eu esperava — Sou sincero. —, mas não foi um "desastre" completo.

— Deixa eu adivinhar. Você não conseguiu manter o "eu estou bem"?

Meu olhar volta para o chão e balanço a cabeça em concordância. Julia solta um suspiro alto e se aproxima mais de mim.

— Tom, eu havia lhe falado — Ela murmura. — Você ainda não está "100%". Você não estava preparado pra algo como aquilo.

— Eu deveria ter te escutado, Ju - Mordo meu lábio, não querendo deixar as lágrimas descerem. — Deveria mesmo.

Eu não aguentei mais, as lágrimas eram mais fortes. Elas despencaram pelo meu rosto, me fazendo ter que tirar o cigarro da minha boca para poder tomar um ar.