4 - Amigos

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Uma pulsação fraca e Minho arregalou os olhos.
- O que...
Melissa desatou a tossir, a água saindo de seus pulmões que ardiam como brasa, ela abriu os olhos, Minho suspirou aliviado, parecia feliz e a ajudou a se levantar.


Narrador off

####


- Hey Newt! Galera! Ela acordou! - Gritou Chuck animado e olhou para mim.
- O que estava pensando? - Indagou irritado, abri a boca procurando as palavras certas, minha cabeça estava uma confusão como se o intruso tivesse saído e deixado de lembrança uma grande enxaqueca, me levantei ainda cambaleando e Minho se pôs em minha frente.
- Ei! Por que fez aquilo? Sua cabeça de vento! Acha que pode sair se matando assim? - Indagou irritado, antes de me puxar para seus braços em um abraço apertado.
- O que houve? - Perguntou novamente afrouxando o abraço o suficiente para me olhar nos olhos, ele estava sério.
Não pude deixar de ficar surpresa com toda aquela comoção.
- Não foi eu... Me controlaram. - Expliquei conseguindo juntar as palavras.
Olhei para Alby que permanecia sério.
- Quem? Os criadores? - Minho perguntou, concordei.
- Acho que sim. - Respondi e meus olhos foram fisgados por Gally, que já estava a uma boa caminhada longe de nós perto dos muros. Dei algumas respostas vagas pois com Alby por perto eu não me sentia a vontade de compartilhar muito e após isso cada um se encaminhou aos seus devidos afazeres.
Corri por toda a clareira, a água do riacho não era a das mais cheirosas e me dei conta disso ao encontrar Gally no muro pronto para riscar meu nome. Ele torceu o nariz.
- Credo, tomar banho é bom as vezes viu?
- Você sabia, não sabia? Era isso que queria me dizer? - Indaguei alto fazendo o garoto sobressaltar-se levemente com o susto.
Ele concordou.
-  Urgh... Pode considerar como um sim. - Confirmou.
- Eu acho que eles a querem morta, mas não tenho certeza, não me lembro de muita coisa, pode muito bem ser tudo um grande teatro. - Explicou simplesmente. Concordei de repente a ideia de ser corredora já não me era tão assustadora, talvez se encontrasse uma forma de sair, uma maneira de não vê-los ao sair...
- Certo. - Dei lhe as costas.
- Sei o que estas a pensar em fazer, mais acredite não irá gostar de entrar no labirinto. Tem coisas lá, monstros. - Falou ligando a lamparina e a erguendo.
- Monstros? - Indaguei não acreditando.
- Posso te mostrar um. - Falou adentrando no bosque. - É só me seguir. - Olhei para a sede onde os outros jantavam, entre os garotos avistei Minho e os outros sentados, nenhum sinal de Newt.
Percebeu que não havia visto ele, onde raios Newt estava?
Comecei a seguir Gally em meio aos galhos de árvore e paramos onde tinha uma espécie de vidro no muro.
- Esta escuro. - Reclamei forçando a vista para o que tinha lá dentro.
- Eu sei, Deveriam ter te trazido aqui antes, mais Newt não quis que a trouxessem aqui. - Explicou e sua voz parece ter despertado o que quer que tinhas ali, a coisa fez um barulho horrível, recuei e Gally se aproximou do vidro com a lamparina a frente, arfei quando vi o grande monstro.
- Esse é um verdugo. - Falou, ele parecia uma grande aranha gosmenta com ferros e dentes afiados na boca escancarada, não conseguia tirar os olhos da coisa.
- Quantos? - Indaguei criando coragem de falar novamente. - Lá fora?
- Muitos, não sabemos ao certo. - Falou Revirei os olhos engolindo em seco, as mãos trêmulas dentro do bolso do Jeans, com certeza teria pesadelos com isso.
- Isso bom, já acabou? Não me convenceu. - Menti dando-lhe as costas, provavelmente teria pesadelos com aquilo.
- Não vão deixar-lhe virar uma corredora. - Gritou ele atrás de mim, não me dei ao trabalho de o responder, apesar do medo, só me restava tentar. Todos aquela noite pareciam me olhar estranho, alguns com pena e outros pareciam me evitar, tomei um banho rápido e voltei a minha rede, estava totalmente desanimada, me revirei a noite toda na rede não conseguindo pregar os olhos, tinha medo de perder o controle de mim novamente, só a ideia me apavorava.
Por que estariam fazendo aquilo com ela? Precisava dar um jeito de sair dali.
O sol começava a aparecer e o som dos grandes muros se abrindo chamou-me a atenção, coloquei os sapatos e me levantei na ponta dos pés me encaminhando para fora do "dormitório".

A medida que me aproximei da abertura percebi que Newt estava lá em pé olhando com melancolia para o corredor que se abria e se estendia a vários metros a frente;

 Não sabia o que pensar, será que ele estava sabendo?
- Newt? - Chamei ele virou o rosto em minha direção, grandes olheiras jaziam a baixo de seus olhos, ele piscou surpreso por alguns segundos antes de suspirar e voltar o olhar para frente.
- Me deixe sozinho, o que faz aqui? - Indagou recuei não entendendo a maneira fria com que ele estava me tratando.
- Eu ia perguntar a mesma coisa, o que faz aqui? Achei que estivesse dormindo. - Retruquei, ele bufou e revirou os olhos.
- É, eu estava, mas acordei mais cedo. - Falou mais de longe se via que estavas mentindo.
Ele fechou os olhos suspirando e os fixou em mim.
- Por que fez aquilo? Sempre tive a percepção que você era a que mais querias continuar a viver por aqui e de repente faz isso. - Reclamou cruzando os braços, levei minha mão ao seu braço meio sem jeito, ele olhou para mim.
- Você fala como se você mesmo não tivesse essa vontade. - Murmurei, ele coçou a nuca.
- Você... Nunca reparaste em meu coxear? - Indagou, dei de ombros concordando a verdade era que não considerava aquilo algo muito importante.
- Sim, algumas vezes. Machucou-se? - Perguntei curiosa, ele abriu a boca para falar algo mais Minho surgiu o impediu de continuar.
- Olha só se não é o casalzinho apaixonado apreciando o pôr do sol, o que fazem por aqui amiguinhos? - Minho indagou Sarcástico.

- É nascer do sol. - O corrigi, ele sorriu e deu de ombros. Thomas veio logo atrás dele.
- Saudades dos velhos tempos de corredor Newt? - Indagou ele ignorando minha existência, Newt revirou os olhos.
- Se tivesse com certeza daria um jeito de ocupar o seu cargo. - Newt falou em um leve tom de brincadeira, Minho fez uma careta Minho.
- Nós dois sabemos que eu sou o melhor, isso não aconteceria nem se você quisesse meu caro amigo.- Falou Minho tirando uma risada curta em resposta de Newt.
O loiro olhou para Thomas.
- Achei que iria correr com o Alby hoje, Tommy. - Falou e Thomas deu de ombros.
- Alby está meio carrancudo hoje, ele prefere continuar por aqui - Explicou.
- Boa sorte a ambos então. - Desejei oferecendo um sorriso a ambos.
- Não precisamos. - Falou Minho dando uma piscadela, observei os dois correrem pelo corredor até que desaparecessem.
Me virei para o loiro.
- Venha temos muito a fazer hoje. - Chamou Newt dando me as costas.
- Posso ajudar-lhe na horta hoje? - Perguntei o seguindo ele suspirou abrindo um sorriso por fim.
- Se prometer não perguntar nada durante o dia, posso pensar no seu caso. - Falou e o fuzilei com os olhos fingindo estar ofendida. - Me recuso, se quiser falar vou falar. - Reclamei e ele sorriu cruzando os braços.
- E eu sei que gosta de responder minhas perguntas. - Complementei e ele me encarou.
- Vá sonhando. - Bagunçou meus cabelos.

- Então... tenho sua permissão? Ou terei que ir contra as regras e ir mesmo assim? - Perguntei provocando, ele fingiu pensar. Por fim disse:
- Tudo bem tagarela, pode me ajudar. - Se rendeu.
-Ei! Tagarela? Tem apelido melhor sabia? - Perguntei. - Por que fica me chamando por apelidos afinal?
- Eu sei que tem melhores, mais gosto de ver sua reação. Tenho uma lista de apelidos para você sabia? - Perguntou e algo me dizia que ele falava sério.
- Tudo bem então. - Me rendi, vi seu olhar triste sumir conforme conversávamos, fiquei um pouco para trás quando diminui o passo.
- Newt. - Chamei e ele se virou, me aproximei a passos rápidos surpresa comigo mesma e antes de acabar por mudar de ideia enlacei meus braços em seu pescoço em um abraço, ele hesitou surpreso talvez, antes envolver minha cintura com seus braços retribuindo o abraço e juntando nossos corpos por completo.

- Não faça mais aquilo. - Sussurrou. - Não sabes como fiquei ao te ver quase sem vida, se fizer isso de novo, Alby irá querer achar um modo de bani-la. - Deslizei meus dedos timidamente por seus cabelos.
Suspirei.
- Newt somos amigos, eu juro que não fui eu que fiz. Eu não me mataria, os criadores o fizeram e talvez esse nem fosse o objetivo deles.- Perguntei frustrada.
- Acredito em você. - Sussurrou após alguns segundos.
E ouvir aquilo para mim já era o suficiente.
- Agora vamos, temos muito a fazer. - Falou após alguns minutos me afastei envergonhada e o segui em silêncio.

The Maze Runner --- Is it love? ---  [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now