Vain

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Aquela sensação de autocobrança que eu me impus me fez acompanhar pouco das gravações dos novos comerciais de minha empresa. Foquei em meus contratos a assinar na empresa, reformulações de linhas de produtos para um novo ano que viria e aquisição de patentes que interessavam ao nosso futuro eram as temáticas centrais.

Ao perder-me nos documentos escutei as batidas na porta e ergui o olhar deslizando meus óculos de grau fora do rosto avistando Ally. Ela sorriu simpática, entrando e fechando a porta atrás de si rapidamente diante da minha averiguação.

— Verônica quer conversar com você. - Seu aviso tentando me preparar me fez sobressaltar a ponto de arquear a sobrancelha, não tenho intenções de conversar com Verônica.

— Tenho mais o que fazer no momento, você sabe disso. - Apontei para os documentos debaixo de minhas palmas.

— É assunto profissional, mesmo que me divirta acho importante aparar estas arestas entre vocês. - A maneira como parecia falar sério me fez dar de ombros.

— Tenho pouco tempo, avise a ela para ser breve. - Avisei me recostando em minha cadeira elevando o olhar para a porta de minha sala. Ally a auxiliou na entrada em meu ambiente particular, seus olhos em minha sócia parecia avisar que deixasse-nos a sós, e Ally o fez, me deixando fisgar o olhar repreensivo em si. Era profissional oras, devia permanecer.

— Qual o problema, Verônica? - Perguntei folheando os documentos debaixo de minhas palmas em casualidade, ignorando ao máximo dar tanta importância para a situação.

— Pare de ser tão defensiva, quero somente conversar já que estamos inseridas em um projeto importante para sua empresa, há uma relação comercial a ser estabelecida. - Ela sorriu, fingindo que estava realmente em sua compenetração profissional.

— Sou ocupada, estou tentando poupar-lhe o tempo. - Adverti ignorando a provocação.

— Não se preocupe sobre nada, eu te vi na capa da revista, sei que não está livre no mercado, não quero atrapalhar. - Seu apontamento a informação de que sabia que eu estava em um envolvimento próximo com outra mulher me fez assentir, me mentando silenciosa sobre o que ela tinha mesmo a falar.

— Vim falar sobre a minha empresa, há uma proposta estabelecida com Ally, mas ela acha importante que eu te fale exatamente o que vamos executar para que coisas como a de hoje não se repita. - Suas mãos se moveram para empurrar uma pasta sobre a minha mesa.

— Eu sinceramente não sabia que era dona de uma empresa que presta suporte a produção de filmagem. - Falei observando a logo de sua empresa na capa do contrato assinado por Ally diante de mim.

— E por acaso sabia mais do que onde eu morava, Camila? - Sua alfinetada me fez assentir, não era mentira que nossa relação tenha sido mais do que aquilo.

— Realmente. - Confirmei voltando minha atenção absoluta ao documento em minhas mãos.

— Foi Ally que sugeriu essa conversa? - Perguntei.

— Sim, afinal iremos encarar alguns projetos pela frente. - Sua resposta me fez assentir as minhas próprias desconfianças.

— Prossiga com o que tem a dizer. - Gesticulei esperando que ela fosse adiante.

— Eu pensei que poderíamos assinar um acordo de fornecimento maior, eu definitivamente gostei de trabalhar com a sua empresa, a rentabilidade é muito boa, confesso, e eu me senti tranquila em muitos aspectos que em outros fornecimentos eu não me senti. Sei que seu marketing vai sempre se atualizar e haverá sempre um comercial, ou algum projeto de divulgação, eu quero trabalhar nisso, no fornecimento das aparelhagens e suporte a produção, há uma equipe muito competente em minha empresa responsável por isso. - Sua postura profissional e a maneira como parecia se focar no tópico me deixava mais tranquila.

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